O encanto jamais desaparecerá se a capacidade de sonhar do educador prevalecer sobre a amargura e as dificuldades do caminho, pois, pela estrada que nos leva ao horizonte inatingível do conhecimento absoluto, vamos descobrindo outros “eus”, escondidos nos nossos tempos anteriores em que, atemorizados pelo desconhecido, temíamos as novas descobertas. Buscamos, então, o saber – conhecimento do conhecimento. Centrando nossas ações no “pensamento” e, valorizando o sonho, passamos à ação…
Pensar, agir, pensar …, sequência que enriquece o ato de conhecer, estabelece linhas imaginárias sobre o concreto e concretiza a imaginação. Criamos a partir desta premissa, revolvemos a teoria em sintonia com a prática.
Desde o momento de formação de nosso embrião aprendemos as coisas do mundo real e, gradativamente, vamos conectando este mundo real ao nosso mundo imaginário. Se a tarefa se refere a uma existência, temos um universo de ideias, teorias e hipóteses a nossa disposição, mas se esta tarefa conecta existências de diferentes indivíduos em diferentes épocas, a linha de aprendizagem passa a envolver outros elementos que, detentores de informações que se transmitem de uma geração a outra, irão interferir na aprendizagem individual, dando-lhe sequência, lógica e cumprindo etapas que se comparam as que entendiam existir Piaget e outros.
O educador é o mago que, sem a varinha de condão, faz fluir da mente dos pequeninos a vontade de vencer etapas, trilhar caminhos, ultrapassar abismos de ignorância ignorando os abismos impostos pelos apóstolos da inapetência, do “não querer fazer” e da vontade de não ter vontade.
Levantando o véu que cobre o desconhecido, o educador, lenta e progressivamente, vai desvendando os mistérios do conhecer, do saber e do criar. Com a humildade de um aprendiz, com a tolerância de um companheiro e com a sabedoria de um mestre, o educador segue semeando os ensinamentos que farão fluir da pedra bruta os cidadãos que serão responsáveis pelos destinos dos povos.
Felizes são os povos que têm educadores respeitados pelos seus dirigentes, amados pelos cidadãos livres e de bons princípios, pois estes terão dignidade de caminhar sobre as estradas que, obscuras, vão se iluminando com sua passagem.
Todos nós educadores que desvendamos os mistérios da sabedoria para crianças, jovens e adultos somos uma peça na construção de homens que anseiam por liberdade, que conheçam seus limites, que tenham a compreensão da natureza humana para poderem entender a si próprios e, erguendo sua auto-estima, sejam felizes e façam a felicidade de seus semelhantes.
A paz, que é o anseio de todo o mundo quando estamos envolvidos em uma guerra planetária onde são usadas armas de destruição em massa, como a fome, o desemprego e as doenças, só poderá ser conseguida quando as mãos dos educadores estiver sem as amarras de interesses mesquinhos dos que detém o poder, quando a palavra dita pelos mestres do aprender não for sufocada pelos ruídos da intolerância e da incompreensão e, principalmente, quando a liberdade não for apenas uma palavra, mas uma realidade.
Educador, mestre, professor, dedica-te a um momento de reflexão da importância que tens para com a universalização da paz, da cidadania plena…da liberdade.
Napoleão passa por diferentes décadas da vida de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix), na turbulenta França após o fim da monarquia. Sua rápida e implacável ascensão a imperador é vista através de seu conturbado relacionamento com Josephine (Vanessa Kirby), sua esposa e verdadeiro amor.
Vindo do nada como um oficial de artilharia do exército francês durante a Revolução Francesa, o filme retrata sua jornada, até ser derrotado e exilado na ilha de Santa Helena. O longa retrata diversos momentos históricos, como a decapitação de Maria Antonieta até a invasão do Egito, quando permitiu que seus exércitos utilizassem as pirâmides de Giza como alvo para treino de pontaria.
Dirigido por Ridley Scott, responsável por produções inesquecíveis ao longo de quase 50 anos de carreira como Alien – O 8° Passageiro (1979), Blade Runner: O Caçador de Androides (1982), um dos meus filmes favoritos, Thelma & Louise (1991), Gladiador (2000), O Gângster (2007), Perdido em Marte (2015), O Último Duelo (2021) e muitos outros. O diretor constrói épicos como poucos, com grandiosas e impressionantes cenas de batalha. Em Napoleão, a ascensão e queda de Bonaparte nos altos escalões do governo francês é intercalada por importantes conflitos como o cerco de Toulon, as invasões à Rússia e a investida contra os ingleses em Waterloo.
O roteiro de David Scarpa traz um protagonista nostálgico, constantemente avaliador da própria vida, narrador de cartas sentimentais e dependente emocionalmente da esposa. Tecnicamente excelente, a fotografia de Dariusz Wolski aposta em sequências que enfatizam paisagens belíssimas e no vermelho-sangue das batalhas. Porém, o filme dilui as competentes cenas de ação em uma montagem confusa, que apresenta a vida de Napoleão de forma apressada e sem o devido contexto.
Com duas horas e meia, já foi anunciado um corte do diretor com 4 horas de duração que será exibido no streaming, o que explica os cortes na edição. Aliás, a trama foi bastante criticada no que diz respeito aos dados históricos retratados no filme, no entanto, a precisão histórica não pareceu uma preocupação para Ridley Scott. Prefiro deixar essa questão para os historiadores, meu assunto aqui é apenas o cinema.
Entre glória e fracasso, Joaquin Phoenix apresenta um homem falho e humano, que, entre estratégias brilhantes contra britânicos e russos, encontrou na esposa o relacionamento que assombrou sua vida. Afinal, o fato de Josephine não conseguir lhe dar um filho, um símbolo da continuidade de um império, desempenhou um papel fundamental na relação entre os dois. A química entre Phoenix e Vanessa Kirby é perfeita, com a atriz roubando a cena e sendo um dos grandes destaques da produção.
“França, exército e Josephine”, foram as últimas palavras proferidas por Napoleão Bonaparte antes de morrer. Possivelmente, as únicas três coisas que amou na vida. O filme faz questão de trazer essa passagem ao término de Napoleão, resumindo a produção nessas três palavras.
Em cartaz, Napoleão retrata o líder e estrategista militar com um olhar nostálgico e humanizado e, portanto, com falhas. Um épico que merece ser visto, preferencialmente, no cinema.
Foi surpreendente, e até chocante, ver a prefeita Paula Mascarenhas tentando na prática dar um terreno valioso do Município para a Associação Rural. Ela quer dar de mão beijada uma área da prefeitura do tamanho de 25 campos de futebol profissional (25 hectares), para que seja comercializada. Quer ceder a terceiros uma gleba pública, e daquelas dimensões, como se fosse propriedade sua.
O juiz Bento Barros não concordou com a transação. Mandou parar tudo e, em seu despacho, ainda mandou uns recados indiretos à prefeita. Mencionou a crise financeira da prefeitura e relembrou a ela da possibilidade legal de que venda (por licitação) o terreno que a Rural pretende comercializar, o que, no caso em questão, seria o lógico e esperado de um gestor atento ao interesse público.
A área toda da Rural foi doada pelo Município à Associação em 1959. Mas a lei de doação contém uma cláusula de salvaguarda.
O juiz Bento explica:
“A legislação estabelece que a sociedade beneficiária (Associação Rural) não poderia alienar o imóvel ou parte dele em nenhum momento, sob pena de caducidade da doação e retorno do imóvel, juntamente com todas as benfeitorias existentes, ao patrimônio do Município de Pelotas. Portanto, até o momento, o direito de dispor e reaver o imóvel é do Município de Pelotas, integrando o seu patrimônio.”
O terreno, em valor estimado ao redor de R$ 100 milhões, teria por finalidade um vultoso empreendimento imobiliário na Rural — não um fim social, como o originalmente previsto na cessão da área. Trata-se de um negócio que, se consumado, seria típico do Brasil, possível graças à mão caridosa e amiga do Estado. Pior é que o projeto de lei do Executivo autorizando a transação já tinha passado numa comissão da Câmara. Vereadores, que no papel são fiscais do interesse público, estão apoiando.
SABE LÁ DO QUE SE TRATA ISSO?
Há milhões de motivos para preocupações.
Ainda falta muito para o Brasil ser uns Estados Unidos, onde o empreendedorismo é tão admirado pelos nossos liberais. Se é que seria possível uma empreitada semelhante.