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Opinião

Orientadora de dissertação da Furg sobre ‘masculinidades’ responde críticas

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Susana Maria Veleda da Silva, orientadora da tese “A produção das masculinidades e socio-espacialidades de homens que buscam parceiros do mesmo sexo no aplicativo Tender em Rio Grande, RS”, produzida na Furg, respondeu às críticas feitas ao trabalho.

A resposta tem endereço direto: o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), que publicou em seu Twitter a imagem de uma dissertação de mestrado, a capa e o título do trabalho do mestrando Diego Miranda Nunes.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Suzana

A dissertação orientada por mim, está em processo de avaliação por uma banca qualificada academicamente e oficializada no PPGeo e na FURG. Em primeiro lugar, repudio todas as manifestações, que constrangeram Diego, configurando-se num assédio moral, num momento tenso na vida de qualquer acadêmico: a defesa de sua pesquisa.

Segundo, trata-se de uma pesquisa realizada com os rigores e rituais da produção científica reconhecidos não apenas em diversos campos do conhecimento nas academias dentro e fora do país, mas em ambientes extra campus.

Entre os rigores dos rituais acadêmicos, está a leitura prévia do texto completo pela banca de avaliação, a sua apresentação pelo autor em data e ambiente compatível, a arguição e o debate entre os docentes avaliadores e o responsável pelo trabalho.

Portanto, apenas e tão somente os membros da banca e o autor dispõem do texto integral.

O texto integral é resultado de um conjunto de atividades regulares realizadas no programa e de uma pesquisa qualificada em duas ocasiões: no Seminário do PPGeo e na qualificação realizada em 2018, sendo indicada, pelos membros das bancas, como uma pesquisa com todas as condições acadêmicas de ser apresentada como uma Dissertação de Mestrado em Geografia.

O processo baseia-se em um dos princípios da Ciência e em especial das Ciência humanas e da Geografia: estudar as diferentes dimensões e tensões da realidade (offline ou online), do mundo, do planeta e das relações sócio-espaciais de poder.

Categorias de análise como gênero e sexualidades, entre outras, já fazem parte do repertório teórico e metodológico da Geografia há mais de trinta anos, constituindo-se em conceitos basilares das Geografias feministas.

No século XXI, a pesquisa acadêmica deve ousar na produção de metodologias para compreender as potencialidades, os limites e as tênues fronteiras entre o que se apresenta como off-line ou online. Daí, uma diferença essencial entre a Ciência e senso comum que, em tempos passados, criminalizou estudiosos que possibilitaram conquistas para a humanidade.

Portanto, como emitir juízos de valores sem conhecer o conteúdo de uma pesquisa e mais grave, pautar o que deve e o que não deve ser pesquisado, em um país com sólida estrutura de avaliação pelo pares e ampla divulgação científica? Entendo que, nos países democráticos, outras posturas estão distantes da produção do conhecimento científico.

No plano das ideias científicas, de argumentos baseados na realidade e no acúmulo de produção acadêmica, informo que a Dissertação de Diego Miranda Nunes tem todas as condições de ser apresentada conforme os ritos acadêmicos de qualquer Instituição de Ensino Superior (IES) nacional e internacional.

Atenciosamente,

Susana Maria Veleda da Silva
(Professora do PPGeo/ ICHI/FURG)

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Opinião

Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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