Connect with us

Brasil e mundo

Abdulrazak Gurnah ganha o Nobel de Literatura por sua “descrição dos efeitos do colonialismo”

O escritor tanzaniano, radicado no Reino Unido desde o final da década de 1960, leva o prêmio mais importante das letras universais

Publicado

on

O tanzaniano Abdulrazak Gurnah começou a escrever aos 21 anos, quando chegou ao Reino Unido na condição de refugiado. Nesta quinta-feira, aos 73 anos de idade, estava na cozinha de casa quando soube, surpreso, por telefonema da Academia Sueca, que ganhara o Prêmio Nobel de Literatura. Pela distinção, ele receberá 10 milhões de coroas suecas (6,28 milhões de reais) “por sua comovedora descrição dos efeitos do colonialismo na África e do destino dos refugiados, no abismo entre diferentes culturas e continentes”. Gurnah mal conseguiu engolir o café. Ele estava fora das listas e das apostas.

Nascido em 1948 na ilha de Zanzibar, Gurnah escreve em inglês e já lançou 10 romances – todos inéditos no Brasil – como Paradise (1994), que foi indicado ao Booker Prize e ao Whitebread Prize. Outros títulos conhecidos são By the sea (2001), Desertion (2015) e os mais recentes Gravel heart (2017) e Afterlives (2020), elogiados pela crítica. Na manhã desta quinta (hora do Brasil), Anders Olsson, membro da academia, explicou como em seu “magnífico último livro ele se afasta das descrições estereotipadas e abre nosso olhar a uma África culturalmente diversa, pouco conhecida em outras partes do mundo”.

O escritor e romancista nasceu em 1948 na ilha de Zanzibar, no Oceano Índico, ao largo da Tanzânia, e se mudou para o Reino Unido na década de 60, como refugiado. Foi anunciado pela Academia Sueca, nesta quinta-feira, pela “penetração inflexível e compassiva aos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados no abismo entre culturas e continentes”.

Apesar de sua primeira língua ter sido Suaíli, foi o inglês que se tornou a sua ferramenta literária. Prêmio foi concedido devido ao fato de sua obra estar centrada nos temas relativos aos refugiados.

O prêmio de Literatura é o quarto Nobel anunciado nesta semana. Na segunda-feira (4), os norte-americanos David Julius e Ardem Patapoutian foram agraciados com o Nobel de Medicina, pela descoberta de receptores de temperatura e toque na pele.

Na terça, o norte-americano nascido no Japão Syukuro Manabe, o alemão Klaus Hasselmann e o italiano Giorgio Parisi venceram o Nobel de Física 2021, pelo trabalho que ajuda a compreender sistemas físicos complexos como a mudança climática da Terra. Ontem, os pesquisadores Benjamin List, da Alemanha, e David MacMillan, dos Estados Unidos, ganharam o Prêmio Nobel de Química pelo trabalho de uma “ferramenta engenhosa de construir moléculas”

O Prêmio Nobel foi criado pelo inventor da dinamite e empresário sueco Alfred Nobel e é entregue desde 1901. 

* Com informações da RTP – Rádio e Televisão de Portugal – e da Reuters. 

Clique para comentar

Brasil e mundo

UFPel entregou título de Dr. Honoris Causa a Mujica

Publicado

on

Discretamente, na sexta passada, a direção da UFPel viajou ao Uruguai para entregar a Pepe Mujica o título de Doutor Honoris Causa. A notícia foi divulgada ontem, terça, no site da Universidade.

Algumas frase dos dirigentes universitários presentes à homenagem, às vezes em tom juvenil:

“Pepe é um grande exemplo de pessoa que consegue lutar por direitos humanos, justiça social e democracia. Resistiu bravamente aos movimentos da ditadura e, como um jardineiro, sempre plantou a esperança, a luta e a vontade dessa luta em cada companheiro. Ele planta hoje a esperança para os nossos jovens”.

“Muito obrigada por ser quem é, muito obrigada por nos inspirar a defender a educação como uma forma mais poderosa de semear o futuro”.

“A visão humanista de Mujica ressoa profundamente com os ideais que nós da Universidade Federal aspiramos cultivar, nossa instituição sempre se pautou na crença de que a educação é a base para uma sociedade mais justa e igualitária, as bandeiras defendidas por Mujica colocam o bem-estar humano e a preservação do planeta acima do materialismo e do consumo desmedido e enlouquecedor, inspiram nossos esforços e reafirmam o nosso compromisso com a busca por dias melhores”.

***

Cmt meu: Mujica é de fato um homem incomum. Coerente. Vive modestamente, de acordo com suas ideias. Há nele uma ausência de vaidades materiais que chega a ser comovente. Se morasse em Pelotas, e fosse professor de Universidade, jamais o veríamos, por exemplo, no Dunas Clube, à beira da piscina, tomando cerveja depois de disputar uma partida de tênis – em greve por salário ainda mais alto do que os que já receberia (R$ 20 mil, digamos), pensando em justiça social num país de esmagadora maioria pobre, com ganhos mensais médios de R$ 3 mil.

***

Na cerimônia, Mujica disse: “Sigo confiando em los hombres, a pesar que todos los dias me deconcertan”.

Continue Reading

Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

Publicado

on

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading