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Duna (parte 2). Por Déborah Schmidt

Em Duna: Parte 2, Paul Atreides (Timothée Chalamet) se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever.

Na minha crítica de Duna (2021), comentei sobre o ritmo lento da narrativa. Apesar disso, é fato que o primeiro filme fez um excelente trabalho ao apresentar ao público a complexidade do universo baseado nos livros de Frank Herbert. Portanto, a segunda parte retoma a trama exatamente de onde ela parou, com um ritmo muito mais dinâmico, reviravoltas e cenas de ação grandiosas.

Novamente dirigido pelo fantástico Dennis Villeneuve e com o roteiro do cineasta ao lado de Jon Spaihts, o longa coloca o protagonista precisando se provar para o povo e para si mesmo, enquanto reúne uma legião de apoiadores por onde passa. Em meio a uma abordagem religiosa, Paul é exposto a diversas atividades dessa sociedade, como suas crenças, idioma e como se adaptar ao deserto. O mesmo acontece com Lady Jessica (Rebecca Ferguson), cuja personagem cresce ainda devido à importância do poder que tem, e com Stilgar (Javier Bardem) em sua função na jornada messiânica de Paul. Temos também Chani, que finalmente ganha seu devido espaço na história, representando a libertação de seu povo.

O elenco impecável e cheio de estrelas ganha as adições de Florence Pugh e Austin Butler. No papel da enigmática Princesa Irulan, Pugh vive uma personagem que aparece em um mundo oposto à realidade que Paul está vivendo com os Fremen, e que deve ser mais desenvolvida na parte final da trilogia. Enquanto isso, Butler faz parte do obscuro clã dos Harkonnen ao interpretar Feyd-Rautha, que mesmo com um visual caricato entrega um vilão eficiente. Ainda nas novidades do elenco, as participações de luxo de Christopher Walken, Anya Taylor-Joy e Léa Seydoux.

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Visualmente espetacular, o longa apresenta Arrakis como mais um personagem na trama. Aqui, o deserto deixa de ser estéril e ganha destaque principalmente pela impactante fotografia de Greig Fraser, ganhador do Oscar por Duna, e forte candidato para o próximo Oscar. Da mesma forma, o mundo dos Harkonnen é belíssimo em seu visual monocromático que traduz a crueldade de seus personagens. Destaco também os figurinos de Jacqueline West, indicada a cinco Oscars, e a trilha sonora imponente do mestre Hans Zimmer.

Épico na melhor definição da palavra, Duna: Parte 2 está em cartaz nos cinemas e apresenta, através de um visual majestoso, uma jornada que mistura religião e política.

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