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Opinião

Quebra-cabeças … haja cabeça! Por Neiff Satte Alam

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O menino, depois de várias tentativas, subiu em uma cadeira e retirou da parte de cima do armário uma sacola. No interior da sacola tinha dezenas de peças de vários quebra-cabeças totalmente misturadas, chegou a causar um certo desânimo no menino. Mas, como se sabe que criança não desiste tão facilmente, o menino abriu um espaço sobre a mesa da cozinha, por ser a maior da casa, e tranquilamente começou a separar as peças.

Recordando-se de cada um dos quebra-cabeças, que certamente já havia montado em momentos anteriores, foi separando as peças em pilhas distintas. A primeira tentativa foi um pouco complicada, pois tinham peças parecidas, estas ele deixou separadas, pois, quando iniciasse a montagem, poderia se utilizar daquela pilha alternativa.

O início foi complicado, mas o desafio era maior do que as dificuldades impostas pela situação. Rapidamente percebeu que quebra-cabeças mais antigos já não poderiam ser montados em razão de falta de peças, perdidas sabe-se lá onde. O menino, com a experiência obtida nas montagens anteriores e com a persistência e dinamismo da juventude, foi logo montando um a um os quebra-cabeças.

Alguns determinaram maior dificuldade, dois ou três foram complicados de serem montados, pois as peças de ambos eram muito parecidas (embora não iguais), dois deles não puderam ser completados, faltavam peças ou estavam danificadas.

Em meio a montagem de determinado quebra-cabeças, o gato da casa, de forma mansa, como só os gatos sabem ser, desmanchou parte do trabalho que o menino estava concluindo. Depois de muito trabalho e jeito, conseguiu livrar-se do bichano que, contrariado, ficou a observá-lo em um canto da cozinha.

Sentados junto a mesa, os pais do menino observavam toda a cena e perceberam como o menino, tão jovem, já conseguia controlar toda aquela situação, driblar as dificuldades, afastar com maestria o gato e levar ao término a difícil missão de montar tão complexos quebra-cabeças.

Hoje, milhares de Prefeitos do país inteiro estão com esta complicada e complexa missão de remontar seus governos,verdadeiros quebra-cabeças políticos, muitos terão, como este menino, a experiência para chegar a bom termo nesta nada fácil tarefa, mas que será um bom exercício para os quebra-cabeças que surgirão durante os próximos anos de… Haja cabeça!

* Neiff Satte Alam é professor Universitário Aposentado – UFPEL Biólogo e Especialista em Informática na Educação.

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Opinião

Decisão surpreendente a da prefeita!

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Foi surpreendente, e até chocante, ver a prefeita Paula Mascarenhas tentando na prática dar um terreno valioso do Município para a Associação Rural. Ela quer dar de mão beijada uma área da prefeitura do tamanho de 25 campos de futebol profissional (25 hectares), para que seja comercializada. Quer ceder a terceiros uma gleba pública, e daquelas dimensões, como se fosse propriedade sua.

O juiz Bento Barros não concordou com a transação. Mandou parar tudo e, em seu despacho, ainda mandou uns recados indiretos à prefeita. Mencionou a crise financeira da prefeitura e relembrou a ela da possibilidade legal de que venda (por licitação) o terreno que a Rural pretende comercializar, o que, no caso em questão, seria o lógico e esperado de um gestor atento ao interesse público.

O terreno, em valor estimado ao redor de R$ 100 milhões, teria por finalidade um vultoso empreendimento imobiliário na Rural — não um fim social, como o originalmente previsto na cessão da área. Um negócio que, se consumado, seria típico do Brasil, possível graças à mão caridosa e amiga do Estado. Pior é que o projeto de lei do Executivo autorizando a transação já tinha passado numa comissão da Câmara. Vereadores, que no papel são fiscais do interesse público, estão apoiando…

SABE LÁ DO QUE SE TRATA ISSO?

Há milhões de motivos para preocupações.

Ainda falta muito para o Brasil ser uns Estados Unidos, onde o empreendedorismo é tão admirado pelos nossos liberais. Se é que seria possível uma empreitada semelhante.

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Cultura e entretenimento

Anatomia de uma queda, o vencedor da Palma de Ouro. Por Déborah Schmidt

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 Samuel (Samuel Theis) é encontrado morto na neve do lado de fora do chalé isolado onde morava com sua esposa Sandra (Sandra Hüller), uma escritora alemã, e seu filho Daniel (Milo Machado Graner), de 11 anos, com deficiência visual. A investigação conclui se tratar de uma “morte suspeita”, pois é impossível saber ao certo se ele tirou a própria vida ou se foi assassinado. Sandra é indiciada e acompanhamos seu julgamento que expõe o relacionamento do casal. Entre o julgamento e a vida familiar, as dúvidas pesam sobre a relação da mãe com seu filho.

Com um começo instigante, Anatomia de uma Queda coloca dúvidas na cabeça do espectador: Samuel caiu acidentalmente do chalé ou cometeu suicídio? Ou será que foi empurrado por Sandra? Ao longo de 2h e meia, o filme desenvolve sua narrativa sem pressa e de forma complexa, focada nos diálogos. A primeira parte explora a investigação e a reconstituição da morte de Samuel, enquanto que na segunda temos o julgamento, com Sandra suspeita e acusada do assassinato do marido, tendo que provar sua inocência com ajuda de Maître Vincent Renzi (Swann Arlaud).

A diretora Justine Triet acerta em cheio ao trabalhar com diferentes versões, sem nunca apresentar uma verdade definitiva e nem respostas prontas. O roteiro de Triet e Arthur Harari, seu marido na vida real, foi uma colaboração perfeita ao explorar a intimidade do casal e a relação, muitas vezes abusiva, entre eles.

Em uma das grandes atuações do ano, Sandra Hüller tem uma performance poderosa. Falando em inglês, com dificuldade em francês e sem poder falar em sua língua materna, ela passa por todas as nuances de sua personagem e, ao lado do jovem Milo Machado Graner, conferem à narrativa uma profundidade impressionante.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e forte candidato ao Oscar, Anatomia de uma Queda é um angustiante estudo de personagens que desvenda as complexidades das relações humanas.

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