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Opinião

“Não era só fluxo de caixa!” Por José Paulo Cairoli

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José Paulo Cairoli, engenheiro, produtor rural e ex-vice-governador do RS

Meu pai sempre dizia que a pior verdade é melhor que uma mentira. Parece que alguém também acaba de dizer isso ao governador Eduardo Leite (PSDB). Enfim, nos últimos dias, ele deixou de tentar emplacar a narrativa de que a reforma tributária gaúcha era um esforço de modernidade e assumiu que é um projeto para manter a arrecadação no patamar atual. A defesa ficou mais bonita – mesmo que a proposta continue ruim.

Em movimento recente de aproximação com a imprensa, o governador redobrou a aposta no caos. Disse que, se a reforma simplesmente for rejeitada, ele enviará na sequência um novo projeto para prorrogar as alíquotas atuais de ICMS. Isentou-se da responsabilidade pelo que virá no futuro e jogou a responsabilidade toda no colo do Parlamento.

Porém, o governador continua esquecendo de tudo o que disse para vencer a eleição. Parece não lembrar da teoria de que a situação do Rio Grande do Sul se resolveria com um simples ajuste no fluxo de caixa. Esquece da promessa de reformas profundas no Estado em até dois anos, para que depois pudesse reduzir impostos. A verdade é que, na campanha, para vencer a eleição, o governador adotou um discurso macio, recheado com promessas vazias. Agora, quando os fatos cobram a conta, ele empurra a responsabilidade para o Parlamento e pede ao cidadão que pague a fatura.

Quem ainda não deu as caras foi a tal profunda reforma. A CEEE, a Sulgás e a CRM ainda não foram privatizadas. Da extinção de estatais e fundações, quase não se fala mais. O Regime de Recuperação Fiscal ainda não foi assinado. As concessões de estradas não decolaram. O número de secretarias aumentou, embora a qualidade dos serviços apresentados não tenha melhorado. Aliás, a pandemia mostrou que as áreas meio podem ser enxugadas ainda mais, sem prejuízo à saúde, à educação e à segurança – que devem ser as verdadeiras prioridades de um governo.

A solução para o RS é a redução do Estado. Não a taxação dos produtos da cesta básica e o aumento do IPVA. Para ter fluxo de caixa, é preciso ter dinheiro. E dinheiro só se consegue com desenvolvimento.

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Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

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Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

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Opinião

De fato, Pelotas “mudou”

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Às vezes encontro com pessoas que estão voltando a morar em Pelotas. É comum comentarem isso: “Pelotas mudou. Havia uma vibração visível. Tinha uma intelectualidade… hoje não tem mais. O Sete de Abril, mesmo, está fechado… há 14, 13 anos… é isso mesmo?”.

Aqui vão sete coisas que parecem ter mudado a vida em Pelotas. Nem pra pior nem pra melhor. Apenas a vida mudou.

1. Condomínios fechados: as pessoas se preocupam mais com o condomínio do que com o passeio público. Com sua vida em seus espaços fechados ou, se abertos, integrados, como o Parque Una.

2. Alunos da UFPel vêm de fora por causa do Enem. Vão embora nas férias e no fim do curso. Não são daqui. Não chegam a formar um elo emocional forte com a cidade.

3. Professores da UFPel vêm de fora.

4. A cidade se espalhou.

5. A população está envelhecendo.

6. Digitalização da vida, com trabalho remoto.

7. Globalização, compras pela internet, streaming.

O mundo mudou.

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