OPINIÃO LIVRE |
Intriga o mundo saber como o Japão, mesmo sem lockdown, conseguiu controlar o coronavírus. “O misterioso modelo japonês contra a Covid-19 não é exemplo para o mundo”, artigo de Juliana Sayuri, no site TAB, diz que em outros países não daria certo, pois os motivos seriam muito peculiares, enumerando “os 43 porquês”, uma lista de 43 razões para que tenha funcionado lá.

A lista inclui características culturais como cumprimentos sem abraços e beijos (ojigi, reverência à distância) até especulações sobre maior resistência ao vírus, mas também reconhece a disciplina oriental em hábitos de higiene e prevenção, bem como em seguir orientações de autoridades públicas.
O controle da contaminação sem impedir o funcionamento das cidades, como no Japão, seria uma meta a perseguir, preservando vidas e empregos ao mesmo tempo. Uma dificuldade é nossa cultura, não afeita á disciplina, tanto que já tivemos aqui a histórica “Revolta da Vacina” em 1904, no Rio de Janeiro, contra a vacinação obrigatória, que acabou revogada, mesmo em época de surtos de varíola, peste bubônica e febre amarela.
Um amigo relatou um episódio que retrata nossa dificuldade de organização pelas vias normais. Ele estava avisando os órgãos responsáveis que uma arvore caída obstruía parte da rua e da calçada, mas não conseguia que tomassem providências. Um dia resolveu ligar dizendo “aqui é o Doutor Fabiano, do gabinete do prefeito, e precisamos que vocês façam isso”. Não só foi atendido no mesmo dia, como ficou com o contato e usou outras vezes o mesmo artifício, pois nunca conferiram se ele trabalha onde disse.
As vacinas que estão em teste contra a Covid devem ter adesão total, quando forem acessíveis a todos. Já iniciaram os testes da vacina de Oxford no Rio de Janeiro e uma vacina chinesa começará a ser testada em Porto Alegre, inclusive, em profissionais de saúde da “linha de frente”.
Os meses “enquanto a vacina não vem” é que são o problema, pois não nos preparamos para cultivar “hábitos japoneses” capazes cuidar da saúde e dos empregos ao mesmo tempo. Não sabemos como seria se as prefeituras tivessem canalizado os esforços para disciplinar os cuidados de saúde fiscalizando o comércio, se isso teria efeito didático para a população em geral, pois o fechamento não evitou que as pessoas se aglomerassem em outros locais.
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Montserrat Martins é médico e escritor
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