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Opinião

Sechi, do PSB: ‘Na verdade, ela (prefeita) sempre nos afastou’

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Tony e o vereador Toninho

O site conversou agora com o presidente do PSB/Pelotas, Tony Sechi, sobre a carta da prefeita Paula Mascarenhas rompendo com o partido, que até então fazia parte da base do governo.

Como o partido recebeu a carta?

Com tranquilidade. Tudo se encaminhava para um desfecho assim.

Fomos muito pressionados a votar a favor da taxa de iluminação, mas o partido não cedeu. Fomos contra a cobrança. No outro dia, o governo, vendo que não tinha votos suficientes para uma aprovação, retirou o projeto de Pauta.

O PSB, que possui três vereadores, nem sempre votou a favor das matérias do governo. Por vezes, divergimos.

Mas, estando na base do governo, não era de esperar que o partido votasse sempre a favor?

Este não é nosso entendimento, estar na base não quer dizer submissão ou concordar com tudo. Sempre preferimos manter nossas convicções como é o caso de ser contra a taxa de iluminação, a privatização do SANEP etc.

Qual o tamanho do PSB no governo?

O PSB está no governo desde o começo do mandato da atual prefeita. O partido chegou a ter 40 cargos, quatro de secretários. Apesar dessa presença, mantivemos independência nas votações. Ao longo do tempo, a nossa presença vem diminuindo no governo.

A maior redução ocorreu no ano passado, quando, na primeira tentativa do governo de aprovar a taxa de iluminação, o PSB já se manifestara contra (na ocasião, o projeto chegou a ser votado na Câmara e o governo perdeu a votação).

O afastamento vinha num crescendo. No ano passado, eu mesmo saí do governo, para concorrer na eleição, e não voltei. 

A prefeita diz que o partido foi infiel ao Plano de Governo ao não aprovar a taxa de iluminação. O que tem a dizer sobre isso?

O Plano de Governo não fala em taxa. Nem numa PPP de 30 anos. Logo, não se trata de infidelidade, mas de uma divergência muito forte, no caso, o aumento de impostos.

Por que o PSB, encolhido no governo e discordando de pautas essenciais para a prefeitura, não saiu do governo antes de ser afastado pela prefeita?

Na verdade, ela (prefeita) sempre nos afastou. Nunca participamos das principais decisões do governo e a maioria dos partidos que compõe a base também. Tudo vem de cima para baixo.

Não saímos do governo antes, pois estávamos na eleição. Contribuímos com 24 mil votos, garantimos que não tivesse segundo turno e fomos eleitos juntos.

Nosso contrato, digamos assim, era de quatro anos com o governo e com a população, mas, na situação (base oficial de apoio partidário), o governo não tolera discordâncias, o que culminou nessa decisão, que mais cedo ou mais tarde iria acontecer. Na realidade, nós decretamos nossa saída do governo no dia 9 de dezembro passado, quando fechamos questão contra a taxa de iluminação.

Qual o caminho do PSB em Pelotas?

Estamos conversando com muitos partidos. Nosso objetivo passa a ser a eleição em 2020, quando temos a expectativa de eleger quatro vereadores, um a mais que hoje. Pretendemos também compor uma chapa majoritária, apresentando um plano de desenvolvimento para a cidade.

Em nota, PSB retira apoio ao governo Paula

A carta de Paula rompendo com o PSB

Cultura e entretenimento

Napoleão, o filme, é belo de ver, mas tem montagem confusa. Por Déborah Schmidt

Com duas horas e meia, já foi anunciado um corte do diretor com 4 horas de duração que será exibido no streaming, o que explica os cortes na edição

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Napoleão passa por diferentes décadas da vida de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix), na turbulenta França após o fim da monarquia. Sua rápida e implacável ascensão a imperador é vista através de seu conturbado relacionamento com Josephine (Vanessa Kirby), sua esposa e verdadeiro amor.

Vindo do nada como um oficial de artilharia do exército francês durante a Revolução Francesa, o filme retrata sua jornada, até ser derrotado e exilado na ilha de Santa Helena. O longa retrata diversos momentos históricos, como a decapitação de Maria Antonieta até a invasão do Egito, quando permitiu que seus exércitos utilizassem as pirâmides de Giza como alvo para treino de pontaria.

Dirigido por Ridley Scott, responsável por produções inesquecíveis ao longo de quase 50 anos de carreira como Alien – O 8° Passageiro (1979), Blade Runner: O Caçador de Androides (1982), um dos meus filmes favoritos, Thelma & Louise (1991), Gladiador (2000), O Gângster (2007), Perdido em Marte (2015), O Último Duelo (2021) e muitos outros. O diretor constrói épicos como poucos, com grandiosas e impressionantes cenas de batalha. Em Napoleão, a ascensão e queda de Bonaparte nos altos escalões do governo francês é intercalada por importantes conflitos como o cerco de Toulon, as invasões à Rússia e a investida contra os ingleses em Waterloo.

O roteiro de David Scarpa traz um protagonista nostálgico, constantemente avaliador da própria vida, narrador de cartas sentimentais e dependente emocionalmente da esposa. Tecnicamente excelente, a fotografia de Dariusz Wolski aposta em sequências que enfatizam paisagens belíssimas e no vermelho-sangue das batalhas. Porém, o filme dilui as competentes cenas de ação em uma montagem confusa, que apresenta a vida de Napoleão de forma apressada e sem o devido contexto.

Com duas horas e meia, já foi anunciado um corte do diretor com 4 horas de duração que será exibido no streaming, o que explica os cortes na edição. Aliás, a trama foi bastante criticada no que diz respeito aos dados históricos retratados no filme, no entanto, a precisão histórica não pareceu uma preocupação para Ridley Scott. Prefiro deixar essa questão para os historiadores, meu assunto aqui é apenas o cinema.

Entre glória e fracasso, Joaquin Phoenix apresenta um homem falho e humano, que, entre estratégias brilhantes contra britânicos e russos, encontrou na esposa o relacionamento que assombrou sua vida. Afinal, o fato de Josephine não conseguir lhe dar um filho, um símbolo da continuidade de um império, desempenhou um papel fundamental na relação entre os dois. A química entre Phoenix e Vanessa Kirby é perfeita, com a atriz roubando a cena e sendo um dos grandes destaques da produção.

“França, exército e Josephine”, foram as últimas palavras proferidas por Napoleão Bonaparte antes de morrer. Possivelmente, as únicas três coisas que amou na vida. O filme faz questão de trazer essa passagem ao término de Napoleão, resumindo a produção nessas três palavras.

Em cartaz, Napoleão retrata o líder e estrategista militar com um olhar nostálgico e humanizado e, portanto, com falhas. Um épico que merece ser visto, preferencialmente, no cinema.

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Opinião

Decisão surpreendente a da prefeita!

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Foi surpreendente, e até chocante, ver a prefeita Paula Mascarenhas tentando na prática dar um terreno valioso do Município para a Associação Rural. Ela quer dar de mão beijada uma área da prefeitura do tamanho de 25 campos de futebol profissional (25 hectares), para que seja comercializada. Quer ceder a terceiros uma gleba pública, e daquelas dimensões, como se fosse propriedade sua.

O juiz Bento Barros não concordou com a transação. Mandou parar tudo e, em seu despacho, ainda mandou uns recados indiretos à prefeita. Mencionou a crise financeira da prefeitura e relembrou a ela da possibilidade legal de que venda (por licitação) o terreno que a Rural pretende comercializar, o que, no caso em questão, seria o lógico e esperado de um gestor atento ao interesse público.

A área toda da Rural foi doada pelo Município à Associação em 1959. Mas a lei de doação contém uma cláusula de salvaguarda.

O juiz Bento explica:

“A legislação estabelece que a sociedade beneficiária (Associação Rural) não poderia alienar o imóvel ou parte dele em nenhum momento, sob pena de caducidade da doação e retorno do imóvel, juntamente com todas as benfeitorias existentes, ao patrimônio do Município de Pelotas. Portanto, até o momento, o direito de dispor e reaver o imóvel é do Município de Pelotas, integrando o seu patrimônio.”

O terreno, em valor estimado ao redor de R$ 100 milhões, teria por finalidade um vultoso empreendimento imobiliário na Rural — não um fim social, como o originalmente previsto na cessão da área. Trata-se de um negócio que, se consumado, seria típico do Brasil, possível graças à mão caridosa e amiga do Estado. Pior é que o projeto de lei do Executivo autorizando a transação já tinha passado numa comissão da Câmara. Vereadores, que no papel são fiscais do interesse público, estão apoiando.

SABE LÁ DO QUE SE TRATA ISSO?

Há milhões de motivos para preocupações.

Ainda falta muito para o Brasil ser uns Estados Unidos, onde o empreendedorismo é tão admirado pelos nossos liberais. Se é que seria possível uma empreitada semelhante.

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