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Cultura e entretenimento

Retrato de uma jovem em chamas

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Na França do século XVIII, Marianne (Noémie Merlant) é uma jovem pintora que recebe a tarefa de pintar o retrato de Héloïse (Adèle Haenel) para seu casamento sem que ela saiba que está sendo pintada. Marianne, então, a observa diariamente e se vê cada vez mais próxima de Héloïse.

Acostumada às narrativas contemporâneas sobre sexualidade e identidade de gênero, a diretora e roteirista Céline Sciamma aborda a manifestação da homossexualidade feminina no século XVIII. Na trama, Marianne recebe a ingrata tarefa de fazer o retrato de Héloïse, que se recusa a posar já que a entrega do quadro selará um casamento indesejado. Com isso, ela precisa fingir ser sua dama de companhia durante o dia para pintar à noite.

A pintora observa cada detalhe da curva do rosto, da orelha e da boca, em momentos que captam muito bem a sensualidade nos movimentos, e em olhares que representam a manifestação do desejo. É na diferença entre o destino traçado de Héloïse e a liberdade de Marianne que a relação entre ambas se fortalece e abre espaço para um romance construído aos poucos e nos detalhes.

A magnífica fotografia de Claire Mathon retrata com maestria a época na qual se passa. Aliás, o cinema francês tem essa qualidade de nos fazer mergulhar em toda obra e o longa faz isso lindamente. Os ambientes são iluminados demais durante o dia, e escurecidos por completo à noite. Com isso, percebemos todos os detalhes da mansão decadente, em um óbvio sinal de sobrevivência ao tempo.

As protagonistas utilizam os mesmos vestidos todos os dias, perambulando por cômodos praticamente vazios. O filme também adota uma abordagem narrativa contemplativa que contrasta com o tumulto interno crescente das duas à medida que se tornam próximas e desenvolvem uma atração mútua. Além disso, a cinematografia capricha nos elementos que criam quadros memoráveis, como na cena diante do fogo que inspira o retrato do título.

Delicado, o filme explora o olhar feminino ao trazer um elenco completamente feminino, apoiado por mulheres na direção, produção, fotografia e em praticamente todos os seus processos criativos. Retrato de uma Jovem em Chamas é, simplesmente, uma história de amor que transcende tempo, espaço e gênero.

Déborah Schmidt é formada em administração e servidora.

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Déborah Schmidt é servidora pública formada em Administração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

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UnaMúsica inicia temporada com show da Gafieira do Clube

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O projeto UnaMúsica inicia sua temporada 2024 com show da Gafieira do Clube nesta quinta-feira, dia 18, às 18h. A apresentação será ao ar livre, no Anfiteatro do Parque Una e coincide com a abertura da Semana Nacional do Choro em Pelotas.

O evento, que ocorrerá de 18 a 27 de abril, celebra o  10º aniversário do Clube do Choro de Pelotas e o reconhecimento pelo Iphan do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante o período, diversas atividades acontecerão em diferentes locais da cidade.

UnaMúsica

O UnaMúsica surgiu em 2020 com a intenção de valorizar a produção musical local ao promover shows de diferentes estilos no Anfiteatro do Parque Una. Porém, devido à pandemia de Covid-19, o projeto foi reestruturado e, dos cinco shows selecionados para aquela temporada, quatro foram realizados de forma virtual. Em 2022, o plano original foi retomado e a última apresentação foi realizada presencialmente.

Tendo o espaço público do Parque Una como cenário, o projeto retorna em 2024, buscando  levar boa música aos moradores e visitantes do bairro.

Gafieira do Clube

O projeto Gafieira do Clube reúne instrumentistas participantes do Clube do Choro e foi concebido com base nas tradicionais bandas de gafieiras do Rio de Janeiro que se destacavam em casas noturnas renomadas, como as estudantinas, oferecendo um repertório especialmente elaborado para a dança, com arranjos de músicas populares e composições instrumentais.

Apresentando uma formação moderna que combina os instrumentos do choro com nuances jazzísticas, incluindo contrabaixo, bateria e instrumentos de sopro, a Gafieira do Clube surge com o propósito de proporcionar uma experiência musical instrumental mais vibrante e envolvente, mesclando os ritmos do choro, maxixe, samba e outros, para o deleite dos apreciadores da música brasileira.

Participam do projeto: Rafael Velloso (sax), Rui Madruga (violão 7 cordas), Fabrício Moura (violão de 6 cordas/cavaquinho), Pedro Nogueira (cavaquinho solo), Paulinho Martins (bandolim), Gil Soares (flauta), Paulo Lima(contrabaixo) e Everton Maciel (percussão).

O QUÊ: Projeto UnaMùsica 2024 – Show Gafieira do Clube

QUANDO: Dia 18 de abril, às 18 horas

ONDE: Anfiteatro do Parque Una

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Cultura e entretenimento

Livro desconcertante esse: Por que nós morremos

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Pelo que diz, a cada geração nossos corpos são simplesmente barcos para facilitar a propagação de nossos genes, e eles se tornam dispensáveis tão logo cumprem sua missão. A morte de um animal ou pessoa seria apenas a morte desse barco.

Seríamos apenas cascos dos nossos genes. Máquinas de sobrevivência dos genes. Nosso cérebro seria um gerente de filial encarregado de tomar decisões delegadas pelos genes. Trocar uma lâmpada da vitrine, organizar a equipe de vendedores, trocar mercadorias com defeito.

Sendo assim, toda a nossa vida seriam truques dos genes pra sobrevivermos, nos colocarmos no grupo social pra sobreviver, e procriar e passar os genes adiante. Só isso. 🤪

Será?

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