Moradores do Condomínio Haragano, que pegou fogo parcialmente na noite de terça-feira, reclamam de problemas nas obras há quatro anos.
A construção é do Programa Minha Casa, Minha Vida, destinada à faixa 1, compradores de menor renda do programa.
Reclamam que a obra foi mal feita e que, apesar de reclamações se estenderem por anos, não encontram respostas positivas.
A obra foi realizada pela construtora Roberto Ferreira.
A construtora se defende dizendo que mostrou aos moradores um vídeo, antes destes ocuparem os 270 sobrados e as 10 casas – um vídeo de alerta de cuidados especiais para preservar a integridade das construções e para não sobrecarregar a rede elétrica.
Exemplo: ter cuidado na hora de colocar quadros nas paredes.
A construtora diz que avisou ainda aos moradores não poderiam instalar equipamentos de ar-condicionado e freezers comerciais.
Bombeiros dizem que não foi criminoso o o incêndio e, por isso, o Instituto Geral de Perícias não foi acionado. A falta de hidrantes próximos dificultou o trabalho dos bombeiros.
A Caixa Econômica Federal, financiadora da obra do programa federal, é responsável pelo ok ao projeto construtivo.
O condomínio é feito com uma técnica construtiva chamada de Wood frame, camadas de maneira tratada, com isolamento acústico e térmico, revestidas com gesso acartonado e placas de cimento.
A prefeitura diz que o problema não é de sua alçada, já que só selecionou as famílias moradoras.
Um empreiteiro ouvido pelo site, que pediu para não ser identificado, diz que o sistema Wood frame e mesmo o Still frame são tecnologias boas. Segundo ele, nos Estados Unidos e no Canadá, a maioria dos imóveis são feitos com essas tecnologias.
“É preciso cuidar para não criminalizar tecnologias diferentes. Falar que Wood frame pega fogo é mobilizar a população para uma causa errada; inclusive, essa tecnologia é mais sustentável, porque a madeira é renovável enquanto ferro e concreto têm um impacto muito maior”.