Opinião
A cápsula Yolanda Pereira do Nosso Orgulho
Publicado
5 anos atráson


A cápsula | Foto: Gustavo Vara
Ontem acharam uma cápsula do tempo enterrada há 88 anos na Praça Coronel Pedro Osório, debaixo de um monumento em homenagem à Miss Universo de 1930, Yolanda Pereira.
O achado arqueológico, contendo mais homenagens à Yolanda, foi ali posto um ano depois da garota pelotense de 20 anos de idade receber a coroa e o buquê de flores na pérgula da piscina do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, num dia de sol intenso.
Circulou que houve a previsão de que a cápsula fosse aberta 50 anos depois, o que seria em 1981; sendo assim, ninguém se lembrou de desenterrar até ontem, quando doze pessoas, prefeita Paula entre elas, acompanharam a exumação.
Por curiosidade, em 1981 o prefeito era Irajá Rodrigues, a quem a história acaba de acrescentar um dado à biografia: o de ter sido o prefeito que se esqueceu de convocar os arqueólogos no cinquentenário do desenterramento; oficialmente, a autoridade máxima que “esqueceu Yolanda”, embora todos os sucessores no Paço se tenham esquecido do resgate.
A caixa foi trazida à lembrança graças ao interesse de um pesquisador. Fuçando documentos, Guilherme Pinto da Almeida encontrou referências à cápsula, publicadas no Almanaque do Bicentenário da Cidade, lançado em 2012, anos dos 200 anos.
Alertada pelo Almanaque, aproveitando as obras na praça, prefeita Paula mandou conferir se a caixa existia, e lá estava ela, aquela típica incrustação de madeira em meio aos laranjas da pedra partida, um caixãozinho em seu repouso.
O que conterá a caixa?
Tem-se uma ideia, pelo que descobriu o pesquisador. Mas, exatamente, só se saberá depois que for aberta.
No momento estão preparando as condições ideais para abri-la sem que se danifique o interior.
Além da própria caixa, que teria sido descrita numa Ata como uma “caixinha de ferro, esmaltada de azul e ouro, presa à chave uma fita com as cores gaúchas – oferta da ‘Fundição e Mecânica’, de Santos, Sica & Cia., haveria a própria Ata, com a relação por escrito das informações referentes à caixa e aos itens depositados no interior, supostamente assim:
- Um excelente retrato do Studium Inghes, da Miss, com autógrafos.
- Clichês das moedas de prata que o Ministro da Fazenda, Dr. José Maria Whitaker, mandou cunhar, com a efígie de Miss Universo 1930, representando a Segunda República;
- Números do[s periódicos] ‘O Libertador’, Diário Popular’, ‘Correio Mercantil’, ‘Opinião Pública’, ‘A Luz’, Diário de Notícias’, ‘A Noite’, que se ocupam de Yolanda Pereira, em sua campanha de Miss, e um exemplar do ‘Almanaque de Pelotas’, que traz um magnífico resumo dessa campanha.
Um trecho da Ata diria que o gesto de enterrar a cápsula foi uma forma de comemorar os gloriosos feitos da senhorinha Yolanda Pereira, filha desta cidade, que sucessivamente obteve, em sensacionais prélios, os títulos de “Miss Pelotas”, “Miss Rio Grande do Sul”, “Miss Brasil”, “Miss Universo”.
Esta terça-feira, portanto, não deixa de ser histórica.
Pode-se dizer que Pelotas se reencontrou por um momento com a memória de sua beleza. A curiosidade do achado acendeu a curiosidade diante de algo que segue uma incógnita, já que falta levantar a tampa.
Pro meu tipo de humor, eu adoraria que, quando abrissem a caixa, saltasse de dentro dela uma daquelas cobras feitas de mola, pra assustar. Mas, claro, pela ação do tempo, as molas já teriam fatigado.
Se o tempo não foi muito inclemente, encontrarão ali recordações de nosso triunfo mundial, tributos a uma senhorinha que foi ao cume na passarela, no auge físico dos 20 anos de seu encantamento de então.

Yolanda Pereira
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© Rubens Spanier Amador é jornalista.
Facebook do autor | E-mail: rubens.amador@yahoo.com.br
Jornalista. Editor do Amigos. Ex-funcionário do Senado Federal, do Ministério da Educação e do jornal Correio Braziliense. Prêmio Esso Regional Sul de Jornalismo. Top Blog. Autor do livro Drops de Menta. Fã de livros e filmes.

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Cultura e entretenimento
Anatomia de uma queda, o vencedor da Palma de Ouro. Por Déborah Schmidt
Publicado
1 semana atráson
25/11/23Por
Déborah Schmidt
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