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Opinião livre: “O impacto da política e do coronavírus em Pelotas”. Por Cauê Fuhro Souto

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Por Cauê Fuhro Souto, empresário, corretor de imóveis e Produtor Cultural *

Cauê Fuhro Souto

Sabemos que Pelotas vinha em uma dinâmica boa quando o assunto era COVID-19, mas de um tempo para cá piorou muito.

Não sabemos prever quando nem como terminará a situação antes impensável que a Terra vive hoje, em função do impacto da Covid-19. Todavia, pelo menos algumas diretrizes poderiam ser listadas para projetar um cenário pós-coronavírus em Pelotas e amenizar as consequências dessa paralisação social, econômica e de desenvolvimento.

A completa incoerência das ações da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) nos últimos meses, ora favorável ao isolamento, ora explicitamente contrária, resulta em debates desde eventuais quebras de lojas e desempregos (fim da receita da cidade) e também no colapso na área da saúde.

O avanço de vítimas fatais e a incerteza de um futuro pela falta de renda nada mais são do que um caos completo. Resta-nos apenas um pacto de conciliação e união das forças democráticas de todos os polos, sem exceção.

O problema do momento está caindo no eixo da gestão de crise, exemplo como o do hospital de campanha, noticiado negativamente em nível nacional. O mesmo foi desmontado sem ser utilizado e jamais utilizou os serviços de refeições, segurança, limpeza, aluguel de ambulância (pelo preço de uma 0km) dentre outros.

A falta de gestão, nesses casos, foi observada e sentida pelo pelotense.

Creio que um dos piores problemas seja a desatenção aos cuidados ao Covid-19, por estarmos nos aproximando das eleições. Ora, agora todos os olhares estão voltados para a escolha, através de vídeos de apresentação, dos postulantes à vice-prefeitura.

O momento é de união e execução de política e não de fazer política pessoal. No Aurélio, política é denominada por: arte, ciência de governar ou ciência de organização, direção e administração em prol da população.

Nas últimas semanas essa gestão não vem apresentando isso, e sim um governo em torno de si mesmo, visando o seu próprio futuro.

Os impostos aumentam e a cidade está com um número excessivo de obras (justamente em ano de eleição). A maioria delas de recursos federais, portanto “sobrariam” recursos para uma melhora ou para o combate ao Covid.

Recursos vieram do governo federal e se sabe que alguns gastos foram para o ralo, assim como foram utilizados para tapar buracos da máquina pública, contas atrasadas…

Nesse momento não podemos ter uma guerra falsa por um candidato a vice-prefeito. Na minha concepção, o vice desse momento, por exemplo, deveria, ao invés de sumir, estar dialogando com a população, dialogando com o comitê de crise (que perdeu os melhores conselheiros), executando política em prol da população e não fazendo política para si mesmo. O ato de partidos estarem nesse momento gravando vídeos, passando por testes para ser aprovados pela prefeita é completamente inaceitável, é errado!

Todos os candidatos deveriam estar se unindo para combater os problemas da pandemia em Pelotas, tendo em vista as pesquisas eleitorais, às quais deixam bem claro que a prefeita não precisaria estar dando atenção a sua reeleição. Teve e tem muito erro e o mínimo seria não medir esforços em conjunto com todos os políticos, para combater os erros e melhorar a gestação publica, inclusive sendo debatida em cortar na própria pele o número de CC’s, que ultrapassam os 360. Também poderia focar na venda de prédios que estão inativos, causando prejuízos aos cofres públicos. Estas medidas poderiam estar dando suporte financeiro à saúde, por exemplo.

Estamos cansados dos mesmos, deveríamos estar voltados para conselhos de crise nesse momento em cada área da cidade, debatendo como ficará o planejamento para 2021, já que 2020 está perdido, mas desse jeito pode piorar.

Só temos uma saída: a conciliação das esferas; proteção da saúde da população e da ordem econômico-financeira de Pelotas, mais o direito das pessoas economicamente débeis à assistência social.

Sabendo que, primeiramente, saúde é direito fundamental de todos, afunilando sempre para um Sistema Único de Saúde (SUS) que deveria estar muito mais equipado nesse momento. A que se agrega o direito igualmente fundamental de ser assistido social e gratuitamente, no pressuposto da concreta necessidade ou carência dos bens materiais.

Quanto à ordem econômico-financeira, devemos nos lembrar de que a primeira delas tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os dizeres da justiça social. Daí que, entre os seus princípios, figurem a redução das desigualdades sociais, a busca do pleno emprego e o tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte.

Estamos diante da maior crise humanitária de nossas gerações. A sociedade precisa cobrar que as lideranças de Pelotas deixem as disputas por espaço de lado e se concentrem em construir soluções em conjunto. Diante de um vírus, todas as divisões humanas perderam o sentido.

O vírus não respeita as fronteiras aqui do sul nem do restante do mundo, não distingue ideologia nem raça. Para esse vírus, todos nós somos parte de uma só comunidade. E só assim, unidos, poderemos sair dessa.

Precisamos CONSTRUIR JUNTOS uma cidade melhor.

* Cauê Fuhro Souto, empresário, corretor de imóveis e Produtor Cultural, graduando em Jornalismo e Direito, formado pelo programa RenovaBR, certificado pelo Ayn Rand Conference.

Artigos de opinião refletem única e exclusivamente a posição de seus autores.

Envie seu artigo para o e-mail amigosdepelotas10@yahoo.com.br

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Incômodas indicações para cargos na prefeitura

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Há pouco a prefeitura demitiu Pai Cleber de Xangô do cargo de “diretor de Patrolamento” da Secretaria de Obras. Numa cidade com muitas ruas de terra nos bairros, o setor é visado. Quando chove, as ruas, esburacadas, alagam. Ao ver a patrola, os moradores ficam felizes. O ponto: segundo o vereador César Brizolara, do PSB, Pai Cleber foi indicado ao cargo pelo vereador Márcio Santos, do PSDB, partido da prefeita Paula Mascarenhas. A demissão veio após Brizolara afirmar que Cleber entregava aos moradores cartões oferecendo serviços religiosos e propagandeando que o serviço de patrola ocorria graças a Santos.

Já na Secretaria de Assistência Social, o servidor Juliano Nunes foi guindado ao cargo de função gratificada de “diretor de Alta Complexidade”. Segundo o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, em depoimento ontem (19) na Câmara, Nunes foi indicado ao cargo pelo vereador Carlos Júnior, do PSD, da base do governo. Como Pai Cleber, Nunes foi afastado do cargo, depois de denúncias de que desviava dinheiro público de beneficiários do Serviço de Prestação Continuada. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado esteve na casa de Nunes, onde fez buscas e apreensões.

Já no Pronto Socorro Municipal, Misael da Cunha, então vice-presidente do PSDB e ex-tesoureiro do partido, foi elevado ao cargo de “gerente executivo do Pronto Socorro”, de onde acabou afastado após a descoberta de pagamentos em duplicidade a uma empresa específica. O caso motivou uma CPI, em curso na Câmara, onde Brizolara tem insistido em que se abra uma outra CPI específica para investigar a Secretaria de Assistência Social.

Por esses casos estima-se os riscos da indicação política de pessoas para cargos-chave. De apelo eleitoral. E que operam verbas.

Vereadores indicando cargos, de qualquer tipo, e a autoridade na prefeitura aceitando, é um sinal da miséria brasileira, da falta de entendimento do papel institucional. Às vezes cansa falar disso.

A imagem da patrola parece resumir o que ocorre.

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