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Opinião

Paula sob pressão de vereadores

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Um grupo de vereadores foi se queixar pessoalmente à prefeita Paula Mascarenhas, nesta quinta-feira (28).

Foram reclamar, dizem, do tratamento que têm recebido de secretários de governo, sobretudo de Luiz Longaray, da Assistência Social, e de Flávio Al Alam, dos Transportes e Trânsito, pedindo cabeças inclusive.

Reclamam que Longaray teria se referido a alguns vereadores como “lixo” num grupo de WhatsApp.

De Flávio, reclamam que foi grosseiro com a vereadora Daiane Santos, do PSB, ao ponto, segundo ela, de bater a mão na mesa ao responder que não poderia atender os pleitos dela porque o governo não tem dinheiro.

Não há confirmação de que Longaray tenha usado a palavra “lixo”. Já Flávio nega que tenha destratado Daiane.

Toda essa pressão do grupo de vereadores ocorre na semana que antecede a votação de projeto da prefeitura que cria uma taxa pelo fornecimento de iluminação pública, o que dá margem à interpretação de “chantagem política”.

Em tese, se Paula não tomar providências, poderia vir a ter problemas para aprovar a taxa na Câmara, o que tenderia a agravar o problema da falta de dinheiro da prefeitura, com reflexos negativos para sua candidatura, considerando que concorra à reeleição.

Como política é cálculo, não se estranhe, portanto, se Paula, que enfrenta um mau momento, hoje sem condições de pagar os servidores em dia, vier a afastar algum secretário para aplacar o apetite dos reclamantes.

A um ano da eleição, com o governo fragilizado, lentamente um clima de guerra vai se instalando em várias frentes.

As pressões contra o Executivo se avolumam. Nesta sexta-feira, haverá um ato em frente da prefeitura para cobrar soluções para o caso de supostas fraudes nos exames citológicos de pré-câncer (papanicolau), há mais de um ano sem resultado. Já o Sindicato dos Municipários vem batendo forte no governo por causa do atraso nos salários, conseguindo vitórias na justiça para que o pagamento seja feito em dia.

Quem acompanhou a sessão na Câmara de Vereadores hoje, testemunhou ânimos exaltados, com o vereador Roger Ney e um homem que acompanhava a sessão quase chegando às vias de fato. O manifestante – retirado da Casa – compunha um plenário lotado que monitorava as discussões, entre elas a que motivou o quase-confronto físico (o vocal houve e foi pesado): o pagamento do 13º salário aos servidores.

A prefeitura diz que só poderá pagar integralmente o 13º aos servidores que contraírem empréstimo no Banrisul, a juros menores especiais. Quem não o fizer, porque não quer, está impedido por alguma pendência com o banco ou não possui conta na instituição, receberá o 13º em dez parcelas, ao longo de 2020.

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

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Opinião

Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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