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Brasil e mundo

A utilidade pública dos bens

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“Tá na moda” se desfazer de patrimônio público, é como vender os móveis da casa para pagar as contas, depois de vendido não tem volta. Não haveria um modo de aproveitar melhor esses bens?

Não sei nos 497 municípios do interior gaúcho, como seria a situação em Taquari, ou Soledade, em Pelotas ou Caxias. Mas na capital, o Município de Porto Alegre é proprietário de 124 terrenos, mais 3 prédios e 6 sobrados (no bairro Menino Deus) sem uso hoje.

A Defensoria Pública propõe o uso em benefício das cerca de 6 mil pessoas em situação de rua. Há ainda 71 imóveis públicos de propriedade do Estado do Rio Grande do Sul sem uso atual e vazios em Porto Alegre. A proposta seria o poder público conceder para uso, para fins de moradia, o que não corresponde a distribuir esse patrimônio, mas sim conceder para que eles pudessem se autogerir e até preservar esse patrimônio, o que é um interesse de todos.

Ao mesmo tempo a Prefeitura gasta aproximadamente 1,1 milhão de reais por mês (mais de 13 milhões por ano) em aluguéis de imóveis onde funcionam órgãos públicos municipais (estes levantamentos foram feitos no ano passado, mas não houve mudanças significativas de valores imobiliários esse ano).

Moradia é problema crescente nas cidades, que requer planejamento. Programas de habitação do governo federal são fundamentais e tem de ser expandidos, nos quais as pessoas se tornam proprietárias dos imóveis. No caso dos imóveis públicos, já houve casos de pessoas que os receberam e usaram para negócio, por isso não se fala em entrega desses imóveis, mas sim de cessão para uso.

A questão dos moradores de rua tem questões específicas também, ao mesmo tempo que é um problema social associado ao desemprego (portanto um problema que vai aumentar), também tem uma relação com a dependência química, num percentual bem maior do que a população em geral. Por isso a cessão deve ser acompanhada de um programa com Serviço Social e Saúde. Uma pessoa não sai da rua quando ganha um teto, sai da rua quando tem cidadania num sentido mais amplo.

Programas de Inclusão Digital também devem ser prioridade e podem se valer desses imóveis públicos, nos mais diversos bairros, por ser fundamental para incluir pessoas no mercado de trabalho. Os terrenos podem ser usados como “áreas de convivência” que estão sendo criadas na cidade. E ainda para alguns esportes que aproveitam espaços menores do que praças, existe uma Federação de Skate por exemplo que pode se interessar em gerir alguns deles. Não faltam alternativas para o bom uso dos imóveis públicos.

* Montserrat Martins é médico e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais

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Felicidade de “segunda”, não dá mais

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Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

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Leite posta encontro com o Papa

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Atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite foi recebido pelo Papa Francisco nesta quarta-feira (14). Aproveitando o espaço na agenda do Pontífice, levou à Sua Santidade uma réplica das ruínas das Missões e uma caixa com camisas do Grêmio, do Inter e do Xavante, pra ficar de bem com todas as torcidas.

Aproveitando, convidou o Papa a visitar o Rio Grande do Sul em 2026, como parte das comemorações dos 400 anos das missões jesuíticas no estado — por coincidência ano da próxima eleição presidencial, sonho que Leite persegue.

No X, Leite postou: “Foi uma conversa muito gentil e muito amável do Papa, que lembrou ter ido muitas vezes à cidade de Pelotas, onde um tio dele (Victor José Bergoglio) morou”.

Leite acrescentou: “A sua mensagem de hoje (do Papa) é muito oportuna. O Papa Francisco falou sobre temperança e pediu aos fiéis que exercitem o equilíbrio. É uma mensagem que serve para as relações nas redes sociais, pessoais, profissionais e políticas nesse mundo tão dividido”. Com essas palavras, Leite, que tem discursado contra a polarização na política, parece confirmar uma impressão. Ele é conhecido nos bastidores como “Governador Casio”. Tudo calculado, nada é espontâneo, com vistas ao pleito de 2026”.

Na última semana, Leite gravou vídeo de apoio a Matteus, participante gaúcho da final do BBB, aproveitando a onda da audiência do programa. Matteus perdeu, contudo, e o comentário é de que “perdeu por causa do apoio de Leite”. Era o comentário hoje na aula do Pilates.

Terá sido a derrota de Matteus um mau agouro para Fernando Estima, de quem se fala que poderá ser candidato dos tucanos a prefeito de Pelotas?

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