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Brasil e mundo

Que m…, hein Lula!

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Vendo noticiário, pensei no Lula. Ele lá em Curitiba, lá na PF, lá no reservado de quarto com banheiro onde está vivendo há 60 dias, como se nunca tivesse existido.

Atenção! Não o estou isentando de nada. Pensei no ser humano, no destino.

A primeira vez que vi Lula ao vivo foi em Florianópolis. Sem qualquer rejeição ao contato físico das pessoas, esbanjava aquele carinho dele, que às vezes lembra a afetividade sem reserva dos portadores da Síndrome de Down.

Não lembro direito, mas acho que ele fez um comício nesse mesmo dia, nas escadarias da catedral. Repórter, eu estava no palanque em que ele discursava.

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Final dos anos 80! Que momento!

Naquela época, a gente dançava com os Paralamas, aspirava a poesia do Cazuza, abria a cabeça lendo o Gabeira, e sonhava com um país novo, cheio daquelas possibilidades que contagiam nos momentos de abertura política.

Músicos e escritores encontravam ressonância maior na gente porque se comunicavam direto com a emoção e os naturais anseios da juventude por transformação.

Os políticos de quem eu gostava eram de esquerda, Brizola, Lula, os caras que fariam justiça, nossos heróis. Eles se confundiam com os artistas nos ideais de justiça e beleza, mas, como sabemos hoje, ao contrário do que ocorre na arte, na política a poesia logo perde valor.

Parafraseando o título de um livro do Gabeira, às vezes me pergunto: Aonde foi parar tudo aquilo?

Cazuza morreu. Brizola morreu. Outro dia vi os Paralamas num aeroporto; eles ainda estão aí, mas já não curto mais. Lula está preso. Beirando 80 anos de idade, Gabeira segue dando seus recados, com o desencanto da experiência, mas sempre com humor e sensibilidade.

É brabo ver os sonhos corroídos pelo tempo. Há momentos em que fica pior. Por exemplo, quando, zapeando a tevê, dou com Silvio Santos falando suas abobrinhas de domingo à noite.

Ele não mudou. Continua vendendo simpatia de ocasião, como todo vendedor. Ele então eleva a voz e pergunta: “Quem quer dinheiroooo?”, e lá se vão pelo ar as colegas de trabalho, perdendo a compostura para catar um aviãozinho. Acho uma tristeza só, de fazer chorar as pedrinhas das calçadas.

Outro dia um amigo me pediu um artigo sobre o brasileiro, sobre o que é o brasileiro. Não sei, realmente, embora tenha atendido ao pedido carinhoso dele de me incluir num livro que se destina a perscrutar informalmente a “alma do Brasil”.

Pensando agora, me ocorreu que a resposta talvez tenha conexão com a velha pergunta do SS e o lugar onde Lula se encontra, depois da condenação.

Quem diria que aquele Lula bonachão dos anos 80, inspirador dos mais altos sonhos de um país, se transformaria numa colega de trabalho de SS, em termos de compostura?

É uma m… completa, viu, chegar à conclusão de que o ex-camelô SS sempre teve razão em fazer da humilhação um espetáculo.

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

1 Comment

1 Comments

  1. dos caminhoneiros

    25/05/18 at 11:44

    Eu sempre detestei o Sílvio Santos, que humilha aquelas idiotas com seus “aviãozinhos”. Eu sempre detestei o Lula, que POUCO trabalhou e NUNCA estudou e está milionário. Eu sempre detestei o Gilmar Mendes (vulgo “beiçola”) que zomba dos contribuintes. Mas eu tenho uma solução: diminuir em 80% os parlamentares, em todos os níveis e em 90% os “ascones”, sem concurso público, que infestam a política. Conheci militar (já morto) cujas filhas (5), casadas, separadas e solteiras que continuam recebendo o “soldo”do pai, sem nunca terem trabalhado. E os “gigolôs”, seus atuais companheiros, vivendo às custas dos impostos que EU e VOCÊ pagamos. A greve dos canhoneiros não deveria ser só sobre o aumento do Diesel, mas contra essas “aberrações ” que existem no Brasil…

Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

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Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

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Leite posta encontro com o Papa

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Atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite foi recebido pelo Papa Francisco nesta quarta-feira (14). Aproveitando o espaço na agenda do Pontífice, levou à Sua Santidade uma réplica das ruínas das Missões e uma caixa com camisas do Grêmio, do Inter e do Xavante, pra ficar de bem com todas as torcidas.

Aproveitando, convidou o Papa a visitar o Rio Grande do Sul em 2026, como parte das comemorações dos 400 anos das missões jesuíticas no estado — por coincidência ano da próxima eleição presidencial, sonho que Leite persegue.

No X, Leite postou: “Foi uma conversa muito gentil e muito amável do Papa, que lembrou ter ido muitas vezes à cidade de Pelotas, onde um tio dele (Victor José Bergoglio) morou”.

Leite acrescentou: “A sua mensagem de hoje (do Papa) é muito oportuna. O Papa Francisco falou sobre temperança e pediu aos fiéis que exercitem o equilíbrio. É uma mensagem que serve para as relações nas redes sociais, pessoais, profissionais e políticas nesse mundo tão dividido”. Com essas palavras, Leite, que tem discursado contra a polarização na política, parece confirmar uma impressão. Ele é conhecido nos bastidores como “Governador Casio”. Tudo calculado, nada é espontâneo, com vistas ao pleito de 2026”.

Na última semana, Leite gravou vídeo de apoio a Matteus, participante gaúcho da final do BBB, aproveitando a onda da audiência do programa. Matteus perdeu, contudo, e o comentário é de que “perdeu por causa do apoio de Leite”. Era o comentário hoje na aula do Pilates.

Terá sido a derrota de Matteus um mau agouro para Fernando Estima, de quem se fala que poderá ser candidato dos tucanos a prefeito de Pelotas?

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