Connect with us

Opinião

CPERS: É fictícia a informação de aumento real de 19,8% em três anos

Publicado

on

Do CPERS | Eduardo Leite apresentou, nesta quinta-feira (12), sem dialogar com o CPERS ou a categoria, um novo material com alterações no projeto do Plano de Carreira do Magistério.

De saída, salientamos que o governador continua a ignorar a existência de funcionários(as) de escola, uma das categorias mais empobrecidas do Estado e que pode ser severamente prejudicada com as alterações na Lei 10.098.

Dito isso, apesar de trazer um quadro de subsídios com seis níveis, a proposta para o Magistério mantém os mesmos mecanismos de achatamento da carreira e de congelamento dos salários previstos no projeto original.

O CPERS não teve acesso ao texto do substitutivo. As lâminas apresentadas são imprecisas e não esclarecem, por exemplo, se os mecanismos de diferenciação entre os níveis da carreira, com percentuais definidos de evolução, constarão na Lei.

A possível inexistência desse gatilho acabaria com a carreira, levando ao achatamento e sobreposição dos níveis a médio e longo prazo, à medida que o Piso Nacional é reajustado.

Da mesma forma, a parcela autônoma gerada com a “sobra” das vantagens temporais continua a ser absorvida pelos reajustes anunciados pelo governador, condenando parte da categoria a não receber qualquer reposição nos próximos anos.

É fictícia, portanto, a informação contida no material de que haverá um aumento real de 19,8% em três anos. O aumento divulgado ficará limitado a um percentual mínimo de servidores(as), deixando de fora os aposentados(as) e o grande contingente dos educadores(as) que tem mais tempo de carreira.

O “aporte” anunciado, de R$ 676 milhões, também é falso. A quantia é inferior ao crescimento vegetativo da folha – que o governo pretende eliminar com o fim das vantagens temporais –, que chegaria a R$ 870 milhões em igual período. Ou seja: Eduardo Leite quer economizar às custas da categoria.

Os números também ignoram os recursos que Eduardo Leite pretende arrecadar confiscando o salário de Aposentados(as) a partir da Reforma da Previdência.

A apresentação deste material, às vésperas do encerramento do prazo para votação do projeto e sem a demonstração pontual de cada alteração, prova que o Governo não se preocupa em discutir seus planos com a categoria.

O objetivo de Eduardo Leite é fazer valer a sua vontade na implantação de um projeto que penaliza quem já está na miséria sem atacar qualquer privilégio.

Seguimos em greve e mobilizados, exigindo a retirada do pacote e a abertura de uma mesa de negociação real para valorizar quem trabalha na escola pública, incluindo funcionários(as) de escola e os aposentados(as) que dedicaram a vida pela educação.

Nos dias 17, 18 e 19, a Praça da Matriz será tomada por educadores(as) e servidores(as) de todo o Rio Grande do Sul. Não aceitaremos continuar pagando a conta da crise do Estado.

Leite melhora proposta para professores

Clique para comentar

Cultura e entretenimento

Anatomia de uma queda, o vencedor da Palma de Ouro. Por Déborah Schmidt

Publicado

on

 Samuel (Samuel Theis) é encontrado morto na neve do lado de fora do chalé isolado onde morava com sua esposa Sandra (Sandra Hüller), uma escritora alemã, e seu filho Daniel (Milo Machado Graner), de 11 anos, com deficiência visual. A investigação conclui se tratar de uma “morte suspeita”, pois é impossível saber ao certo se ele tirou a própria vida ou se foi assassinado. Sandra é indiciada e acompanhamos seu julgamento que expõe o relacionamento do casal. Entre o julgamento e a vida familiar, as dúvidas pesam sobre a relação da mãe com seu filho.

Com um começo instigante, Anatomia de uma Queda coloca dúvidas na cabeça do espectador: Samuel caiu acidentalmente do chalé ou cometeu suicídio? Ou será que foi empurrado por Sandra? Ao longo de 2h e meia, o filme desenvolve sua narrativa sem pressa e de forma complexa, focada nos diálogos. A primeira parte explora a investigação e a reconstituição da morte de Samuel, enquanto que na segunda temos o julgamento, com Sandra suspeita e acusada do assassinato do marido, tendo que provar sua inocência com ajuda de Maître Vincent Renzi (Swann Arlaud).

A diretora Justine Triet acerta em cheio ao trabalhar com diferentes versões, sem nunca apresentar uma verdade definitiva e nem respostas prontas. O roteiro de Triet e Arthur Harari, seu marido na vida real, foi uma colaboração perfeita ao explorar a intimidade do casal e a relação, muitas vezes abusiva, entre eles.

Em uma das grandes atuações do ano, Sandra Hüller tem uma performance poderosa. Falando em inglês, com dificuldade em francês e sem poder falar em sua língua materna, ela passa por todas as nuances de sua personagem e, ao lado do jovem Milo Machado Graner, conferem à narrativa uma profundidade impressionante.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e forte candidato ao Oscar, Anatomia de uma Queda é um angustiante estudo de personagens que desvenda as complexidades das relações humanas.

Continue Reading

Opinião

Sistema público está anárquico

Publicado

on

O sistema público brasileiro está anárquico. Exemplos próximos confirmam isso. No último dia de outubro passado, a prefeita Paula Mascarenhas avisou, na véspera do pagamento dos salários aos servidores, que iria atrasá-lo, por falta de recursos em caixa. Ela pretendia pagar o salário de outubro a 28% dos funcionários em dois momentos: no final de novembro a uma parte deles e, no final de dezembro, à outra parte.

A justiça reagiu com liminar, determinando o pagamento em 72 horas e a prefeita acabou pagando, usando para isso – como socorro – dinheiro do Sanep e do fundo previdenciário dos servidores, o Prevpel, e agora conta com o pagamento de IPTU para saldar os salários de novembro, dezembro e 13º. Por lei ela precisa fechar o ano tendo devolvido o que pegou do Sanep e do Prevpel, outra dificuldade.

Além disso, só neste novembro a prefeita foi revelar que fechará o exercício de 2023 com um déficit no ano de R$ 110 milhões, um déficit acumulado desde o começo do ano, mas que estranhamente ficou oculto, sem que um Plano de Contingência tivesse sido elaborado lá atrás para enfrentar a crise.

Mais: a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviada há pouco pelo Executivo para votação na Câmara, prevê um déficit de R$ 282 milhões no orçamento de 2024 do município, quase o triplo do verificado neste ano.

A prefeitura está quebrada.

Já Eduardo Leite, governador do RS, disse nesta semana que pretende aumentar o ICMS de 17% para 19,5%, uma paulada no custo de vida, já que a elevação do imposto resulta no aumento dos preços das mercadorias. Foi uma desagradável surpresa, já que, na campanha eleitoral, Leite avisou: “Pode confiar, não aumentaremos impostos”.

Por sua vez, ontem, o deputado federal Daniel Trzeciak anunciou que obteve meio milhão em emendas para custear uma festa de Reveillón no Laranjal. A legislação não permite redirecionar verbas carimbadas de um setor para atender prioridades em outro setor, uma situação, porém, que leva a pensar, pelo quadro relatado, que precisaria ser repensada.

Ainda assim, creio que é questionável a destinação daquela alta quantia para o fim que terá: pagar um show da banda de pagode carioca Revelação e a estrutura de apoio à festa. R$ 500 mil que, em grande parte nem ficará em Pelotas, será levado pela banda carioca.

Entre outras possibilidades, poderiam ter decidido gastar aquele meio milhão para promover, por exemplo, mais de um festival anual de teatro escolar, com prêmios, envolvendo alunos e professores. Seria algo bom para as escolas. Quantos talentos não poderiam surgir? Mesmo que não surgissem, os festivais integrariam a comunidade, os alunos, seus pais, as famílias, como ocorre com o Jepel, os jogos esportivos municipais, que aglutinam a comunidade e são um aprendizado para os estudantes, que ganham, perdem, vivem emoções.

Com aquela verba, seria possível fimanciar alguns festivais anuais de teatro ou de música, algo verdadeiramente útil, em vez torrar aquele dinheiro num show de duas horas, meio milhão literalmente posto fora, sem trazer ganhos culturais duradouros à sociedade.

Os fatos reunidos neste artigo mostram que, além de um descontrole financeiro nas contas públicas, está faltando planejamento e foco nas prioridades. Será que as pessoas estão mesmo interessadas em festa de Reveillón? Não estarão com a cabeça em outro lugar, em outras prioridades? As pessoas devem ficar baratinadas com a falta de coordenação dos nossos representantes.

Continue Reading

Em alta