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Cultura e entretenimento

‘Destacamento Blood’, o último filme de Spike Lee

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Spike Lee é um cineasta conhecido por filmes extremamente necessários para o entendimento político da história, especialmente em relação às questões raciais.

Selecionado para estrear no Festival de Cannes deste ano (cancelado devido à pandemia do coronavírus), onde Lee seria o presidente do júri, Destacamento Blood já está disponível na Netflix.

Em meio aos últimos acontecimentos que envolveram o brutal assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial branco, o diretor lança um dos melhores e mais importantes filmes do ano.

O longa acompanha a história de quatro veteranos de guerra afro-americanos que retornam ao Vietnã à procura dos restos mortais do líder de seu antigo esquadrão e de um tesouro enterrado. Paul (Delroy Lindo, brilhante), Otis (Clarke Peters), Melvin (Isiah Whitlock Jr.) e Eddie (Norm Lewis) conseguiram uma autorização do Pentágono e do governo vietnamita para buscar na selva os restos mortais de Stormin’ Norman (Chadwick Boseman), que morreu na guerra e fazia parte dos Bloods, como eles se chamam. Além disso, durante a guerra, eles enterraram um baú lotado de ouro com o desejo de um dia, levar de volta o que já foi dos americanos.

A missão do grupo parece simples diante da enorme amizade e conexão entre eles. É divertido acompanhar as conversas, inclusive em momentos na qual é discutida a atual política dos EUA, já que o protagonista é um eleitor de Donald Trump e usa o infame boné vermelho estampado com a frase “Make America Great Again”. Desde os créditos iniciais, com um discurso contra a Guerra do Vietnã de Muhammad Ali, e ao decorrer da trama, o filme expõe todas as feridas, ainda abertas, deixadas pela guerra. Aliás, é preciso estômago forte para assistir o que virá pela frente, com a inserção de fotos e vídeos chocantes da época.

O roteiro foi escrito originalmente por Danny Bilson e Paul DeMeo, mas Spike Lee e Kevin Willmott também trabalharam na história. A narrativa apresenta personagens complexos e ambíguos, onde todos no grupo enfrentam algum tipo de transtorno do estresse pós-traumático. Porém, para Paul é mais complicado.

Quando seu filho David (Jonathan Majors) pede para participar da missão, fica escancarado que o relacionamento dos dois é bastante conturbado. A verdade é que Paul deseja enfrentar seus demônios internos e encontrar um fechamento quanto ao que aconteceu.

É interessante observar, também, que todas as cenas em flashback são interpretadas pelo quarteto já em idade avançada. Afinal, a guerra acaba, mas não na memória dos soldados. Além disso, as mudanças de quadro quando o espectador vê um flashback remetem a uma sensação de documentário. Quando retorna para a história atual, o filme retoma ao formato original.

O diretor de fotografia Newton Thomas Sigel realiza um excelente trabalho criando diferentes cores conforme a época, com destaque para uma fotografia mais saturada nas cenas de flashback. Vemos também homenagens ao clássico Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, em especial com um trecho da ópera de Richard Wagner, “Cavalgada das Valquírias”.

A ótima trilha sonora de Terence Blanchard, indicado ao Oscar por Infiltrado na Klan, está repleta de clássicos de Marvin Gaye, principalmente do álbum “What’s Going On”, em que utiliza melodias do funk e do jazz carregado de letras sobre violência e guerra.

Destacamento Blood é mais atual do que nunca. Spike Lee entrega um dos mais relevantes trabalhos de sua filmografia. Um filme que precisa ser visto.

Déborah Schmidt é formada em administração e servidora.

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UnaMúsica inicia temporada com show da Gafieira do Clube

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O projeto UnaMúsica inicia sua temporada 2024 com show da Gafieira do Clube nesta quinta-feira, dia 18, às 18h. A apresentação será ao ar livre, no Anfiteatro do Parque Una e coincide com a abertura da Semana Nacional do Choro em Pelotas.

O evento, que ocorrerá de 18 a 27 de abril, celebra o  10º aniversário do Clube do Choro de Pelotas e o reconhecimento pelo Iphan do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante o período, diversas atividades acontecerão em diferentes locais da cidade.

UnaMúsica

O UnaMúsica surgiu em 2020 com a intenção de valorizar a produção musical local ao promover shows de diferentes estilos no Anfiteatro do Parque Una. Porém, devido à pandemia de Covid-19, o projeto foi reestruturado e, dos cinco shows selecionados para aquela temporada, quatro foram realizados de forma virtual. Em 2022, o plano original foi retomado e a última apresentação foi realizada presencialmente.

Tendo o espaço público do Parque Una como cenário, o projeto retorna em 2024, buscando  levar boa música aos moradores e visitantes do bairro.

Gafieira do Clube

O projeto Gafieira do Clube reúne instrumentistas participantes do Clube do Choro e foi concebido com base nas tradicionais bandas de gafieiras do Rio de Janeiro que se destacavam em casas noturnas renomadas, como as estudantinas, oferecendo um repertório especialmente elaborado para a dança, com arranjos de músicas populares e composições instrumentais.

Apresentando uma formação moderna que combina os instrumentos do choro com nuances jazzísticas, incluindo contrabaixo, bateria e instrumentos de sopro, a Gafieira do Clube surge com o propósito de proporcionar uma experiência musical instrumental mais vibrante e envolvente, mesclando os ritmos do choro, maxixe, samba e outros, para o deleite dos apreciadores da música brasileira.

Participam do projeto: Rafael Velloso (sax), Rui Madruga (violão 7 cordas), Fabrício Moura (violão de 6 cordas/cavaquinho), Pedro Nogueira (cavaquinho solo), Paulinho Martins (bandolim), Gil Soares (flauta), Paulo Lima(contrabaixo) e Everton Maciel (percussão).

O QUÊ: Projeto UnaMùsica 2024 – Show Gafieira do Clube

QUANDO: Dia 18 de abril, às 18 horas

ONDE: Anfiteatro do Parque Una

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Cultura e entretenimento

Livro desconcertante esse: Por que nós morremos

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Pelo que diz, a cada geração nossos corpos são simplesmente barcos para facilitar a propagação de nossos genes, e eles se tornam dispensáveis tão logo cumprem sua missão. A morte de um animal ou pessoa seria apenas a morte desse barco.

Seríamos apenas cascos dos nossos genes. Máquinas de sobrevivência dos genes. Nosso cérebro seria um gerente de filial encarregado de tomar decisões delegadas pelos genes. Trocar uma lâmpada da vitrine, organizar a equipe de vendedores, trocar mercadorias com defeito.

Sendo assim, toda a nossa vida seriam truques dos genes pra sobrevivermos, nos colocarmos no grupo social pra sobreviver, e procriar e passar os genes adiante. Só isso. 🤪

Será?

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