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A VACINA RUSSA!

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Nem a inglesa, nem a alemã, nem a americana ou a chinesa, primeira vacina a ser aplicada à população vai ser mesmo a russa, “pulando etapas” dos testes em humanos. 

A comunidade científica internacional alerta para os riscos de uma vacina ser lançada sem os devidos testes, mas no contexto atual é compreensível a pressa.

 Você usaria a vacina russa?

Até hoje tem sido raros os efeitos colaterais causados por vacinas, mas eles acontecem como aliás acontecem com quaisquer tipos de medicamentos. Você sabia por exemplo que uma simples dipirona (que quase todo mundo já usou) pode causar uma disfunção grave da produção de leucócitos (leucopenia, por disfunção na medula óssea) em 1 a cada 40 mil pessoas que a usam?  Ninguém espera ser uma em 40 mil pessoas a ser atingida por esse efeito colateral, mas ele existe.

    As vacinas podem ser de vários tipos, por exemplo com vírus atenuados, ou com as proteínas do vírus, capazes de induzir a produção de anticorpos.

    O mais grave desses efeitos colaterais foi uma doença neurológica (Guillain Barré) que é uma doença autoimune que ataca o próprio sistema nervoso. Pois um estudo publicado na revista da Associação Médica Americana mostrou que dos 4,4 milhões de vacinados contra o H1N1, 83 deles teriam desenvolvido essa doença. Ou seja, cerca de 1 em cada 50 mil pessoas vacinadas.

    Entre 2009 e 2010 a H1N1 matou cerca de 20 mil pessoas no Brasil, portanto a vacina contra H1N1 é fundamental. 

    Agora em 2020 já são mais de 100 mil mortos por coronavírus e esse número cresce em cerca de 1000 pessoas mortas por dia, há vários meses com essa média de vítimas fatais.

    O risco de morte varia de uma região para outra do Brasil (no Rio de Janeiro é maior, pela deficiente rede de saúde), mas chega a 3%. Então os riscos são imensos para a pessoa contagiada, mais ainda de acordo com idade ou fatores de risco, mas não só, pois jovens sadios também já foram vitimados.

    Uma vacina não devidamente testada é um risco, é claro. Mas é compreensível a pressa, diante da relação risco-benefício, no qual os riscos do Covid parecem ser maiores do que os possíveis riscos alternativos.

    Outra questão não resolvida é como auferir os reais riscos através dos testes em humanos, feitos com milhares de pacientes, quando esses riscos costumam ser raros e muitas vezes só observados depois que milhões de pessoas já tiveram contato com a vacina.

    Você usaria a vacina russa? Eu pensaria seriamente na hipótese de usar, mesmo sabendo dos riscos da falta de todos os testes.

    Os paranaenses, nossos vizinhos da Região Sul, provavelmente terão esse dilema em breve, pelo convênio feito pelo governo do Paraná com os russos. E sim, é verdade que os riscos são aumentados pela falta de tidas as etapas de testes recomendados, mas também é verdade que mesmo após todos os testes podem surgir efeitos colaterais mais raros que só aparecem quando milhões de pessoas usam um determinado produto.

    A ciência não é um cálculo matemático exato, é um cálculo de probabilidades. Além de termos conhecimentos científicos básicos, para compreender riscos e tomar decisões, um pouco de sorte também ajuda.

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    UFPel entregou título de Dr. Honoris Causa a Mujica

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    Discretamente, na sexta passada, a direção da UFPel viajou ao Uruguai para entregar a Pepe Mujica o título de Doutor Honoris Causa. A notícia foi divulgada ontem, terça, no site da Universidade.

    Algumas frase dos dirigentes universitários presentes à homenagem, às vezes em tom juvenil:

    “Pepe é um grande exemplo de pessoa que consegue lutar por direitos humanos, justiça social e democracia. Resistiu bravamente aos movimentos da ditadura e, como um jardineiro, sempre plantou a esperança, a luta e a vontade dessa luta em cada companheiro. Ele planta hoje a esperança para os nossos jovens”.

    “Muito obrigada por ser quem é, muito obrigada por nos inspirar a defender a educação como uma forma mais poderosa de semear o futuro”.

    “A visão humanista de Mujica ressoa profundamente com os ideais que nós da Universidade Federal aspiramos cultivar, nossa instituição sempre se pautou na crença de que a educação é a base para uma sociedade mais justa e igualitária, as bandeiras defendidas por Mujica colocam o bem-estar humano e a preservação do planeta acima do materialismo e do consumo desmedido e enlouquecedor, inspiram nossos esforços e reafirmam o nosso compromisso com a busca por dias melhores”.

    ***

    Cmt meu: Mujica é de fato um homem incomum. Coerente. Vive modestamente, de acordo com suas ideias. Há nele uma ausência de vaidades materiais que chega a ser comovente. Se morasse em Pelotas, e fosse professor de Universidade, jamais o veríamos, por exemplo, no Dunas Clube, à beira da piscina, tomando cerveja depois de disputar uma partida de tênis – em greve por salário ainda mais alto do que os que já receberia (R$ 20 mil, digamos), pensando em justiça social num país de esmagadora maioria pobre, com ganhos mensais médios de R$ 3 mil.

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    Na cerimônia, Mujica disse: “Sigo confiando em los hombres, a pesar que todos los dias me deconcertan”.

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    Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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