Os comerciantes do Pop Center não querem voltar ao prédio do Shopping Popular, do qual foram obrigados a sair em 20 de março passado por decreto da prefeitura, que considerou alto o risco de contágio pelo coronavírus no edifício, de corredores estreitos e pouco arejado.
Com isso, parte deles passou a vender produtos em bancas improvisadas em frente do prédio, na rua. Outros foram vender no calçadão, aglomerando o centro da cidade.
Os permissionários não querem voltar ao Pop por duas razões, em uma sequência de fatos um pouco difícil de entender.
O Pop foi erguido no governo Fetter para retirar os ambulantes das ruas do centro da cidade, onde expunham sobre o passeio público, dando-lhes um centro comercial próprio e incluindo-os na formalidade. Veio então a pandemia e os decretos que impediram o funcionamento do prédio.
Os permissionários pressionavam para voltar, tanto que apresentaram uma proposta de redução dos aluguéis até o fim do ano para compensar perdas no período em que não ocuparam o prédio.
A prefeitura mediou um acordo com a empresa que administra o Pop, mas não houve acerto, os permissionários recusaram a proposta. O passo lógico seria uma contraproposta. Mas passaram a dizer que desistiram de voltar porque o risco de contágio, no prédio do Pop, é alto.
Eis a razão difícil de entender! O porquê da mudança de atitude.
Há outro ponto incompreensível: o porquê de a prefeitura, que proibiu o funcionamento do Pop em março, por considerá-lo perigoso, de repente, passou a deixar de vê-lo como um risco quase dois meses depois.
Para a reocupação, o governo estabeleceu regras de funcionamento iguais às regras que estabeleceu para a reabertura do comércio tradicional, que retomou atividades em 23 de abril passado.
Prefeita Paula anunciou:
“Criamos um protocolo de funcionamento, assim como fizemos para o comércio em geral. Iremos fiscalizar e cobrar dos administradores do Pop que as normas – entre elas o limite de pessoas dentro do prédio, o uso de máscaras, a disponibilização de álcool gel -, sejam cumpridas. Hoje o que estamos vendo é aumentar a aglomeração (nas bancas improvisadas na rua, em frente do Pop e nas ruas centrais), o que não é seguro para a saúde das pessoas, e corremos o risco de perder uma conquista, que é ter um local próprio para esse tipo de comércio (popular)”.
Já a gerência do Pop diz que preparou o local para receber os permissionários, seguindo as regras de proteção, distanciamento de mesas na praça da alimentação, ocupação máxima de 30% delas, permissionários e clientes teriam inclusive a temperatura corporal medida. Ainda assim, os comerciantes populares não aceitaram voltar.
Eles dizem que a distância dos corredores entre as bancas é menor do que a prevista no decreto municipal que regula a distância entre comerciantes e clientes.
O decreto prevê distância mínima, no comércio, de 2 metros entre as pessoas. Com uma trena, vereadores mediram 1.80 de distância do corredor entre as fileiras de bancas, menor entre os comerciantes, que dirá dos clientes.
A prefeitura teria de mudar o decreto, para não descumpri-lo.
Os vereadores detectaram também, segundo eles, poucos borrifadores de sabonete, ausência de papel toalha, torneiras sem conserto, informações, prometem, a ser encaminhadas ao Ministério Público e à Vigilância.
A prefeitura havia determinado que os permissionários que vendiam em tendas na rua e no calçadão saíssem dessas áreas nesta segunda-feira e garante que saíram, confirmando, porém, que não voltaram ao Pop.
Da Redação:
Aparentemente, o governo falhou na condução do tema Pop. Ao decidir reabrir o comércio em 23 de abril passado, com regras de proteção contra o contágio, deixou de fora o Pop Center. Deixar de fora o Pop se torna incompreensível quando agora, quase dois meses depois, o governo quer reabri-lo com as mesmas regras válidas para o comércio em geral. Sendo assim, por que não permitiu antes?
Para complicar, quer a volta passando por cima do decreto que estabelece 2 metros de distância entre as pessoas, o que, na prática, é impossível de respeitar, segundo a medição feita pelos vereadores com a trena.
Parece uma situação sem saída.
Sem distanciamento seguro possível, não se pode voltar ao Pop. Permitir a comercialização na rua produz aglomeração.
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