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Pelotas e RS

Prefeito de Bagé recusa freezer do governo do estado para necrotério temporário e critica proposta

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Na noite desta terça-feira, o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, criticou o governo do estado por oferecer um freezer para armazenar corpos.

O caso é relatado no site da prefeitura bageense (veja abaixo).

Bagé é a segunda cidade com mais casos de infectados pelo coronavírus, atrás de Porto Alegre.

Divaldo Lara: espero salvar vidas

Do site da prefeitura de Bagé:

“Espero apoio para salva vidas e não para contabilizar a morte”

Nesta terça-feira (7), o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, recusou a proposta do Governo do Estado de receber um contêiner freezer para utilização como necrotério provisório.

O gestor acredita que a medida extrema não será necessária, visto que desde o início da pandemia a cidade está tomando ações rígidas de controle, evitando um aumento intenso de casos e, consequentemente, de óbitos.

“Queremos e precisamos do apoio do Estado para conter o vírus e a expansão dessa doença. Isso que esperamos. Não apoio para empilhar corpos”, relata o chefe do Executivo, lembrando a importância do alinhamento das esferas governamentais no combate à pandemia.

Estes dispositivos chegam ao Estado em cerca de dez dias e quatro municípios receberiam este auxílio, entre eles Bagé, por ser a cidade com mais números de casos no Estado, proporcionalmente falando, e a segunda na lista numérica de casos.

“Eu, sinceramente, espero que não seja necessário este tipo de dispositivo aqui em nossa cidade. A ajuda que eu espero do Estado é para kits de exames, EPI´s, leitos, vacinas, ações que nos ajudem a salvar vidas e não para armazenar os corpos das vítimas. Não é isso que quero para a minha cidade. Precisamos do apoio do Estado para ajudar a controlar a contaminação em massa. Apoio para a vida e não para a morte”, apontou Divaldo.

Divaldo ressalta que as medidas de prevenção continuam sendo necessárias.

“Se não fossem estas ações rápidas e imediatas que tomamos, hoje com certeza estaríamos contabilizando vítimas. Contando com o apoio da população, neste momento, recuso estes contêineres e peço que juntos possamos nos unir no enfrentamento deste inimigo invisível”, finalizou.

A assessoria da Secretaria de Saúde do RS disse que a informação sobre os contêineres não é verdadeira. Mas o prefeito Divaldo insiste que é verdadeira. “Quem ligou para mim foi o vice-governador do Estado (Ranolfo Vieira Junior). Recusei, porque é uma piada. Eu não falaria isso se não fosse verdade”.

Link para postagem no site da prefeitura de Bagé, abaixo: AQUI.

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Pelotas e RS

Desembargador mantém suspensão de projeto de lei da prefeita Paula que autorizava Associação Rural a construir loteamento em área doada pelo Município

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Concordando com decisão liminar do juiz Bento Barros, o desembargador Voltaire de Lima Moraes, do Tribunal de Justiça do Ro Grande do Sul, manteve suspensa a tramitação na Câmara de projeto de lei de iniciativa da prefeita Paula Mascarenhas que autorizava a Associação Rural a erguer um empreendimento imobiliário em uma área de 25 hectares, equivalente a 25 campos de futebol profissional.

O caso vai agora à segunda instância.

O terreno ocupado pela Rural foi doado pelo Município em 1959, para uso não comercial. Por isso, foi surpreendente a iniciativa da prefeita.

Na lei da doação de 1959, um artigo estabelece que o terreno não pode ser alienado, no caso, para ser comercializado. O prefeito da época incluiu a cláusula pensando no bem do Município, na lisura da relação entre os entes público e privado e, por óbvio, na própria reputação – para que não recaísse sobre si a suspeita de intermediação e favorecimento.

Se todo beneficiário de doação de terrenos do Estado tivesse autorização deste para comercializar glebas ganhas dos governantes, e resolvesse fazê-lo, seria um escândalo, não? Pegaria mal para todos os envolvidos. Sendo assim, a decisão liminar do juiz Bento Barros, suspendendo o trâmite da Lei de Paula, reconfirmada pelo desembargador Voltaire, faz sentido lógico. Está respeitando o que diz a legislação, de significado moral perene.

Sobre o caso do terreno na Rural, além do dito até aqui, em várias matérias, vale acrescentar: se grande parte da área doada à Associação está ociosa (ao ponto de considerarem erguer um empreendimento imobiliário nela), o correto não seria devolvê-la ao Município, para que este dê destinação social à área ou para que a venda, por licitação, para investidores interessados, pelo melhor preço? Parece, igualmente, ser o lógico.

A doação, como se depreende, foi desmedida.

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Pelotas e RS

Artigo que proíbe venda de terreno doado à Rural buscou preservar o interesse público e a reputação do governante

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A intenção da prefeita Paula Mascarenhas de autorizar na prática, por lei, a Associação Rural a erguer um empreendimento imobiliário num pedaço da área que esta ocupa, por doação do Município, tem um impeditivo legal.

Na lei da doação, de 1959, um artigo estabelece que o terreno não pode ser alienado, no caso, para ser comercializado. O prefeito da época incluiu o artigo pensando no bem do Município, na lisura da relação entre os entes público e privado e, por óbvio, na própria reputação – para que não recaísse sobre si a suspeita de intermediação e favorecimento.

Se todo beneficiário de doação de terrenos do Estado tivesse autorização do governante para comercializá-los, e resolvesse fazê-lo, seria um escândalo, não? Pegaria mal para todos os envolvidos. Sendo assim, a decisão liminar do juiz Bento Barros, suspendendo o trâmite da Lei de Paula, faz sentido lógico. Está respeitando o que diz a legislação, de significado moral perene.

Diz o artigo: “A legislação (da doação de 1959) estabeleceu que a sociedade beneficiária (Rural) não poderia alienar o imóvel ou parte dele em nenhum momento, sob pena de caducidade da doação e retorno do imóvel, juntamente com todas as benfeitorias existentes, ao patrimônio do Município de Pelotas. Portanto, até o momento, o direito de dispor e reaver o imóvel é do Município de Pelotas, integrando o seu patrimônio.”

Entre os defensores da Lei de Paula, há quem sustente que o artigo impeditivo caducou no tempo. Supondo que caducou, então que caduque também a doação de 1959 de toda a área da Rural, já que a cláusula faz parte da mesma lei. Quando argumentam que o “artigo caducou”, desviam do essencial: a preservação do patrimônio público e de sua função social (que não tem coloração ideológica) e o mal que faz a insegurança jurídica vigente no País.

Por que a prefeitura deveria abrir mão de uma área que ela própria pode vender, por licitação, da qual poderiam participar inclusive vários players. Poderia inclusive, por exemplo, reservar a área para um conjunto do Minha Casa, Minha Vida

Estima-se que o terreno pensado para aquele empreendimento imobiliário (25 hectares, equivalente a 25 campos de futebol profissional somados) valha cerca de R$ 100 milhões. Mesmo que valha a metade ou ainda menos, é uma montanha de dinheiro. Por que entregar patrimônio assim, se a solução – a favor do Município – poderia ser outra, interessante ao interesse público?

Por que a prefeitura deveria abrir mão de uma área que ela própria pode vender, por meio de licitação, da qual poderiam participar inclusive vários players, como os empresários gostam de se referir a si mesmos. Poderia inclusive, por exemplo, reservar a área para um conjunto do Minha Casa, Minha Vida, com a vantagem de estar integrada à malha urbana e não distante, como habitualmente.

Sobre o caso do terreno na Rural, além do dito até aqui, vale acrescentar: se grande parte da área doada à Associação está ociosa, o correto não seria devolvê-la ao Município, para que este dê destinação social a ela? Ou a venda por licitação a investidores interessados, pelo melhor preço? Parece, igualmente, o lógico. A doação, pelo que se depreende, foi desmedida.

Não fosse pela razão legal e de lisura com o trato da coisa pública, a prefeitura vive hoje um déficit de caixa grave. O déficit em 2023 alcançará em dezembro R$ 110 milhões e, em 2024, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, será de R$ 282 milhões. Mesmo que não estivesse deficitária, abrir mão da área, à luz da moralidade e do interesse público, é questionável.

Note ainda: o projeto de lei foi enviado pela prefeita à Câmara sem que a matéria fosse trazida a público para debate, ou comunicada no site da prefeitura. Por que? Além disso, o projeto foi à Câmara no final do ano, época em que a sociedade, pensando nas festas e nas férias, se desmobiliza. No final do governo. Tais fatores denotam consciência da dificuldade da empreitada.

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