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Opinião

“Amigo é quem vê em você qualidades que você ainda não tem”, como dizia Chico Xavier

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Você precisa de amigos que ouçam sem lhe julgar. Que mesmo não concordando, lhe compreendam.

Você precisa de liberdade para falar sem ser distorcido, sem usarem suas próprias palavras contra você. Que captem suas melhores intenções, ao invés de imaginarem motivações negativas. Que lhe respeitem nas divergências e mesmo quando as diferenças forem grandes, que a amizade sobreviva apesar disso.

“Amigo é quem vê em você qualidades que você ainda não tem”, disse uma vez o Chico Xavier, sinalizando que estamos em evolução e um dia seremos merecedores de pensarem bem de nós. Esse “julgamento benigno” é uma dádiva no mundo competitivo de hoje, saber que existe quem vê qualidades que nem nós mesmos acreditamos ter. Mas nem precisa tanto, sermos gostados com nossos defeitos talvez seja melhor ainda.

Ser egocêntrico é fácil e instintivo, pensar só nas próprias necessidades é o mais comum. Ser capaz de se colocar no lugar do outro é que faz a diferença, porque precisamos que alguém faça isso por nós. O que você precisa é o mesmo que eu preciso, ninguém pode viver sem empatia, sem alguém que se importe com nossos sentimentos. Empatia é um nome “científico” de se interessar pelo bem estar do outro, a base de todas as formas de afeto.

A ciência já provou que ninguém vive sem afeto, crianças no primeiro ano de vida tem uma mortalidade maior quando tem menos atenção, constataram estudos feitos em hospitais. A depressão pode matar de muitas maneiras, uma delas é a inibição do sistema imunológico, que predispõe a doenças. Outro perigo é a pessoa crescer revoltada, conflituada, o que significa maior risco de vida numa sociedade violenta como a nossa.

Sociólogos apontam que na sociedade de massas, das superpopulações urbanas, os relacionamentos são cada vez mais superficiais, descartáveis. Precisamos ser “aceitos pelo grupo” e isso nos coloca em oposição a outros grupos que pensam diferente e disputam espaço. Mas o que você precisa continua sendo o mesmo que o outro precisa.

© Montserrat Martins é médico psiquiatra

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Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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