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Opinião

Estrategista de Trump sobre Bolsonaro: “Acho eles muito parecidos”

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Após meses de intensas especulações sobre uma eventual participação na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, o ex-estrategista-chefe do governo Donald Trump e criador da retórica nacionalista que elegeu o presidente americano decidiu romper o silêncio e recebeu a BBC News Brasil em seu quarto de sua casa em Washington, em uma rua pacata a poucos passos do Congresso Nacional e da Suprema Corte dos EUA.

No cômodo amplo, onde pilhas de jornais e revistas se acumulam na cama, em mesas e poltronas sob o olhar pálido de um retrato do ex-presidente Abraham Lincoln (1861-1865), Steve Bannon fez elogios rasgados ao candidato brasileiro, que descreve como alguém “líder”, “brilhante”, “sofisticado” e “muito parecido” com Trump.

Abaixo, um trecho da entrevista da BBC com Steve Bannon.

O senhor comparou Bolsonaro com Trump no dia seguinte às eleições. Quais semelhanças vê entre eles?

Eu acho eles muito parecidos. Ambos são contra o sistema e têm essa habilidade de se conectar, de representar a classe trabalhadora e talvez a classe média baixa.

Trump tem habilidades únicas, e essa é uma das razões pelas quais ele é presidente, de circular, se conectar com as pessoas e entender suas frustrações, e como elas se sentem como se não tivessem voz.

A classe média nos EUA acha que com Trump seus interesses são representados pela primeira vez, e eu acho que o capitão Bolsonaro é a mesma coisa.

Bolsonaro não seria o tipo de cara eleito no Brasil em outros contextos, mas, dadas as circunstâncias, estão procurando um líder. Ele e Trump personificam essas características de liderança e, especialmente, estão preparados para enfrentar o sistema e não recuar. É muito difícil fazer isso.

O tom deles pode ser semelhante às vezes, mas Bolsonaro tem frase muito duras. Ele disse muitas coisas controversas como…

O Presidente Trump usou muitas palavras duras. Vamos… eu acho que “pegá-las pela vagina” é bastante duro.

Esse é um bom exemplo, mas era…

Com Trump, apresentamos isso como uma conversa de vestiário. Com o capitão Bolsonaro, acho que muito disso são conversas soltas.

O que estou dizendo é o seguinte: há todo tipo de conversa solta por aí. Basta você olhar como ele se comportou nesta campanha. No primeiro turno, depois do número impressionante de votos que recebeu, você viu como o mercado de capitais e a comunidade empresarial do mundo levaram esse cara a sério. Eles perceberam que há um nível de profundidade aí.

O que ele disse sobre gays e sobre outras coisas foi… eu na verdade acho que ele vai conseguir algum apoio destas comunidades.

Se eu achasse que o que ele disse é real, que ele fosse um cara mau, certamente não o apoiaria. Caras como Trump, Salvini e capitão Bolsonaro falam abertamente coisas que chocam as pessoas, chocam o sistema, mas se você olhar para as políticas deles verá que estão tentando unir o país.

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Opinião

Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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