Opinião
Marcelo Bagé, uma liderança da nova direita pelotense
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4 anos atráson
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Da Redação
Marcelo Bagé, nascido há 37 anos na rainha da fronteira (daí o Bagé, apelido que assimilou ao nome), morador de Pelotas desde 2004, é uma das faces na nova direita na cidade. Direita verdadeiramente Direita, diz.
Presidente do partido Patriota na cidade, Bagé começou sua vida profissional no Exército brasileiro, onde foi sargento de carreira. Mais tarde, ingressou no Judiciário Federal como técnico e onde hoje exerce o cargo de Oficial de Justiça.
Formou-se em Direito e em Medicina Veterinária, cursou especialização em Direito Constitucional e hoje cursa pós-graduação em clínica médica de pequenos animais. Nunca exerceu cargo político, eletivo ou não.
Embora tenha cursado Direito, vive de dois trabalhos: como servidor federal concursado e como Médico Veterinário, clínico de pequenos animais.
- Desembargador mantém suspensão de projeto de lei da prefeita Paula que autorizava Associação Rural a construir loteamento em área doada pelo Município
- Artigo que proíbe venda de terreno doado à Rural buscou preservar o interesse público e a reputação do governante
- Dia Nacional da Doceira agora é lei
- Região Sul entra em alerta laranja de tempestade
- Deltan palestrará em Pelotas na próxima sexta, 8
Como começou seu envolvimento com a política?
Foi a partir de 2014, final do ano, tomado por um sentimento de indignação com o que era revelado pela Lava Jato, um sentimento de que a política não contemplava os interesses da coletividade. Foi chocante ver a quantidade absurda de agentes públicos envolvidos em corrupção, além da gestão incompetente e deturpação de valores, coisas que se refletiam direta e negativamente na vida das pessoas. Nesse momento, senti necessidade de me envolver mais com a política, participar mais ativamente.
Foi então que ingressei no MBL (Movimento Brasil Livre), me engajando ativamente no movimento pró-impeachment de Dilma Rousseff e no combate à corrupção. Entendi que Dilma era uma presidente desonesta, que tinha praticado crime de responsabilidade e que precisava sofrer o processo constitucional de impeachment. A partir dali, juntamente com outras pessoas que compartilhavam da mesma indignação, começamos a construir uma alternativa política à direita.
Tu és de direita ou é Bolsonarista?
Eu me encontro à direita e vejo em Jair Bolsonaro o expoente máximo deste espectro político, o grande líder, pois, além da visão econômica liberal, menos estatista, com maior liberdade econômica, somos conservadores, com uma postura de firme defesa da família, do patriotismo, civismo, da vida, da segurança pública e da legítima defesa como direito do cidadão.
Como disse, sou conservador, defendo as bandeiras da base de JB, e, ao mesmo tempo, defendo uma economia de mercado que valorize o empreendedorismo, que reduza a carga tributária, que não achate a vida do empreendedor e, por conseguinte, que gere dignidade e emprego às pessoas.
Te envolveste diretamente na campanha de JB?
Sim, diretamente, trabalhando desde a pré-campanha dele, e, felizmente, conseguimos elegê-lo. Agora vem a nova etapa. Se nós perdermos a mobilização em torno da agenda do atual governo, o projeto como um todo pode fracassar e as esquerdas voltarem ao poder.
Muitos como eu entendem que precisamos solidificar nos municípios e estados essa linha conservadora, à direita, para dar sustentação ao presidente, eleger seu sucessor ou ele próprio novamente.
A esquerda não tem projeto de país, de nação, mas sim projeto pessoal de poder, norteado pela ideologia. Nós nos contrapomos a isso. E estamos trabalhando nomes que tenham a mesma visão, para ocupar espaços e construir essa base firme que tanto sonhamos para o avanço das ideias conservadoras.
Pelo que pesquisamos, hoje estás desligado do MBL. Saiu por quê?
Fui do MBL em 2015, saí por incompatibilidade de ideias. Considero que o movimento perdeu sua essência, se distanciou da pauta conservadora, se distanciou de Jair Bolsonaro, o grande expoente que surgia com viabilidade de derrotar as esquerdas.
Eu sempre fui seguidor de JB; isso foi para mim um divisor de águas. Tive uma rápida passagem pelo PSDB, num momento em que entendia ser o único espaço partidário disponível para enfrentar o PT. Não me sentindo contemplado pelo ideário partidário, um tempo depois, me filiei ao PSL e, agora, ao Patriota.
Saí do PSL porque entendi não haver mais espaço para construir as coisas em que acredito, dentro do partido. Formalmente, sai junto com Bolsonaro, mas já estava afastado havia alguns meses.
O Aliança pelo Brasil, novo partido em formação em torno do ideário Bolsonarista (liberal-conservador), está no seu horizonte?
No futuro, provavelmente, estaremos compondo essa grande aliança pelo Brasil. Pode ter certeza de que estarei sempre junto com outros para dar sustentação ao presidente Bolsonaro.
Pelo que se sabe, pretendes concorrer a vereador pelo Patriota. Acredita que uma candidatura de direita, conservadora, que rejeita o paternalismo do estado, tem chance de sucesso no ambiente populista como é o da política local?
Ao longo do tempo o sistema foi construído para favorecer a troca de favores; um buraco tapado a pedido de um vereador pode render votos, uma determinada família fica agradecida. Acredito, porém, que é preciso mudar isso.
Pensamos em construir uma nova forma de fazer política. Nós queremos mudar o sistema. É preciso pensar no geral, no coletivo, e não no particular. A função do vereador é legislar, fiscalizar, propor demandas, cobrá-las. Se trabalhar de forma efetiva, se fizer bem feito seu trabalho, o vereador vai melhorar a vida de toda a comunidade. Hoje vemos muito isso, um vereador representa um tal segmento, ok, pode representar, mas ele pode e deve trabalhar pautas para contemplar toda a comunidade. Ele precisa lembrar que não atua para a ou b, mas para toda a cidade.
Um vereador pode mais: pode contribuir para buscar recursos para a cidade, legislar de olho na atração de investidores, recebê-los de braços abertos. Por exemplo, a Havan (loja, prestes a ser inaugurada na cidade). Eu e colegas, mesmo sem mandato, nos envolvemos com a questão, fomos às redes sociais – fizemos algo que era função dos vereadores, que se mostraram desmobilizados sobre essa questão.
Por falar em Havan, tens publicado vídeos ao lado do Luciano Hang, com mensagens dele para Pelotas. Há alguma relação política entre vocês?
Eu o procurei como cidadão, quando algumas resistências sindicais dos comerciários pareciam querer impedir a vinda da loja. Claro, o procurei também porque tenho a mesma visão dele sobre a necessidade de desburocratizar o Brasil para favorecer a dinâmica econômica.
Eu o procuro, ele me atende, estabelecemos uma relação mais próxima por compartilharmos dos mesmos valores e defendermos os mesmos princípios: um país que gere empregos, que respeite os valores, os princípios, e que se mantenha distante do totalitarismo defendido pelos regimes de esquerda.
Luciano diz coisas que queremos para Pelotas, como a desburocratização da administração, o fomento ao empreendedorismo, que Pelotas seja atrativa para investidores, que tenhamos mais emprego, maior dignidade, melhor assistência à saúde, educação e segurança, que são os pilares essenciais.
Acredita mesmo que é possível mudar a forma de fazer política?
Precisamos trabalhar de forma diferente, sem pessoalizar, sem conchavar. Precisa acabar isso de se votar em alguém porque esse alguém vai dar algo em troca. Precisa de uma visão diferente, de uma visão coletiva, uma construção coletiva.
Como analisas a maneira como a cidade vem sendo administrada?
Na minha opinião, a gestão Paula é péssima. Considero uma gestão incompetente. Na hora de recolocar finanças em ordem, ela pensa em reduzir direitos dos servidores, atrasa salários, quer aumentar a carga tributária (taxa de iluminação). Pois eu acredito que, ao invés disso, o governo deveria antes cortar na própria carne.
A gente sabe que tem excesso de cargos de confiança (372 cargos, ao custo de R$ 1,3 milhão mensais, segundo dados de outubro passado). Para começo de conversa, deveria ser feita uma reorganização administrativa, começando por um corte drástico no número de ccs, ao invés do simples repasse da conta da má gestão à sociedade. Vejo um mau direcionamento de recurso, uma assistência à saúde deficitária, basta entrar no Pronto Socorro, é deprimente.
Precisa melhor gestão, maior eficiência. Além disso, vemos obras finalizadas com acabamento ruim. Vereadores da base do governo, inclusive, divulgam vídeos de obras mal acabadas. Obras terminadas há dois meses, já com problemas. A gente precisa de um governo atuante, que cobre das empresas.
Falaste em reduzir o número de CCS. E os consultores, achas que são necessários?
O quadro de servidores é extremamente qualificado. Existem muitos servidores que poderiam prestar os mesmos serviços prestados hoje à prefeitura por consultorias. Acho desnecessário, portanto, a consultoria. Acho que deveriam valorizar o servidor, aproveitando sua qualificação.
Tu defendes a formação de governos com base no critério técnico. Acha isso viável no modelo atual de composição partidária?
Pelotas é convencional na hora de montar governos. Pesa sempre a indicação política dos partidos. Até pode haver, e há, nos partidos, pessoas qualificadas para gerir. A questão é que a indicação partidária não deveria ser o primeiro requisito e sim a qualificação técnica.
Em primeiro lugar, um governo, acredito, tem que ser técnico, competente. Existem os ccs indicados pelos partidos da base, ok, embora hoje sejam em número demasiado. Só que, para cargos-chave de primeiro e segundo escalão, o governo deveria buscar primordialmente a qualificação técnica, a experiência. Não basta o partido indicar.
Nós defendemos o governo técnico. Bolsonaro faz assim e acho que deveria ser feito também nos municípios. Por exemplo, Damares (Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), e Weintraub (Abraham, da Educação), não têm filiação partidária.
Voltando ao Bolsonaro, tu te dizes um seguidor dele. Que tipo de seguidor tu és?
Procuro ser esclarecido. Uma das coisas que mais admiro em Bolsonaro é que ele não criou um personagem de si mesmo, como foi feito com Lula, com as magias marqueteiras do Duda Mendonça, para se tornar palatável, como ocorreu em 2002. Ali se construiu um personagem. Já Bolsonaro é o que é desde sempre. Eu comecei a acompanhá-lo ali por 2012, no começo como uma figura diferente, porque se contrapunha ao politicamente correto. Desde então, ele é o mesmo. Reclamam que o presidente fala demais, que exagera, mas ele está sendo ele mesmo, transparente, honesto, e isso me deixa seguro. Ele pode errar, como todos nós, mas também sabe voltar atrás quando acontece. Isso é importante. Bolsonaro me representa, por ser o grande líder do projeto transformador, ou melhor, resgatador em que acredito, também por essas qualidades. Pode-se reclamar dele por isso e aquilo, mas nunca que ele desviou dinheiro ou que fez conchavos, é uma figura autêntica, mesma pessoa na vida pública e na vida privada.
Certezas definitivas na política são possíveis?
Olha, a gente se decepciona muito. Mas eu tenho convicção, neste momento, de que o Brasil está no rumo certo. Nós precisamos trazer esse mesmo rumo para o município. Um exemplo: um dos pilares desde a campanha de Bolsonaro é a revisão do Pacto Federativo. Menos Brasília e mais Brasil, mais município. Isso é estrutural para o País. O sistema hoje está orquestrado para que os municípios estejam sempre com pires na mão, suplicando emendas de deputados. Precisa mesmo de uma revisão do Pacto Federativo, para que o município tenha autonomia da gestão. Tem que acabar isso de deputado ter de votar de acordo para receber emenda, pois é no município que o recurso é gerado, é na ponta que se trabalha, se paga o tributo, então é aqui que tem de ficar a maior parte dos recursos.
Tu te consideras um neoliberal?
Não gosto desse termo. Sou conservador e defendo uma política econômica que dinamize o mercado, com maior liberdade econômica, políticas de incentivo ao empreendedorismo e defesa da propriedade privada. Minha proposta é coincidente com o governo federal, tendo a economia americana como parâmetro. O Brasil é viciado no paternalismo estatal.
Paulatinamente, é necessário desconstruir essa cultura, que limita a ousadia e a criatividade. As pessoas têm de reconquistar sua autonomia, saber que podem caminhar sem que o estado forneça tudo. Temos de valorizar, fortalecer e investir no indivíduo. É o que o general Mourão fala: “Nós [Estado] daremos a ordem e vocês, o povo, é que construirão o progresso. Lá em cima falaste em Direita moderna.
Pode explicar mais isso?
Queremos romper com essa ideia de direita associada ao poder econômico, muito comum no Brasil. Quando digo que somos uma direita moderna é porque não temos vícios, porque há no Brasil pessoas de direita em todas as classes sociais.
No Brasil, graças àquela hegemonia de discurso das esquerdas, as pessoas foram induzidas a confundir a direita com a riqueza. Não necessariamente há correspondência, inclusive porque, durante os governos do PT, os ricos ganharam muito dinheiro, aliás, nunca ficaram tão ricos quanto nos governos de esquerda.
Ser de esquerda sempre foi um grande negócio para alguns que se aproximaram do poder e se locupletaram dele (algumas empreiteiras, frigoríficos, dentre outros). O PT, para se manter, precisava do aval do mercado, e parte deste ajudou e incentivou a sua permanência no poder, apostando na oferta de crédito para consumo, sem produzir riqueza sustentável.
Por um tempo parecia que estava dando certo, os menos favorecidos tiveram acesso a produtos que antes não tinham, como o carro e passagem de avião. Os ricos, os bancos, se locupletaram por um tempo até que veio o inédito rombo nas contas públicas e a maior recessão da história do País.
Nós somos direita na essência. Eu mesmo não sou rico, nem perto disso, tenho origem bastante humilde, conheço de perto as dificuldades da maioria das pessoas e tenho dois trabalhos, a fim de fazer frente às despesas da família. Consegui progresso individual baseado no estudo e na dedicação. Minha vida tem 15 horas diárias de trabalho.
Algumas postagens tuas, por vezes, parecem pegar pesado. Concordas?
Não sou agressivo. O que acontece é que nós vivemos por longo tempo um período de hegemonia cultural e midiática da esquerda. A esquerda definiu o que é certo e errado. Criou até mesmo sua própria direita, o PSDB. O PSDB é um partido de centro esquerda, mas foi a “direita permitida” por muito tempo.
As esquerdas tiveram a hegemonia do discurso, o domínio das mídias, o domínio cultural, nas escolas, nas universidades. A esquerda organizou a vida do país e do continente. Quando surgiu o contraponto com Bolsonaro, nós precisávamos ter uma certa agressividade, porque precisava tocar na ferida, bater na ferida, combatendo o pensamento único, mostrando que aquilo que era tido como certo não era a única possibilidade, que existia um antagonismo, outra visão. E que a gente estava se propondo a construir esse antagonismo.
A dominação era muito grande. Considero que tive uma postura mais incisiva, em alguns momentos, porque era necessário. Agora, além de ser incisivo quando preciso, tenho procurado ser propositivo, apresentar soluções para os problemas enfrentados pelas pessoas no cotidiano. Já desconstruímos boa parte da hegemonia do PT e de seus braços, agora é hora de, mantendo a vigília, começar a construção de um novo país.
Como presidente do Patriota, tens conversado com outros partidos?
Neste momento estamos focados na construção do nosso partido. Num segundo momento, vamos dialogar, a gente ainda não decidiu se teremos candidatura própria a prefeito. O partido está se organizando, temos aí um mês de atividades. Organizamos nossa executiva local, agora tem a convenção estadual, faço parte da executiva estadual, inclusive, como primeiro secretário. Vindo de lá, teremos uma convenção municipal, para apresentar o partido a Pelotas, de preferência antes do fim deste ano, se possível, apresentando nominata cheia, com 31 candidatos.
Teremos candidatos em muitos municípios do estado. Em São Leopoldo, um delegado da Polícia Federal concorrerá a prefeito. Em canoas, uma advogada, em Porto Alegre, Bagé, Caxias e outras cidades, o partido está se estruturando, também, para apresentar um projeto de municípios sustentáveis, que não precisem estar aumentando a carga tributária a cada novo ano, a fim de colocar as contas em dia.
A população não aguenta mais pagar a conta da incompetência de gestão.
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Cultura e entretenimento
Napoleão, o filme, é belo de ver, mas tem montagem confusa. Por Déborah Schmidt
Com duas horas e meia, já foi anunciado um corte do diretor com 4 horas de duração que será exibido no streaming, o que explica os cortes na edição
Publicado
6 dias atráson
04/12/23Por
Déborah Schmidt
Napoleão passa por diferentes décadas da vida de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix), na turbulenta França após o fim da monarquia. Sua rápida e implacável ascensão a imperador é vista através de seu conturbado relacionamento com Josephine (Vanessa Kirby), sua esposa e verdadeiro amor.
Vindo do nada como um oficial de artilharia do exército francês durante a Revolução Francesa, o filme retrata sua jornada, até ser derrotado e exilado na ilha de Santa Helena. O longa retrata diversos momentos históricos, como a decapitação de Maria Antonieta até a invasão do Egito, quando permitiu que seus exércitos utilizassem as pirâmides de Giza como alvo para treino de pontaria.
Dirigido por Ridley Scott, responsável por produções inesquecíveis ao longo de quase 50 anos de carreira como Alien – O 8° Passageiro (1979), Blade Runner: O Caçador de Androides (1982), um dos meus filmes favoritos, Thelma & Louise (1991), Gladiador (2000), O Gângster (2007), Perdido em Marte (2015), O Último Duelo (2021) e muitos outros. O diretor constrói épicos como poucos, com grandiosas e impressionantes cenas de batalha. Em Napoleão, a ascensão e queda de Bonaparte nos altos escalões do governo francês é intercalada por importantes conflitos como o cerco de Toulon, as invasões à Rússia e a investida contra os ingleses em Waterloo.
O roteiro de David Scarpa traz um protagonista nostálgico, constantemente avaliador da própria vida, narrador de cartas sentimentais e dependente emocionalmente da esposa. Tecnicamente excelente, a fotografia de Dariusz Wolski aposta em sequências que enfatizam paisagens belíssimas e no vermelho-sangue das batalhas. Porém, o filme dilui as competentes cenas de ação em uma montagem confusa, que apresenta a vida de Napoleão de forma apressada e sem o devido contexto.
Com duas horas e meia, já foi anunciado um corte do diretor com 4 horas de duração que será exibido no streaming, o que explica os cortes na edição. Aliás, a trama foi bastante criticada no que diz respeito aos dados históricos retratados no filme, no entanto, a precisão histórica não pareceu uma preocupação para Ridley Scott. Prefiro deixar essa questão para os historiadores, meu assunto aqui é apenas o cinema.
Entre glória e fracasso, Joaquin Phoenix apresenta um homem falho e humano, que, entre estratégias brilhantes contra britânicos e russos, encontrou na esposa o relacionamento que assombrou sua vida. Afinal, o fato de Josephine não conseguir lhe dar um filho, um símbolo da continuidade de um império, desempenhou um papel fundamental na relação entre os dois. A química entre Phoenix e Vanessa Kirby é perfeita, com a atriz roubando a cena e sendo um dos grandes destaques da produção.
“França, exército e Josephine”, foram as últimas palavras proferidas por Napoleão Bonaparte antes de morrer. Possivelmente, as únicas três coisas que amou na vida. O filme faz questão de trazer essa passagem ao término de Napoleão, resumindo a produção nessas três palavras.
Em cartaz, Napoleão retrata o líder e estrategista militar com um olhar nostálgico e humanizado e, portanto, com falhas. Um épico que merece ser visto, preferencialmente, no cinema.

Foi surpreendente, e até chocante, ver a prefeita Paula Mascarenhas tentando na prática dar um terreno valioso do Município para a Associação Rural. Ela quer dar de mão beijada uma área da prefeitura do tamanho de 25 campos de futebol profissional (25 hectares), para que seja comercializada. Quer ceder a terceiros uma gleba pública, e daquelas dimensões, como se fosse propriedade sua.
O juiz Bento Barros não concordou com a transação. Mandou parar tudo e, em seu despacho, ainda mandou uns recados indiretos à prefeita. Mencionou a crise financeira da prefeitura e relembrou a ela da possibilidade legal de que venda (por licitação) o terreno que a Rural pretende comercializar, o que, no caso em questão, seria o lógico e esperado de um gestor atento ao interesse público.
A área toda da Rural foi doada pelo Município à Associação em 1959. Mas a lei de doação contém uma cláusula de salvaguarda.
O juiz Bento explica:
“A legislação estabelece que a sociedade beneficiária (Associação Rural) não poderia alienar o imóvel ou parte dele em nenhum momento, sob pena de caducidade da doação e retorno do imóvel, juntamente com todas as benfeitorias existentes, ao patrimônio do Município de Pelotas. Portanto, até o momento, o direito de dispor e reaver o imóvel é do Município de Pelotas, integrando o seu patrimônio.”
O terreno, em valor estimado ao redor de R$ 100 milhões, teria por finalidade um vultoso empreendimento imobiliário na Rural — não um fim social, como o originalmente previsto na cessão da área. Trata-se de um negócio que, se consumado, seria típico do Brasil, possível graças à mão caridosa e amiga do Estado. Pior é que o projeto de lei do Executivo autorizando a transação já tinha passado numa comissão da Câmara. Vereadores, que no papel são fiscais do interesse público, estão apoiando.
SABE LÁ DO QUE SE TRATA ISSO?
Há milhões de motivos para preocupações.
Ainda falta muito para o Brasil ser uns Estados Unidos, onde o empreendedorismo é tão admirado pelos nossos liberais. Se é que seria possível uma empreitada semelhante.

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