Connect with us

Brasil e mundo

SOBRE OS PRESIDENCIÁVEIS. Por Lucas Fuhr

Publicado

on

Estamos em ano de Eleições Gerais, de tal modo que, no reencontro do Brasil com as urnas, alguns políticos postulam a Presidência da República. Vamos aos quatro principais.

Jair Bolsonaro (PSL): o candidato da extrema-direita, defensor dos tempos do regime militar. Tornou-se famoso depois de adotar uma performance de reação e repúdio frente à esquerda “politicamente correta”. Muita gente se identifica com sua reação truculenta, formando uma legião de admiradores ocultos. Bolsonaro é a resposta reacionária e irrefletida da direita frente à ascensão de um segmento da esquerda que se tornou arrogante, pseudo-intelectual e pretensioso (refiro-me à esquerda que opta pelo policiamento dos costumes, antagônica aos moralistas de direita). Tem pouco entendimento sobre as questões econômicas e tudo indica que fugirá dos debates televisivos para não ser confrontado com suas próprias fragilidades.

Ciro Gomes (PDT): candidato de centro-esquerda que defende mais intervenção do Estado na economia. Já foi de inúmeros partidos; optou desta vez pelo partido do finado Brizola, com o qual diz identificar-se. Divide opiniões acerca do estilo pessoal, pois tem temperamento explosivo. Protagoniza inúmeros vídeos no YouTube em que ofende e esbraveja contra opositores (para o mal e para o bem, pois muitos de seus opositores são políticos detestáveis, de fato). Pouco apegado às visões da esquerda sobre costumes e direitos humanos, pois para ele o que mais importa é a agenda econômica. Ex-PSDB, magnetiza apoiadores até mesmo da direita (o DEM e o PP buscaram aproximação com ele). No entanto, manifestou-se na Jovem Pam dizendo que considera “a Venezuela tão democrática quanto à democracia brasileira e a americana” (o que gerou, obviamente, rejeição entre quem repudia o regime de Maduro).

Geraldo Alckmin (PSDB): governador pela quarta vez do Estado de São Paulo (a locomotiva industrial do país). De centro-direita, Alckmin concorreu à presidência em 2006 contra Lula, tendo feito menos votos no segundo turno do que no primeiro (adquiriu a fama de ser frio e de ter pouco ou nenhum carisma na relação com o povo). Defende uma política de corte de gastos no orçamento – seja nos excessos da máquina pública, seja nas áreas sociais. Seu governo em São Paulo sofre denúncias de corrupção, mas nenhuma delas o atingiu pessoalmente. É conhecido por ser um católico conservador (especula-se sobre sua relação com a Opus Dei; não confirmada), mas não há indícios de que sua política inclua a imposição de uma agenda conservadora nos costumes. Seu partido flerta com o apoio do MDB nacional, mas isto o tornaria candidato oficial de um governo que tem parcos 3% de aprovação.

Marina Silva (Rede): candidata de centro, Marina já concorreu à presidência em 2010 pelo PV e em 2014 pelo PSB. Propõe a superação das dicotomias da política atual, mas suas idéias não se traduzem em medidas concretas a ser tomadas – o que resulta numa imagem de candidata bem-intencionada, porém com discurso vago. Ambientalista de raiz, já foi parceira de Chico Mendes e ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Ex-petista, Marina é vista pelos seus ex-companheiros como persona non grata desde que saiu do PT, uma vez que se aproximou de visões liberais na economia. Em entrevista para a Folha de SP, Marina defendeu: a) ajustes na reforma trabalhista, amenizando o impacto sobre os trabalhadores; b) o fim do foro privilegiado; c) a continuidade da Lava Jato; d) que não considera o impeachment de Dilma um golpe, e, por último; e) que a prisão de Lula, seu antigo aliado, foi legal e deve ser respeitada (embora sua opção por não tripudiar a imagem de Lula seja mal percebida pela direita que tem esta prática como esporte).

Estes são os quatro principais candidatos que despontam em intenções de votos, embora o número total de candidatos seja muito maior e, no meio disso, pairam as indefinições sobre a candidatura do PT. Caberá ao povo estudá-los e votar naquele(a) que considerar mais preparado(a) para governar o Brasil nos próximos quatro anos.

2 Comments

2 Comments

  1. otimista gaudério

    30/07/18 at 15:48

    Dos quatro citados dois já estão mortos, só falta cremar: Marina e Ciro…

  2. kafka

    16/07/18 at 12:48

    Ainda me lembro das sábias palavras do inesquecível professor Alvacyr Faria Collares: ” Quando alguém não dá certo em nada, torna-se político profissional ou profissional da política”…

Brasil e mundo

UFPel entregou título de Dr. Honoris Causa a Mujica

Publicado

on

Discretamente, na sexta passada, a direção da UFPel viajou ao Uruguai para entregar a Pepe Mujica o título de Doutor Honoris Causa. A notícia foi divulgada ontem, terça, no site da Universidade.

Algumas frase dos dirigentes universitários presentes à homenagem, às vezes em tom juvenil:

“Pepe é um grande exemplo de pessoa que consegue lutar por direitos humanos, justiça social e democracia. Resistiu bravamente aos movimentos da ditadura e, como um jardineiro, sempre plantou a esperança, a luta e a vontade dessa luta em cada companheiro. Ele planta hoje a esperança para os nossos jovens”.

“Muito obrigada por ser quem é, muito obrigada por nos inspirar a defender a educação como uma forma mais poderosa de semear o futuro”.

“A visão humanista de Mujica ressoa profundamente com os ideais que nós da Universidade Federal aspiramos cultivar, nossa instituição sempre se pautou na crença de que a educação é a base para uma sociedade mais justa e igualitária, as bandeiras defendidas por Mujica colocam o bem-estar humano e a preservação do planeta acima do materialismo e do consumo desmedido e enlouquecedor, inspiram nossos esforços e reafirmam o nosso compromisso com a busca por dias melhores”.

***

Cmt meu: Mujica é de fato um homem incomum. Coerente. Vive modestamente, de acordo com suas ideias. Há nele uma ausência de vaidades materiais que chega a ser comovente. Se morasse em Pelotas, e fosse professor de Universidade, jamais o veríamos, por exemplo, no Dunas Clube, à beira da piscina, tomando cerveja depois de disputar uma partida de tênis – em greve por salário ainda mais alto do que os que já receberia (R$ 20 mil, digamos), pensando em justiça social num país de esmagadora maioria pobre, com ganhos mensais médios de R$ 3 mil.

***

Na cerimônia, Mujica disse: “Sigo confiando em los hombres, a pesar que todos los dias me deconcertan”.

Continue Reading

Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

Publicado

on

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading