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Opinião

Cinema: Você nunca esteve realmente aqui

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Joe (Joaquin Phoenix) é um veterano de guerra que vive com a mãe (Judith Roberts) e ganha a vida resgatando mulheres presas em cativeiros trabalhando como escravas sexuais. Em sua jornada, Joe irá descobrir que está no meio de uma conspiração ainda mais complexa e perigosa.

Baseado no livro do autor Jonathan Ames, Você Nunca esteve Realmente Aqui explora a brutalidade na vida de seu protagonista, contratado para resgatar menores de idade sequestradas por exploradores sexuais, entre elas a filha de um senador.

Conhecida pela fantástica adaptação do best-seller Precisamos Falar Sobre o Kevin, a aclamada diretora e roteirista Lynne Ramsay construiu um cinema particularmente marcante e intenso, sempre abordando temáticas pesadas. Se antes ela abordou a psicopatia de um adolescente, agora ela foca na vida do clássico arquétipo do assassino de aluguel.

Em Você Nunca Esteve Realmente Aqui, a violência é distante e perturbadora. É tudo muito seco, com a trama desenrolando-se de forma apática, assim como seu protagonista, sempre contemplativo e indiferente. Dele, conseguimos extrair poucas informações, como as lembranças traumáticas de seu passado familiar e os horrores vistos no tempo em que serviu no exército. Nesse sentido, Joaquin Phoenix é a alma do filme. É através da sua performance que o filme carrega toda a empatia por seu personagem. O ator entrega uma ótima atuação, sempre sutil e certeiro, mesmo nos momentos mais extremos.

Apresentando um incrível domínio estético, o filme destaca-se pela sua primorosa fotografia, inclusive com o uso de câmeras de segurança como elemento narrativo. Destaco, ainda, a ótima trilha sonora de Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead e um talentoso compositor, parceiro de Paul Thomas Anderson. Assistimos, de fato, uma obra surpreendente e com muita personalidade.

Duplamente premiado no Festival de Cannes como melhor ator e roteiro, o ritmo lento e dramático do primeiro ato logo assume um intrigante e violento suspense, digno de filmes como Taxi DriverOldboy e Drive. A fotografia voltada para o neon, aliada a uma trilha sonora frenética faz de Você Nunca Esteve Realmente Aqui uma verdadeira homenagem ao gênero.

Déborah Schmidt é servidora pública formada em Administração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

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Opinião

Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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