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Opinião

UFPel fará novo debate sobre Future-se. Até aqui prevalece a rejeição ao que consideram “ataque às universidades”

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Na tarde de ontem foi a vez do Campus Anglo receber um debate sobre o Programa Future-se, do MEC. Mais de 200 pessoas assistiram às manifestações do ex-reitor da UFRJ Roberto Leher, do professor do curso de Economia da UFPel Marcelo Passos e do acadêmico Hugo Gonzalez, representante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade.

O debate teve a coordenação e mediação do reitor Pedro Hallal e foi transmitido pelo Facebook.

Mais um encontro está programado para o dia 16 de outubro, às 10h, no auditório da Faculdade de Agronomia, no Campus Capão do Leão, com palestrantes a confirmar.

Ao abrir o encontro, o reitor lembrou a elaboração, na Universidade, de documento com análise detalhada sobre o programa e que os Conselhos Superiores da UFPel, Consun e Cocepe, já emitiram Notas sobre o tema.

Plebiscito

Hallal trouxe a informação que o Governo está reestruturando sua proposta e deverá apresentar a nova versão do Future-se, aos reitores, no dia 16 de outubro. O reitor recordou novamente que, caso haja necessidade, será realizado plebiscito na Universidade para decidir se a Instituição adere ou não ao Programa.

Ainda em suas manifestações durante o evento, Hallal disse que, conforme informações da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior), 40 universidades já se pronunciaram contra o programa e apenas uma favorável, mesmo assim através de sua reitora, e não pelos conselhos.

O reitor foi enfático ao falar sobre as questões envolvendo o Future-se. “Não devemos cair na armadilha de pensar ou aceitar alternativas ao Future-se. A única opção possível é continuar como está agora, sempre pensando na qualificação das universidades”, preconizou.

Ataques às Universidades

O ex-reitor da UFRJ pensa que o Programa Future-se deve ser entendido dentro de um contexto de ataques às universidades públicas, de ações hostis ao Conhecimento, à Ciência e à Tecnologia. “Há uma lógica de destruição de uma concepção que vem da Revolução Francesa, do Iluminismo”, afirmou. Para Leher, as ações não são folclóricas. “Tem algo mais denso, mais profundo por trás de tudo”, alertou.

Ele diz que o projeto inclui a destruição da inteligência do Estado. E citou casos de órgãos como o Inpe, o IBGE, a Ancine, o Inep, o BNDES e a própria Petrobras, que sofreram intervenções prejudiciais, na visão do ex-reitor. Ele chamou este processo de descomplexificação do Estado e lembrou os cortes de recursos impostos pelo Governo Federal.

Criticou a proposta de passar a gestão das universidades a organizações sociais, que é uma premissa do Future-se. Ele diz que, desta forma, haverá uma transferência de poder sobre as atividades de Ensino e Pesquisa a estas organizações e alertou para o perigo da perda da autonomia universitária, deixando as instituições sujeitas aos humores dos Fundos de Mercado.

Quanto ao financiamento privado, disse que as empresas acabam por não aportar dinheiro delas próprias e que os recursos acabam sendo de origem estatal mesmo. “Não sou contra a interação com o setor empresarial, desde que a Universidade atue conforme seus interesses acadêmicos”, sublinhou.

Leher chamou a atenção ainda para o que ele considerou como uma ameaça à democracia, a possibilidade de substituição de gestores que estiverem em desacordo com os parâmetros de eficiência colocados no projeto.

Carta de Intenções

Conforme o professor Passos, do curso de Economia, o Future-se é uma carta de intenções com algumas propostas interessantes, mas sem detalhamento. Para ele, o projeto, cuja aprovação no Parlamento é uma dúvida, deverá ser modificado no Congresso.

Ele afirmou que rejeitar a proposta como está agora seria um passo a ser tomado e que a não aceitação pela maioria das universidades é um sinal forte disso. Entretanto, disse que algumas medidas sugeridas no Programa são de bom senso, para levar a uma maior eficiência das instituições, mas que não sabe se dariam certo, pois a proposta que foi tornada pública pelo Governo não detalha estas ações.

Também fez uma análise do que levou o MEC a propor o Programa, no contexto da troca de titulares da pasta e da necessidade de o Governo aprovar a Reforma da Previdência, também falando, da mesma forma que o ex-reitor da UFRJ, em ataque às universidades.

Destruição

Para o estudante Hugo Gonzalez, o Future-se é a “destruição da Universidade Pública”. Ele observou que o projeto tira do Estado o dever de fornecer os recursos necessários à Educação e passa esta obrigação para setores que não têm o menor interesse nisso.

Hugo frisou que a proposta deste programa sequer cita Ensino, Pesquisa e Extensão e a importância da interdisciplinaridade. “A que propósitos servirá a Universidade?”, questionou. Ele disse que defende a universidade inclusiva e capaz de ser instrumento de construção de uma nação soberana.

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Opinião

Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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