Connect with us

Cultura e entretenimento

O Irlandês. Por Déborah Schmidt

Publicado

on

Na obra-prima O Irlandês, o diretor Martin Scorsese retorna ainda mais maduro, mesmo explorando um universo já bastante familiar em sua filmografia.

O veterano de guerra Frank Sheeran (Robert De Niro) é um caminhoneiro que acaba sendo notado pelo mafioso Russell Bufalino (Joe Pesci, magnífico). Um tempo depois, ele se torna o braço direito de Jimmy Hoffa (Al Pacino), o poderoso líder do sindicato.

Conhecido como “O Irlandês”, Frank é o narrador da história, dividida em diferentes linhas temporais. Antes um motorista que transportava carnes, ele conhece uma nova realidade quando o chefe de uma família criminosa o transforma em um matador de aluguel.

O filme tem como principal foco desvendar o mistério que se tornou o sumiço do líder sindicalista Jimmy Hoffa, desaparecido em 1975 e dado como morto em 1982. O filme é baseado no livro “I Heard You Paint Houses” (Eu Soube Que Você Pinta Casas), do escritor e ex-investigador Charles Brandt. Scorsese, inclusive, homenageia a obra literária, exibindo seu título na abertura.

Exibido em alguns cinemas antes de sua estreia na plataforma digital (uma manobra para poder concorrer ao Oscar), esta produção original da Netflix mostra uma abordagem mais específica do mundo da máfia. Diferente de Os Bons Companheiros, um dos grandes clássicos do gênero e de Scorsese, O Irlandês explora mais a melancolia dos personagens do que propriamente da brutalidade de quem vive neste mundo.

O minucioso roteiro de Steven Zaillian (ganhador do Oscar por A Lista de Schindler) equilibra de forma impecável todos os lados de uma mesma história, contada com calma e sem exageros. Desta forma, a narrativa consegue manter um bom ritmo e traz toda a nostalgia do gênero. Como disse anteriormente, é um filme melancólico, na medida em que vai evidenciando o impacto das decisões dos personagens. Aliada a extraordinária fotografia de Rodrigo Prieto, dominada pelas cores frias, o longa é tecnicamente perfeito.

As personagens femininas raramente são o forte nos filmes de Scorsese, mas aqui temos uma personagem com um papel fundamental: Peggy (Lucy Gallina quando criança e Anna Paquin na idade adulta), uma das quatro filhas do protagonista. Ela é a única que, desde criança, enxergou quem o seu pai e seus companheiros realmente eram de verdade. Mesmo com poucas falas, sua presença e seu silêncio dizem muito. É dela a consciência de toda a narrativa e os olhos do espectador.

Apesar de assustar, as 3h30 de duração são bem distribuídas pela montagem de Thelma Schoonmaker, que ajudam a apresentar cada etapa da jornada criminal e pessoal de Sheeran. Talvez a última hora se torne um pouco cansativa, mas como reclamar quando estamos diante do filme do ano, um dos melhores da carreira de um dos grandes diretores do cinema e protagonizado pelos maiores atores que o cinema já viu?

O Irlandês é simplesmente espetacular e imperdível. Com um elenco sensacional e tecnicamente de tirar o fôlego, é Martin Scorsese em total sintonia com a sua própria essência. E sua genialidade.

Déborah Schmidt é formada em administração e servidora.

Facebook da autora

Déborah Schmidt é servidora pública formada em Administração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

Clique para comentar

Cultura e entretenimento

UnaMúsica inicia temporada com show da Gafieira do Clube

Publicado

on

O projeto UnaMúsica inicia sua temporada 2024 com show da Gafieira do Clube nesta quinta-feira, dia 18, às 18h. A apresentação será ao ar livre, no Anfiteatro do Parque Una e coincide com a abertura da Semana Nacional do Choro em Pelotas.

O evento, que ocorrerá de 18 a 27 de abril, celebra o  10º aniversário do Clube do Choro de Pelotas e o reconhecimento pelo Iphan do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante o período, diversas atividades acontecerão em diferentes locais da cidade.

UnaMúsica

O UnaMúsica surgiu em 2020 com a intenção de valorizar a produção musical local ao promover shows de diferentes estilos no Anfiteatro do Parque Una. Porém, devido à pandemia de Covid-19, o projeto foi reestruturado e, dos cinco shows selecionados para aquela temporada, quatro foram realizados de forma virtual. Em 2022, o plano original foi retomado e a última apresentação foi realizada presencialmente.

Tendo o espaço público do Parque Una como cenário, o projeto retorna em 2024, buscando  levar boa música aos moradores e visitantes do bairro.

Gafieira do Clube

O projeto Gafieira do Clube reúne instrumentistas participantes do Clube do Choro e foi concebido com base nas tradicionais bandas de gafieiras do Rio de Janeiro que se destacavam em casas noturnas renomadas, como as estudantinas, oferecendo um repertório especialmente elaborado para a dança, com arranjos de músicas populares e composições instrumentais.

Apresentando uma formação moderna que combina os instrumentos do choro com nuances jazzísticas, incluindo contrabaixo, bateria e instrumentos de sopro, a Gafieira do Clube surge com o propósito de proporcionar uma experiência musical instrumental mais vibrante e envolvente, mesclando os ritmos do choro, maxixe, samba e outros, para o deleite dos apreciadores da música brasileira.

Participam do projeto: Rafael Velloso (sax), Rui Madruga (violão 7 cordas), Fabrício Moura (violão de 6 cordas/cavaquinho), Pedro Nogueira (cavaquinho solo), Paulinho Martins (bandolim), Gil Soares (flauta), Paulo Lima(contrabaixo) e Everton Maciel (percussão).

O QUÊ: Projeto UnaMùsica 2024 – Show Gafieira do Clube

QUANDO: Dia 18 de abril, às 18 horas

ONDE: Anfiteatro do Parque Una

Continue Reading

Cultura e entretenimento

Livro desconcertante esse: Por que nós morremos

Publicado

on

Pelo que diz, a cada geração nossos corpos são simplesmente barcos para facilitar a propagação de nossos genes, e eles se tornam dispensáveis tão logo cumprem sua missão. A morte de um animal ou pessoa seria apenas a morte desse barco.

Seríamos apenas cascos dos nossos genes. Máquinas de sobrevivência dos genes. Nosso cérebro seria um gerente de filial encarregado de tomar decisões delegadas pelos genes. Trocar uma lâmpada da vitrine, organizar a equipe de vendedores, trocar mercadorias com defeito.

Sendo assim, toda a nossa vida seriam truques dos genes pra sobrevivermos, nos colocarmos no grupo social pra sobreviver, e procriar e passar os genes adiante. Só isso. 🤪

Será?

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading