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Precisamos falar sobre Pelotas

Acredito que um dos temas da próxima campanha a prefeito deveria ser a reforma administrativa da prefeitura. Pelo que observo há anos, nossa tendência é adiar certas questões, que, entra ano, sai ano, permanecem intocadas. Passou da hora, porém, de discutir isso, inclusive pelo estado das contas da prefeitura, que, ano passado, acumulou um déficit de R$ 110 milhões e, em 2024, enfrentará um déficit de R$ 282 milhões.

Chegamos a um ponto em que aquele debate se tornou inadiável.

Para enfrentar aquele déficit, a prefeitura fez aprovar há pouco na Câmara um projeto que eleva impostos de uma parcela da população, indo mais uma vez no bolso do contribuinte, em vez de cortar na própria carne e equacionar, com soluções criativas, seus problemas estruturais, que se refletem, penosamente, na população.

A prefeitura tem uma estrutura antiga, pesada, com muitos prédios alugados, pessoal em excesso, secretarias que poderiam, provavelmente, ser reorganizadas. É hora de discutir serviços pelos quais pagamos caro, como o de depósito do lixo em Candiota, quando poderíamos ter nosso próprio aterro sanitário, do qual seria possível extrair energia elétrica e lucrar com serviços a outros municípios. Gastamos cerca de R$ 12 milhões por ano para levar o lixo para Candiota, um desperdício que leva ao déficit.

Creio que é hora de discutir a privatização do Sanep, pensando na universalização do saneamento básico (70% do esgoto pelotense não é tratado, e prejudica a balneabilidade do Laranjal e, por consequência, o turismo), assim como a privatização da rodoviária, deficitária faz tempo, além de abertura de novas linhas para empresas de ônibus ida e volta a Porto Alegre. Esta é uma questão estadual, pela qual, porém, o município poderia batalhar, já que diz respeito ao bolso do consumidor, à economia da cidade. Ao trazer competição para o setor de transporte, os preços das passagens baixariam e novos serviços seriam ofertados, como novos horários, outros confortos. Hoje pagamos R$ 200 para ir a Porto Alegre e voltar. No mínimo, com preço menor, mais gente poderia viajar.

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