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Brasil e mundo

E os presídios, ministro Moro?

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Germano Rigotto

 A segurança é pauta prioritária do governo Bolsonaro – e esse foi um dos motivos que o fez ganhar a eleição. Nos primeiros meses de gestão, o ministro Sergio Moro apresentou um projeto anticrime com diversas medidas importantes. Entretanto, são inexistentes ou tímidas as iniciativas para criar um novo sistema prisional no país. E, paradoxalmente, é nesse ponto que está o maior gargalo.

No atual modelo, em curto prazo, o aumento da população carcerária torna ainda mais insustentável a situação das casas prisionais. Evidente que os bandidos devem continuar sendo presos, mas não se pode ignorar que estão sendo depositados numa escola de qualificação do crime. O ambiente agrava o potencial violento de pessoas que já chegam degradadas pelo vício em drogas, pela desordem familiar, pela pobreza ou pelo desconforto existencial – ou por tudo isso ao mesmo tempo. Um vulnerável encontra ali o lugar propício para ampliar suas mazelas.

A imprensa gaúcha abordou problemas que não ocorrem apenas no Rio Grande do Sul: presos em viaturas e em delegacias aguardando vagas, além da influência das facções dentro das cadeias. Criminosos primários são misturados aos de alta periculosidade. Portanto, faltam presídios, e os que existem estão colapsados. O sistema todo precisa ser alterado.

Isso passa, diretamente, pelo pesadíssimo investimento na construção de mais casas prisionais e pelo uso da tecnologia. Ou seja: projeto, verba, diminuição de burocracia e modernização. A iniciativa e o comando, tanto político como orçamentário, cabem ao governo federal, que precisa criar uma política consistente e rápida para esse enfrentamento. A propósito, há métodos construtivos eficientes, inclusive desenvolvidos aqui no Estado, que levantam presídios em menos de um ano.

Claro que precisamos mudar a legislação penal e de execução penal. A população pede leis mais duras contra a criminalidade. Mas, antes ou ao mesmo tempo, o sistema prisional precisa ser ampliado e reformulado. Bolsonaro e Moro estão legitimados para fazer isso acontecer. A pauta deve voltar para a fila de prioridades. Não pode ficar em segundo plano; é para ontem!

Germano Rigotto é ex-governador do Rio Grande do Sul, presidente do Instituto Reformar

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UFPel entregou título de Dr. Honoris Causa a Mujica

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Discretamente, na sexta passada, a direção da UFPel viajou ao Uruguai para entregar a Pepe Mujica o título de Doutor Honoris Causa. A notícia foi divulgada ontem, terça, no site da Universidade.

Algumas frase dos dirigentes universitários presentes à homenagem, às vezes em tom juvenil:

“Pepe é um grande exemplo de pessoa que consegue lutar por direitos humanos, justiça social e democracia. Resistiu bravamente aos movimentos da ditadura e, como um jardineiro, sempre plantou a esperança, a luta e a vontade dessa luta em cada companheiro. Ele planta hoje a esperança para os nossos jovens”.

“Muito obrigada por ser quem é, muito obrigada por nos inspirar a defender a educação como uma forma mais poderosa de semear o futuro”.

“A visão humanista de Mujica ressoa profundamente com os ideais que nós da Universidade Federal aspiramos cultivar, nossa instituição sempre se pautou na crença de que a educação é a base para uma sociedade mais justa e igualitária, as bandeiras defendidas por Mujica colocam o bem-estar humano e a preservação do planeta acima do materialismo e do consumo desmedido e enlouquecedor, inspiram nossos esforços e reafirmam o nosso compromisso com a busca por dias melhores”.

***

Cmt meu: Mujica é de fato um homem incomum. Coerente. Vive modestamente, de acordo com suas ideias. Há nele uma ausência de vaidades materiais que chega a ser comovente. Se morasse em Pelotas, e fosse professor de Universidade, jamais o veríamos, por exemplo, no Dunas Clube, à beira da piscina, tomando cerveja depois de disputar uma partida de tênis – em greve por salário ainda mais alto do que os que já receberia (R$ 20 mil, digamos), pensando em justiça social num país de esmagadora maioria pobre, com ganhos mensais médios de R$ 3 mil.

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Na cerimônia, Mujica disse: “Sigo confiando em los hombres, a pesar que todos los dias me deconcertan”.

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Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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