O Sanep dá início, nesta terça-feira (16), ao Programa de Regularização de Dívidas (Retar) – uma oportunidade para os usuários negociarem seus débitos com vantagens em parcelamentos até 300 parcelas e descontos que chegam a 100% em juros e multa.
Um dos diferenciais desta edição é a facilidade de aderir ao programa sem sair de casa, uma vez que os pelotenses têm a chance de colocar suas contas em dia pela internet, através do site, do e-mail ou do WhatsApp – canais criados especificamente para o atendimento das negociações do Retar (confira abaixo). A orientação da autarquia é que o morador acione o serviço somente por um dos meios disponíveis de sua preferência.
100% de desconto em juros e multa nas contas de abril de 2020 a maio de 2021
Outra novidade deste ano, idealizada para tornar mais acessível a participação no programa, é a garantia de 100% de desconto para os juros e multa devidos entre abril de 2020 e maio de 2021 – independente do número de parcelas acertadas. Os moradores devem estar atentos a uma das exigências para aderir ao Retar: as contas de água de julho (07/2021) até a fatura atual devem estar quitadas, ou seja, só serão aceitos os parcelamentos de débitos acumulados até junho (06/2021). A segunda via das tarifas deste período, se pendentes, pode ser emitida no site do Sanep, com data de vencimento atualizada para pagamento.
“O principal objetivo do programa é possibilitar aos moradores a oportunidade de ficar em dia com as contas e, além disso, arrecadar recursos para investimentos em novas obras que colaboram para o desenvolvimento de Pelotas”, pontuou Michele.
Como aderir ao Retar de forma online
Entre em contato com o Sanep através de um destes canais de comunicação:
– Whatsapp: (53) 98425.0151ou
– E-mail sanep.retar2021@gmail.com ou
– Site: sanep.com.br
Como aderir ao Retar tendo processos judiciais de cobrança em andamento
– Whatsapp do setor jurídico: (53) 98405.9581 ou
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– E-mail do setor jurídico: sanep.retarjuridico2021@gmail.com
Como aderir ao Retar de forma presencial
– Opção destinada àquelas pessoas com dificuldade de acesso aos meios de comunicação digital. O agendamento de data e horário para atendimento na sede (rua Félix da Cunha, 653) deve ser feito por meio do telefone 3026-1144 (discando a opção 5).
Quem pode participar do programa
O titular da conta ou terceiro com procuração (modelo de autorização disponível no site).
Quais documentos são necessários
– cópia simples de documento de identificação com foto e comprovante de inscrição no cadastro de pessoas físicas ou jurídicas, conforme o caso
– cópia simples do ato constitutivo e aditivos, se pessoa jurídica
– procuração particular, na hipótese de mandatário
– cópia simples de instrumento hábil de comprovação de propriedade e/ou posse do imóvel (escritura pública, registro de imóveis, contrato de compra e venda, termo de posse)
Quais as condições de parcelamentos
– pagamento em cota única, com desconto de 100% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 12vezes, com desconto de 90% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 24vezes, com desconto de 80% dos juros e multa devidos;
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– pagamento parcelado em até 36 vezes, com desconto de 70% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 48vezes, com desconto de 60% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 60vezes, com desconto de 50% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 72 vezes, com desconto de 40% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 84vezes, com desconto de 30% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 96vezes, com desconto de 20% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 108 vezes, com desconto de 10% dos juros e multa devidos;
– pagamento parcelado em até 300 vezes, com desconto de 100% dos juros e multa devidos aos inscritos na Tarifa Social e usuários da categoria filantrópica;
– pagamento parcelado em até 180 vezes, com desconto de 10% dos juros e multa devidos (aos inscritos nas categorias comercial e industrial).
O vereador Cesar Brizolara apresentou um projeto de lei que proíbe Pelotas de homenagear com nomes de rua e de avenida personalidades consideradas escravagistas. Defende também que, num segundo momento, a municipalidade reveja homenagens, substituindo nomes de escravagistas pelo de pessoas negras de vulto na cidade e no País.
Determinado, Brizolara mandou sua equipe levantar os nomes de ruas e avenidas dados a escravagistas, para futuras trocas eventuais. Corajoso, ele! Afinal, é um tema difícil, ainda mais em época de céu fechado.
Como toda cidade pequena, Pelotas é uma cidade ressentida.
Nosso caso é pior porque um dia chegamos a conhecer a riqueza. Depois da opulência da época das charqueadas, voltamos a nos deparar com a pobreza, que desde então só cresceu. No rumo em que as coisas se deram, era óbvio que seria assim.
Carnear bois, retirar seus miúdos, salgar tudo e vender como comida para escravos da costa brasileira era uma atividade primária datada, a não ser que se achasse que a escravidão seria eterna.
Como havia zero tecnologia industrial nas charqueadas, e nossos “industriais” nunca pensaram além, era lógico que logo ali cairiam do cavalo, como caíram com o minguamento da escravatura (redução de mão de obra escrava, com o fim do tráfico de escravos, em 1850, e a proibição da escravatura, em 1988), uma queda da qual nunca nos recuperamos, e que, no decorrer das décadas posteriores, produziu uma espécie de complexo de inferioridade, denunciado em várias formas, algumas curiosas.
A gente nota aquele complexo de inferioridade nas frequentes reverências aos charqueadores e seus herdeiros, na exaltação constante do passado. Nota nas reverências servis que temos pelas figuras de poder. Nota nas palavras difíceis nos artigos dos historiadores e intelectuais, palavras cavadas em dicionários. Nota-o na profusão de nossas academias de notáveis desconhecidos locais. Nota-o na expressão Princesa do Sul (Atenas do Sul, já disseram!). Nota-o em vários sinais, sobretudo no excesso de homenagens que mutuamente fazemos, a intervalos regulares.
Simplesmente amamos descerrar uma placa; amamos puxar o pavio da cortininha, o que revelará uma foto na parede; amamos exaltar mortos que forçamos a barra para tornar ilustres, por nossa carência de amor e referências, como se fossem ascendentes de nossa própria árvore genealógica. Somos generosos também.
Somos capazes de aplaudir os outros, mesmo quando não possuem grande brilho; um brilhozinho meia boca serve. O puxa-saquismo, aqui, foi elevado à categoria de arte, com tons de benemerência cristã, presumo, porque, como nunca se sabe o dia de amanhã, é melhor, por via das dúvidas, elogiar o outro hoje, para que amanhã aquele se sinta animado a retribuir o gesto, mesmo depois que tivermos passado para o outro lado.
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Alguns empreendedores das novas gerações, mesmo os que não fazem questão (pois superaram o sentimento de inferioridade), mas que sugerem com seus ímpetos uma volta ao passado econômico glorioso, também são frequentemente homenageados. O provérbio “Um homem prevenido vale por dois!” talvez explique tudo.
Voltando ao projeto de Brizolara. Creio que passará na Câmara, com anuência da prefeitura. Os governos tucanos são simpáticos a correções históricas de cunho social. Tony Garrido, por exemplo. Contratado para cantar na festa dos 210 anos de Pelotas, foi uma escolha tão fora da curva no sentido artístico, inclusive porque há artistas de expressão na cidade, que não é descabido entender que a escolha confirme aquela simpatia. Duvido, porém, que a prefeitura aceite o passo seguinte: que reveja batismos de rua e avenidas a escravagistas feitos no passado.
Aceito de bom grado 50 chibatadas se um dia mudarem o nome da avenida Bento Gonçalves para Mister Pelé. Até porque Gonçalves não foi homenageado por ser escravagista, mas sim por seu espírito revolucionário contra o Império. É um tema difícil, como eu disse. Não se trata, penso eu, de corrigir a história. No fundo, é um problema de amor próprio.
As charqueadas
É comum, nos livros sobre a história de Pelotas, a glorificação das charqueadas pelos cronistas, assim como é comum a necessidade humana de valorizar certos fatos históricos quando eles são escassos.
As charqueadas são descritas como fundamento da riqueza econômica e cultural da cidade. Durante menos de 100 anos, de fato, foram. Mas o foram, apenas, porque existia a escravatura, ou seja, dependiam da exploração do trabalho escravo.
Vendíamos charque como alimento para os escravos do Brasil. Salgando a carne, ela poderia chegar por navio até o nordeste, em condições de consumo. Já os charqueadores, fazendeiros com rebanhos e pessoas de estratos sociais menos pobres comiam carne fresca, abates de estâncias ou comprada de açougues.
Charqueada era um negócio bruto, rudimentar: não requeria maquinário. Requeria basicamente a força muscular dos africanos cativos, instrumentos de abate e corte, além de calhas para escoar o sangue para o Arroio Pelotas. Os escravos matavam o gado, salgavam as carnes – e os couros, também comercializados. Também separavam graxa e sebos dos rebanhos abatidos, para fabricação de sabão e velas.
O fim da escravidão, em 1888, foi a sentença de morte das charqueadas, mas o negócio já se anunciara sem futuro anos antes, em 1850, quando o Império proibiu o tráfico de escravos. A partir daí, quem os possuísse teve de se contentar com eles até que envelhecessem e morressem.
Garrido
Ditos historiadores locais costumam faturar que, “em Pelotas, o fim da escravidão ocorreu alguns anos antes da Lei Áurea”. A razão para isso, porém, foi a proibição do tráfico, mencionada antes. Ali, os charqueadores entenderam que o negócio estava com os dias contados. Restou-lhes uma mão de obra que envelhecia, sem possibilidade de reposição. Restou-lhes tirar até a ultima gota de suor dos escravos. Assim foi. Quando veio a Lei Aurea, a produção das charqueadas que sobreviveram era residual, porque a mão de obra, nesta altura, era escassa. Por fim, desistiram do negócio.
Anos mais tarde, Getúlio Vargas propôs um plano para converterem as charqueadas em frigoríficos. Não tiveram ânimo.
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Como herança, ficaram algumas casas grandes, hoje incluídas no roteiro turístico. Ficaram alguns prédios históricos, cuja arquitetura plagiaram da Europa. Já os ex-escravos se espalharam por aí. Seus descendentes hoje habitam a maior parte das periferias nos bairros pobres. Alguns apareceram para dançar ao som de Garrido.
Começou a funcionar nesta terça-feira (5), o novo ponto de vacinação contra a Covid-19 instalado no Mercado Central, bancas 16 e 17. O local substitui a Casa da Vacina, que atendeu o público até o último sábado (2) e não está mais em operação.
A partir de agora, a população pode se dirigir até a Praça Sete de Julho, 179, no Centro de Pelotas. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 10h às 15h.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a aplicação de doses que protegem do coronavírus está disponível para o público infantil e adulto, conforme o esquema vacinal de cada pessoa.
No sábado 2 de julho passado, o povo comeu bolo no Largo do Mercado, pelos 210 anos de Pelotas, apartado por um gradil. Pareceu surreal.
Uma solução menos “romana” teria sido organizar filas, com as pessoas passando diante do bolo para pegar sua fatia, presenteadas com uma pequena lembrança de sua presença.
Sem o gradil, claro!
Foto feita e divulgada pela Comunicação da prefeitura.