Connect with us

Opinião

Covid-19: Muito difícil a posição da prefeita

Publicado

on

Última atualização: 13h58 de 19/04 |

É uma situação que requer o esforço de todos. O pico da pandemia no Brasil está previsto para maio e junho. Na opinião do reitor Pedro Hallal, opinião de epidemiologista, a quarentena, nos moldes atuais em Pelotas (parcial), deveria ser prolongada para evitar o colapso do sistema de saúde (veja aqui). Já a prefeita Paula, que vinha rigorosa no isolamento, mudou de ideia em relação ao rigor das medidas

Na quinta-feira passada, ela estendeu o isolamento por mais uma semana, mas sinalizou que, a partir do dia 23, vai flexibilizar a abertura de algumas atividades comerciais. É uma decisão difícil, carregada de riscos, mas é a decisão dela e dos prefeitos das demais cidades da Azonasul, flexibilizar. Dois dias depois daquele aceno, neste sábado, veio a notícia de que uma auxiliar de enfermagem do Hospital São Francisco de Paula testou positivo para covid-19.

Para se ter ideia de um quadro maior, o governador Eduardo Leite disse ontem à CNN: “Nós não temos como não ter o vírus. Ele vai continuar circulando. Nós temos que controlar a velocidade com que circula. Infelizmente, vamos perder vidas. O que não admitimos é perder vidas sem atendimento”. Com essa declaração, o governador reconhece a inevitabilidade do contágio, cedo ou tarde, e da morte em alguns a casos, mas se diz preocupado em garantir socorro às pessoas, que, sem atendimento, terão chances maiores de morrer.

Aparentemente por causa da pressão ostensiva de lideranças do setor produtivo estadual, coisa que não ocorre em Pelotas (aqui não há pressão explícita), Leite flexibilizou o decreto estadual que fechava o comércio, delegando aos prefeitos do estado, menos da região metropolitana da capital, a decisão de flexibilizar ou não as medidas de proteção. Poderia não ter feito, mas, pressionado, preferiu dividir a responsabilidade. Vários prefeitos do estado já decretaram abertura do comércio. Em Pelotas, a prefeita Paula, cautelosa, vai flexibilizar, ao que parece, com método.

Ainda assim, flexibilizar (a tentativa de equilibrar o aumento de doentes com a produção econômica) é difícil. Pode dar certo? Pode. Pode que também não dê certo e o número de casos, que tende a crescer, exploda subitamente. Se isto ocorrer, a prefeita pode voltar atrás e fechar tudo de novo? Pode. Mas, dependendo do ponto, pode ser tarde.

Muito difícil a posição dela. De todo mundo. Inclusive porque hoje o número de leitos de UTI e de respiradores é pequeno.

Covid-19: Em todos os cenários de relaxamento do distanciamento, número de doentes supera número de leitos

Paula: “Trabalhamos para ter 65 leitos de UTI exclusivos para covid-19”

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

2 Comments

2 Comments

  1. Luana Tavares

    19/04/20 at 20:48

    A falta de respiradores não é um problema de Pelotas e sim de todos os lugares do mundo. Nenhum país do mundo estava preparado PARA A PANDEMIA Tem que fechar o comércio Sim…primeiro se salva as vidas e depois se pensa na economia.
    PELOTAS NÃO VAI FICAR MAIS POBRE POR FECHAR O COMÉRCIO NESSE MOMENTO TÃO DIFÍCIL.

  2. Radamés Padilha

    19/04/20 at 15:56

    Se os políticos dessem mais verba para os hospitais não estava assim!!! Caxias do sul tem quatro vezes mais respiradores que Pelotas!!!! A cidade de Bagé tá dando exemplo!!! tem o dobro de casos e abriu o comércio!!!! Tem hora que tem que decidir;são eleitos pra isso!!!Pelotas é uma cidade pobre e vai ficar mais pobre!!!!!

Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

Publicado

on

Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

Continue Reading

Opinião

De fato, Pelotas “mudou”

Publicado

on

Às vezes encontro com pessoas que estão voltando a morar em Pelotas. É comum comentarem isso: “Pelotas mudou. Havia uma vibração visível. Tinha uma intelectualidade… hoje não tem mais. O Sete de Abril, mesmo, está fechado… há 14, 13 anos… é isso mesmo?”.

Aqui vão sete coisas que parecem ter mudado a vida em Pelotas. Nem pra pior nem pra melhor. Apenas a vida mudou.

1. Condomínios fechados: as pessoas se preocupam mais com o condomínio do que com o passeio público. Com sua vida em seus espaços fechados ou, se abertos, integrados, como o Parque Una.

2. Alunos da UFPel vêm de fora por causa do Enem. Vão embora nas férias e no fim do curso. Não são daqui. Não chegam a formar um elo emocional forte com a cidade.

3. Professores da UFPel vêm de fora.

4. A cidade se espalhou.

5. A população está envelhecendo.

6. Digitalização da vida, com trabalho remoto.

7. Globalização, compras pela internet, streaming.

O mundo mudou.

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading