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Brasil e mundo

Sinais de novos tempos

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Por Renato Sant’Ana

Na universidade nada se cria, nada se perde, tudo se copia. É o que se vê não só no direcionamento ideológico das pesquisas “das humanas”, mas também quando “acadêmicos” abrem a boca.

Os formandos da Comunicação da PUC-RS, em 03/08/18, por meio dos seus oradores, desfiavam candidamente clichês do momento. Mas perderam o prumo quando a formanda de jornalismo que falou em nome de seus colegas proclamou sua devoção com o originalíssimo “Lula livre!”.

Poderia terminar assim. Mas Sir Isaac Newton ensinou com sua terceira lei que para toda ação, existe uma reação de mesmo valor, mesma direção e sentido oposto. E a reação veio, não tanto à impertinência da neófita do jornalismo, mas à onipresente, petulante e nada racional militância de esquerda: aquele apelo à liberdade de alguém condenado por corrupção recebeu, da plateia, a mais sonora vaia – merecida vaia!

Mas na PUC ainda há certo recato: os formandos seguem um protocolo fixado pela instituição. Já na formatura da Pedagogia da colenda Universidade Federal do RS, em 23/03/2018, o que se viu foi a mais desbragada falta de compostura. As falas das oradoras (duas, uma branca e uma negra para não ser “unirracial”), assim como os discursos da paraninfa e do diretor da Faculdade de Educação, compuseram um libelo que foi da ideologia de gênero à achincalhação do governo atual, naquele ato responsabilizado por 500 anos de subdesenvolvimento.

E para ficar bem bonito, no final o diretor anunciou a execução do Hino Rio-Grandense. Eram mais de 30 formandas. Só umas poucas puseram-se respeitosamente de pé, enquanto as demais, de modo acintoso, conversavam lateralmente ou desdenhavam fazendo o gesto típico de erguer o punho cerrado. Mas o público… De pé, cantando com fervor, o grande público era um contraponto à pantomima de quem, daqui a pouco, vai fazer a cabeça das crianças nas escolas.

Os dois eventos lembram uma triste realidade: as universidades foram reduzidas a incubadoras ideológicas, gerando, como nos casos vistos aqui, comunicadores talhados para desinformar e pedagogas prontas para sequestrar o potencial cognitivo de nossas crianças.

E o que é pior, na totalidade ou, ao menos, em sua maioria, os moços não têm noção de serem teleguiados por professores desprovidos de honestidade intelectual, nem, por conseguinte, de serem cooptados para uma revolução que, para tomar o poder, em vez de armas, usa a subordinação das consciências por meio da degeneração cultural.

Mas nem tudo está perdido. Também nos dois eventos citados, a maioria do público presente repeliu o esquerdismo que assola a universidade: há cada vez mais brasileiros que já não aceitam ser tangidos como rebanho e têm a coragem de expressar repulsa ante a ofensiva ideológica.

Agora, quem não entende a terceira lei de Newton talvez não consiga compreender a crescente reação do momento. E acabe só se queixando, em vez de reagir de modo construtivo, achando que é realismo o que não passa de pessimismo irracional. Seja como for, os tempos estão mudando.

1 Comment

1 Comments

  1. Carlos Eduardo Ribeiro

    09/08/18 at 21:37

    Tchê, realmente, às vezes o ambiente acadêmico é decepcionante. Concordo com o motivo do texto, que há uma falta de visão na maioria da galera. Por outro lado, penso que o autor aí já começa mal ao sugerir que na universidade nada se cria (??) como se o ambiente fosse simplesmente repetição. Há espaço para dissidência dentro da suposta dissidência. Mas, estou tão apavorado com o “esquerdismo” universitário quanto com o bloguismo e o jornalismo que vêm tomando corpo até nas Zero Horas e Folhas da vida, quem dirá nas redes sociais e afins. Me pergunto qual a profundidade teórica de um blogueiro e de um texto de blog pra jogar toda a universidade num mesmo saco. Mais do que tudo, me pergunto se “sinais de novos tempos” são realmente os comportamentos da esquerda na universidade ou de um anti-academicismo que vem tomando corpo no nosso país, com vários candidatos minando a gratuidade do ensino superior. Talvez os novos tempos sejam justamente tempos bem poucos críticos, não?

Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

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Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

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Leite posta encontro com o Papa

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Atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite foi recebido pelo Papa Francisco nesta quarta-feira (14). Aproveitando o espaço na agenda do Pontífice, levou à Sua Santidade uma réplica das ruínas das Missões e uma caixa com camisas do Grêmio, do Inter e do Xavante, pra ficar de bem com todas as torcidas.

Aproveitando, convidou o Papa a visitar o Rio Grande do Sul em 2026, como parte das comemorações dos 400 anos das missões jesuíticas no estado — por coincidência ano da próxima eleição presidencial, sonho que Leite persegue.

No X, Leite postou: “Foi uma conversa muito gentil e muito amável do Papa, que lembrou ter ido muitas vezes à cidade de Pelotas, onde um tio dele (Victor José Bergoglio) morou”.

Leite acrescentou: “A sua mensagem de hoje (do Papa) é muito oportuna. O Papa Francisco falou sobre temperança e pediu aos fiéis que exercitem o equilíbrio. É uma mensagem que serve para as relações nas redes sociais, pessoais, profissionais e políticas nesse mundo tão dividido”. Com essas palavras, Leite, que tem discursado contra a polarização na política, parece confirmar uma impressão. Ele é conhecido nos bastidores como “Governador Casio”. Tudo calculado, nada é espontâneo, com vistas ao pleito de 2026”.

Na última semana, Leite gravou vídeo de apoio a Matteus, participante gaúcho da final do BBB, aproveitando a onda da audiência do programa. Matteus perdeu, contudo, e o comentário é de que “perdeu por causa do apoio de Leite”. Era o comentário hoje na aula do Pilates.

Terá sido a derrota de Matteus um mau agouro para Fernando Estima, de quem se fala que poderá ser candidato dos tucanos a prefeito de Pelotas?

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