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Opinião

“Amigo é quem vê em você qualidades que você ainda não tem”, como dizia Chico Xavier

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Você precisa de amigos que ouçam sem lhe julgar. Que mesmo não concordando, lhe compreendam.

Você precisa de liberdade para falar sem ser distorcido, sem usarem suas próprias palavras contra você. Que captem suas melhores intenções, ao invés de imaginarem motivações negativas. Que lhe respeitem nas divergências e mesmo quando as diferenças forem grandes, que a amizade sobreviva apesar disso.

“Amigo é quem vê em você qualidades que você ainda não tem”, disse uma vez o Chico Xavier, sinalizando que estamos em evolução e um dia seremos merecedores de pensarem bem de nós. Esse “julgamento benigno” é uma dádiva no mundo competitivo de hoje, saber que existe quem vê qualidades que nem nós mesmos acreditamos ter. Mas nem precisa tanto, sermos gostados com nossos defeitos talvez seja melhor ainda.

Ser egocêntrico é fácil e instintivo, pensar só nas próprias necessidades é o mais comum. Ser capaz de se colocar no lugar do outro é que faz a diferença, porque precisamos que alguém faça isso por nós. O que você precisa é o mesmo que eu preciso, ninguém pode viver sem empatia, sem alguém que se importe com nossos sentimentos. Empatia é um nome “científico” de se interessar pelo bem estar do outro, a base de todas as formas de afeto.

A ciência já provou que ninguém vive sem afeto, crianças no primeiro ano de vida tem uma mortalidade maior quando tem menos atenção, constataram estudos feitos em hospitais. A depressão pode matar de muitas maneiras, uma delas é a inibição do sistema imunológico, que predispõe a doenças. Outro perigo é a pessoa crescer revoltada, conflituada, o que significa maior risco de vida numa sociedade violenta como a nossa.

Sociólogos apontam que na sociedade de massas, das superpopulações urbanas, os relacionamentos são cada vez mais superficiais, descartáveis. Precisamos ser “aceitos pelo grupo” e isso nos coloca em oposição a outros grupos que pensam diferente e disputam espaço. Mas o que você precisa continua sendo o mesmo que o outro precisa.

© Montserrat Martins é médico psiquiatra

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Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

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Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

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Opinião

De fato, Pelotas “mudou”

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Às vezes encontro com pessoas que estão voltando a morar em Pelotas. É comum comentarem isso: “Pelotas mudou. Havia uma vibração visível. Tinha uma intelectualidade… hoje não tem mais. O Sete de Abril, mesmo, está fechado… há 14, 13 anos… é isso mesmo?”.

Aqui vão sete coisas que parecem ter mudado a vida em Pelotas. Nem pra pior nem pra melhor. Apenas a vida mudou.

1. Condomínios fechados: as pessoas se preocupam mais com o condomínio do que com o passeio público. Com sua vida em seus espaços fechados ou, se abertos, integrados, como o Parque Una.

2. Alunos da UFPel vêm de fora por causa do Enem. Vão embora nas férias e no fim do curso. Não são daqui. Não chegam a formar um elo emocional forte com a cidade.

3. Professores da UFPel vêm de fora.

4. A cidade se espalhou.

5. A população está envelhecendo.

6. Digitalização da vida, com trabalho remoto.

7. Globalização, compras pela internet, streaming.

O mundo mudou.

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