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Opinião

pequena GRANDE VidA

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O diretor e roteirista Alexander Payne tem uma filmografia repleta de produções de prestígio, como o fantástico Sideways – Entre Umas e OutrasOs Descendentes eNebraska, onde sempre apresentou a complexidade das relações interpessoais com delicadeza e bom humor. Seu novo filme, Pequena Grande Vida, é também sua primeira obra com tons de fantasia e, consequentemente, sua produção mais ambiciosa.

A fim de solucionar o problema da superpopulação, um grupo de cientistas noruegueses descobre uma maneira de encolher os humanos como forma de proteger o meio-ambiente e reduzir os gastos vivendo em pequenas comunidades espalhadas pelo mundo. Na cidade de Omaha, Paul Safranek (Matt Damon) é um homem frustrado e sem grandes motivações que, pressionado a dar uma vida melhor para a esposa (Kristen Wiig), decide adotar o novo estilo de vida.

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A simples premissa resulta em ótimos momentos, como o comunicado do projeto norueguês à comunidade científica e a instigante técnica de encolhimento. A partir de certo ponto, porém, a produção embarca em um caminho completamente diferente, e as consequências do encolhimento assume um papel secundário. Neste momento, então, temos a entrada do divertido Dusan Mirkovic (Christoph Waltz), como o vizinho de Paul, e da refugiada vietnamita Ngoc Lan Tran, uma personagem que, embora interpretada com complexidade por Hong Chau, sofre com os clichês.

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De fato, até a metade do filme o brilhante roteiro de Payne e Jim Taylor acerta em cheio ao não se levar a sério. Mas a virada na história faz a trama abandonar a proposta descontraída e o tom de crítica social, e assumir uma abordagem mais convencional, dando lugar a um melodrama raso e previsível.

Vale mencionar que, tecnicamente, o filme é impecável. Com primorosos efeitos visuais, a estética da sociedade em miniatura inserida no mundo real é perfeita. Aliás, não apenas a apresentação, mas todo o processo de diminuição representa um primeiro ato espetacular.

A partir de uma ideia original, Pequena Grande Vida tinha a oportunidade de passar uma importante mensagem sobre preservação, mas acaba se perdendo no meio do caminho. Um filme comum e, infelizmente, decepcionante.

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Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

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Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

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Opinião

De fato, Pelotas “mudou”

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Às vezes encontro com pessoas que estão voltando a morar em Pelotas. É comum comentarem isso: “Pelotas mudou. Havia uma vibração visível. Tinha uma intelectualidade… hoje não tem mais. O Sete de Abril, mesmo, está fechado… há 14, 13 anos… é isso mesmo?”.

Aqui vão sete coisas que parecem ter mudado a vida em Pelotas. Nem pra pior nem pra melhor. Apenas a vida mudou.

1. Condomínios fechados: as pessoas se preocupam mais com o condomínio do que com o passeio público. Com sua vida em seus espaços fechados ou, se abertos, integrados, como o Parque Una.

2. Alunos da UFPel vêm de fora por causa do Enem. Vão embora nas férias e no fim do curso. Não são daqui. Não chegam a formar um elo emocional forte com a cidade.

3. Professores da UFPel vêm de fora.

4. A cidade se espalhou.

5. A população está envelhecendo.

6. Digitalização da vida, com trabalho remoto.

7. Globalização, compras pela internet, streaming.

O mundo mudou.

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