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Cultura e entretenimento

Folha em branco. Por Neiff Satte Alam

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Sempre chega o momento em que olhamos uma folha em branco e ficamos sem saber o que escrever. A folha olhando para a gente e a gente olhando para ela. É uma a comunicação silenciosa e tensa, parecida com aquela brincadeira de criança denominada “jogar o sério”.

Contam que dois políticos, já não crianças, tentaram “jogar o sério”e, passados alguns segundos, começaram a dar enormes gargalhadas, pois se deram conta que políticos não podem “jogar o sério”.

Bem, voltando ao meu problema com a folha em branco, que já começa a me irritar com seu olhar de deboche em razão da minha incompetência em preenchê-la, pensei em anotar observações de terceiros para analisá-las posteriormente:

“…O capitalismo global (neoliberalismo ou acordo de Washington) não alivia a pobreza e a exclusão social; muito pelo contrário, agrava-as”. Capra, em Conexões Ocultas;

Montaigne, em “De Como O Que Beneficia Um Prejudica O Outro” (…) “O mercador só faz bons negócios porque a mocidade ama o prazer; o lavrador lucra quando o trigo é caro; os oficiais de justiça com os processos e disputas dos homens; os próprios ministros da religião tiram proveito de nossa morte e das fraquezas de que nos devemos redimir; nenhum médico, segundo Filêmon, se alegra em ver seus próprios amigos com saúde…”; 

Edgar Morin está nesta lista. Selecionei esta frase do livro “A Cabeça Bem Feita”: “… A maior contribuição de conhecimento do século XX foi o conhecimento dos limites do conhecimento. A maior certeza que nos foi dada é a indestrutibilidade das incertezas, não somente nas ações, mas também no conhecimento”.

A lista é bem maior, mas estas três bastam para um exercício de conexão..

O que Montaigne escreve no século XV é um prenúncio do neoliberalismo do século XX, isto é, 500 anos depois. Esta constatação, que pode ser contestada, atesta a manutenção das incertezas proposta por Morin e da afirmativa sobre os limites do conhecimento.

Parece-nos, no entanto, que não há novidades nas regras que movem o mundo de hoje, mas apenas uma atualização do conhecimento em razão de predomínio de ideias distintas em lugares e tempos diferentes e que fazem do conhecimento (ou da falta deste) caminhos de incertezas através de erros e acertos não programados, mas de existência real. Talvez esta seja a novidade.

Retornando ao meu diálogo mudo com a folha em branco, que já não está tão branca e por isto mais satisfeita, comunico-lhe que me fiz acompanhar de três ilustres personagens revestidos de incertezas e que “com certeza” tiveram muitos momentos em que dialogaram com folhas em branco. Não os escolhi ao acaso, mas com a firme intenção de promover polêmica com os que pensam diferente para podermos diminuir os limites da incerteza e ampliar os limites do conhecimento. 

De qualquer forma, fica a sugestão: “não deixem folhas em branco!”

© Neiff Satte Alam é professor Universitário Aposentado – UFPEL Biólogo e Especialista em Informática na Educação

Facebook do autor | E-mail: neiff.olavo@yahoo. com.br

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UnaMúsica inicia temporada com show da Gafieira do Clube

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O projeto UnaMúsica inicia sua temporada 2024 com show da Gafieira do Clube nesta quinta-feira, dia 18, às 18h. A apresentação será ao ar livre, no Anfiteatro do Parque Una e coincide com a abertura da Semana Nacional do Choro em Pelotas.

O evento, que ocorrerá de 18 a 27 de abril, celebra o  10º aniversário do Clube do Choro de Pelotas e o reconhecimento pelo Iphan do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante o período, diversas atividades acontecerão em diferentes locais da cidade.

UnaMúsica

O UnaMúsica surgiu em 2020 com a intenção de valorizar a produção musical local ao promover shows de diferentes estilos no Anfiteatro do Parque Una. Porém, devido à pandemia de Covid-19, o projeto foi reestruturado e, dos cinco shows selecionados para aquela temporada, quatro foram realizados de forma virtual. Em 2022, o plano original foi retomado e a última apresentação foi realizada presencialmente.

Tendo o espaço público do Parque Una como cenário, o projeto retorna em 2024, buscando  levar boa música aos moradores e visitantes do bairro.

Gafieira do Clube

O projeto Gafieira do Clube reúne instrumentistas participantes do Clube do Choro e foi concebido com base nas tradicionais bandas de gafieiras do Rio de Janeiro que se destacavam em casas noturnas renomadas, como as estudantinas, oferecendo um repertório especialmente elaborado para a dança, com arranjos de músicas populares e composições instrumentais.

Apresentando uma formação moderna que combina os instrumentos do choro com nuances jazzísticas, incluindo contrabaixo, bateria e instrumentos de sopro, a Gafieira do Clube surge com o propósito de proporcionar uma experiência musical instrumental mais vibrante e envolvente, mesclando os ritmos do choro, maxixe, samba e outros, para o deleite dos apreciadores da música brasileira.

Participam do projeto: Rafael Velloso (sax), Rui Madruga (violão 7 cordas), Fabrício Moura (violão de 6 cordas/cavaquinho), Pedro Nogueira (cavaquinho solo), Paulinho Martins (bandolim), Gil Soares (flauta), Paulo Lima(contrabaixo) e Everton Maciel (percussão).

O QUÊ: Projeto UnaMùsica 2024 – Show Gafieira do Clube

QUANDO: Dia 18 de abril, às 18 horas

ONDE: Anfiteatro do Parque Una

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Cultura e entretenimento

Livro desconcertante esse: Por que nós morremos

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Pelo que diz, a cada geração nossos corpos são simplesmente barcos para facilitar a propagação de nossos genes, e eles se tornam dispensáveis tão logo cumprem sua missão. A morte de um animal ou pessoa seria apenas a morte desse barco.

Seríamos apenas cascos dos nossos genes. Máquinas de sobrevivência dos genes. Nosso cérebro seria um gerente de filial encarregado de tomar decisões delegadas pelos genes. Trocar uma lâmpada da vitrine, organizar a equipe de vendedores, trocar mercadorias com defeito.

Sendo assim, toda a nossa vida seriam truques dos genes pra sobrevivermos, nos colocarmos no grupo social pra sobreviver, e procriar e passar os genes adiante. Só isso. 🤪

Será?

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