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Cultura e entretenimento

As brasileiras preferem os gaúchos

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Martha Medeiros escreveu que “gaúcho gosta de homem”, título e texto provocativos sobre o machismo sulista. Chega a comparar dizendo que o nordestino gosta de mulher, o carioca gosta de mulher, porque homem que gosta de mulher valoriza o universo feminino, se sente enriquecido pelo modo como as mulheres enxergam o mundo.

O machismo gaúcho, de fato, já está anacrônico para ser considerado uma qualidade, mas isso não ‘santifica’ os homens de outras regiões brasileiras, elogiados comparativamente na visão da Martha. A descrição do escritor cearense José de Alencar sobre “O Gaúcho” (um dos seus livros sobre personagens regionais) é bem diferente, cada autor tem uma visão própria sobre o comportamento dos outros, de acordo com o que capta. A profunda análise psicológica de Alencar, que vai muito além dos esteriótipos, merece ser conhecida por todos que se interessam pelo tema.

Sou Psiquiatra e as diferenças regionais sempre me fascinaram, a ponto de ter escrito também um livro sobre o assunto, “Em busca da Alma do Brasil”. A antítese do gaúcho com sua objetividade (que pode ser ou parecer grosseira) é o mineiro e jeito de falar pausado, “estudando” o espectador enquanto conta sua história. Os nordestinos não são iguais, são muito diferentes entre si, o pernambucano e sua postura proativa, às vezes estressada, nada tem a ver com a calma e o humor baianos.

Pois o que mais ouvi, viajando pelo país inteiro nas últimas décadas e interagindo com inúmeras pessoas sobre a psicologia de cada região, foram queixas de mulheres sobre o tipo específico de machismo dos nordestinos e dos cariocas, que em sua maioria (segundo elas) não valorizam suas mulheres, não as respeitam, tem múltiplos relacionamentos simultâneos e deixam suas companheiras com a maior facilidade, sem pensar na família nem nas consequências, como meros aventureiros. Não é à toa que as mulheres cariocas dizem não acreditar mais nos homens e que as mulheres nordestinas, das mais diversas regiões, preferem casar com estrangeiros – há grande quantidade de casamentos delas com europeus.

O gaúcho é visto como uma espécie de “europeu” brasileiro, não só pela colonização alemã e italiana, por Gramado e Caxias do Sul, mas também por nossa cultura mais “séria”, sisuda, em comparação com outras regiões. Mesmo nessa era em que está “na moda” se separar, gaúcho tem que dar explicações até pra sua mãe, não é bem assim desmanchar uma família. Se gaúcho não gostasse de mulher, não respeitava nem a mãe, o que é sagrado aqui. Os relacionamentos estão em crise nessa era do “amor líquido”, como diagnosticou Bauman, mas o gauchismo não é o bode expiatório da crise entre os sexos. E as brasileiras preferem os gaúchos, é vero.

© Montserrat Martins é médico psiquiatra, autor de “Em busca da Alma do Brasil”

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Cultura e entretenimento

UnaMúsica inicia temporada com show da Gafieira do Clube

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O projeto UnaMúsica inicia sua temporada 2024 com show da Gafieira do Clube nesta quinta-feira, dia 18, às 18h. A apresentação será ao ar livre, no Anfiteatro do Parque Una e coincide com a abertura da Semana Nacional do Choro em Pelotas.

O evento, que ocorrerá de 18 a 27 de abril, celebra o  10º aniversário do Clube do Choro de Pelotas e o reconhecimento pelo Iphan do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante o período, diversas atividades acontecerão em diferentes locais da cidade.

UnaMúsica

O UnaMúsica surgiu em 2020 com a intenção de valorizar a produção musical local ao promover shows de diferentes estilos no Anfiteatro do Parque Una. Porém, devido à pandemia de Covid-19, o projeto foi reestruturado e, dos cinco shows selecionados para aquela temporada, quatro foram realizados de forma virtual. Em 2022, o plano original foi retomado e a última apresentação foi realizada presencialmente.

Tendo o espaço público do Parque Una como cenário, o projeto retorna em 2024, buscando  levar boa música aos moradores e visitantes do bairro.

Gafieira do Clube

O projeto Gafieira do Clube reúne instrumentistas participantes do Clube do Choro e foi concebido com base nas tradicionais bandas de gafieiras do Rio de Janeiro que se destacavam em casas noturnas renomadas, como as estudantinas, oferecendo um repertório especialmente elaborado para a dança, com arranjos de músicas populares e composições instrumentais.

Apresentando uma formação moderna que combina os instrumentos do choro com nuances jazzísticas, incluindo contrabaixo, bateria e instrumentos de sopro, a Gafieira do Clube surge com o propósito de proporcionar uma experiência musical instrumental mais vibrante e envolvente, mesclando os ritmos do choro, maxixe, samba e outros, para o deleite dos apreciadores da música brasileira.

Participam do projeto: Rafael Velloso (sax), Rui Madruga (violão 7 cordas), Fabrício Moura (violão de 6 cordas/cavaquinho), Pedro Nogueira (cavaquinho solo), Paulinho Martins (bandolim), Gil Soares (flauta), Paulo Lima(contrabaixo) e Everton Maciel (percussão).

O QUÊ: Projeto UnaMùsica 2024 – Show Gafieira do Clube

QUANDO: Dia 18 de abril, às 18 horas

ONDE: Anfiteatro do Parque Una

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Cultura e entretenimento

Livro desconcertante esse: Por que nós morremos

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Pelo que diz, a cada geração nossos corpos são simplesmente barcos para facilitar a propagação de nossos genes, e eles se tornam dispensáveis tão logo cumprem sua missão. A morte de um animal ou pessoa seria apenas a morte desse barco.

Seríamos apenas cascos dos nossos genes. Máquinas de sobrevivência dos genes. Nosso cérebro seria um gerente de filial encarregado de tomar decisões delegadas pelos genes. Trocar uma lâmpada da vitrine, organizar a equipe de vendedores, trocar mercadorias com defeito.

Sendo assim, toda a nossa vida seriam truques dos genes pra sobrevivermos, nos colocarmos no grupo social pra sobreviver, e procriar e passar os genes adiante. Só isso. 🤪

Será?

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