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Opinião

Prefeitura se defende pela crise financeira

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Prefeitura divulgou hoje à imprensa respostas a um questionário que fez consigo mesma, para ajudar a entender a crise.

A prefeitura se defende pela crise financeira do município.

Por que não temos dinheiro para pagar os salários?  
A crise financeira nacional afeta diretamente a receita municipal, comprometendo a previsão orçamentária. Aliado a isso, o aumento exponencial de gastos fixos, especialmente com precatórios, iluminação pública, piso judicial e previdência, engessam o orçamento municipal.

Os salários vão atrasar por quanto tempo?  
A previsão é que o pagamento seja normalizado em dezembro de 2019. A entrada de novas receitas, por meio de tributos e transferências federais, caso se confirme, possibilitará a retomada do calendário.  

Mas a crise começou agora?  
Não.
 – No fim de 2017, a prefeita sinalizou, em entrevista ao jornal Diário Popular, que existia  o risco de faltar recursos para manter a folha em dia.
– Em 2018, a prefeita decretou o contingenciamento das contas. Com o agravamento da crise, a prefeitura passou a pagar no 5º dia útil de cada mês.
 – Em janeiro de 2019, foi lançado o plano de austeridade, com medidas importantes como a alteração da execução orçamentária, a revisão dos contratos com serviços, a redução do custeio, a instituição da comissão de política salarial e a suspensão de novos investimentos.
 – Também em janeiro de 2019, a Prefeitura recebeu R$10 milhões do Fundo da Câmara de Vereadores, recurso que deverá ser devolvido com juros ao Legislativo.  Em junho, a Prefeitura anunciou que não poderia reajustar os salários dos servidores e nem fazer a recomposição da inflação do período.  

Se não tem dinheiro, como é possível fazer obras?  
As verbas para as obras têm origem em programas federais ou em financiamentos e, por isso, não podem ser usadas para outro fim.
O salário dos servidores é sustentado diretamente pelos cofres públicos – com exceção do magistério, que recebe por meio do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica).  

A quantidade de cargos em comissão é o problema?  
Não. Os CCs correspondem a 5,84 % do total da folha. Se todos fossem exonerados, inclusive os secretários, o problema não seria resolvido e ainda seriam criados entraves ao andamento da administração municipal.  

O gasto com publicidade é o problema?  
Não. O investimento em publicidade institucional é previsto em lei e está incluído no orçamento do Município. A média do governo Paula Mascarenhas é de 0,17% do total do orçamento municipal – o mais baixo dos últimos 18 anos.  

Por que o Município não aumenta a receita?  
O Município aumentou em R$ 23 milhões a previsão orçamentária de receitas em 2018. Nos oito primeiros meses de 2019, a Prefeitura conseguiu aumentar em R$ 22 milhões a receita prevista. Apesar dos esforços, o valor não consegue fazer frente às despesas, que crescem de forma exponencial.

Por que não reduzem as despesas?  
O Município já adotou diversas medidas para redução de despesas:
– As horas-extras de funcionários foram reduzidas em 66%.
 –  A revisão dos contratos de serviços continuados diminuiu as despesas em 20%.
 – Os gastos com combustível, por exemplo, caíram 47% em comparação com 2017.  
 – O programa de economia interna também vem ajudando a reduzir custos básicos como luz, internet e material de escritório.

O Sanep vai atrasar?  
Não, o Sanep é uma autarquia com receitas e despesas próprias. O salário dos servidores do Sanep será pago em dia.  

Vai atrasar por quanto tempo?  
O pagamento dos salários tem previsão de ser normalizado em dezembro de 2019. O calendário de pagamento poderá ser retomado caso haja confirmação de entrada de novas receitas por meio de tributos e transferências federais.

Pode atrasar novamente?  

Sim, pois a previsão de receita não vem sendo efetivada e o aumento das despesas fixas compromete o orçamento municipal. A Reforma da Previdência, em nível nacional, e a aprovação de projetos encaminhados à Câmara de Vereadores, como a criação da Contribuição de Iluminação Pública, e a alteração da forma  são alguns fatores que estão relacionados à prevenção de novos atrasos e que podem tornar a folha de pagamentos sustentável. 

Como será o pagamento?  
Professores e auxiliares de educação infantil têm os recursos garantidos pelo Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) e receberão o salário normalmente na segunda-feira, dia 7/10.
A exceção são os cargos de Professor III, destinado ao Ensino Médio, cujos salários NÃO são contemplados via Fundeb. Até o dia 23 de outubro, quem ganha até R$ 2 mil líquidos – 40,7% dos servidores – terá os salários depositados. O restante do funcionalismo receberá o salário até o dia 21 de novembro.  

Como ficam os vales e as consignações?
O auxílio-alimentação, o vale-transporte e as consignações, como pensão alimentícia, empréstimos bancários, planos de saúde e convênios, não sofrerão alteração e serão creditados dentro do calendário normal.

Haverá empréstimo?
Para evitar prejuízos aos servidores, o Banrisul disponibilizará o empréstimo do salário do total de ativos, inativos e pensionistas com taxa de 0,98% ao mês + IOF.  
Para garantir a operação de crédito, o funcionário não pode estar negativado com o banco e nem possuir portabilidade com outra instituição financeira. Quem estiver recebendo por outro banco, precisa suspender a portabilidade e abrir uma conta corrente, que terá isenção tarifária, numa agência do Banrisul.  
O banco vai disponibilizar a liberação dos valores pelo aplicativo ou na agência. O servidor poderá não retirar todo o valor, se preferir. Mas a operação de crédito só poderá ser feita uma única vez por mês.  
O Banrisul vai oferecer 95% da remuneração líquida. Quando a Prefeitura realizar o depósito dos salários, serão pagos os 5% restantes e os juros descontados.  

Como fica o 13º salário?  
O Município encaminhará à Câmara de Vereadores um projeto de lei para autorizar o pagamento do 13º salário por meio de empréstimo do Banrisul. A previsão é que o valor seja liberado no dia 13 de dezembro. Quem optar pelo pagamento normal, receberá o recurso em dez parcelas mensais com correção monetária.  

E o Prevpel?  
O pagamento de aposentados e pensionistas que recebem até R$ 2 mil líquidos será realizado no quinto dia útil – na segunda-feira, dia 7/10. No total, 1.261 pessoas serão pagas normalmente – o que representa 53% dos inativos. Quem ganha até R$ 3 mil terá os valores depositados até o dia 23 de outubro. Os demais terão o pagamento efetivado até o dia 21 de novembro.

2 Comments

2 Comments

  1. Nereu Vargas

    05/10/19 at 14:47

    É… senhora Paula, apesar de todos os esforços e justificativa mencionados no texto acima, parece que não foram o suficiente e não fizeram jus diante a crise.
    Acho que o problema está nessas previsões de arrecadação e orçamentária. Melhor revê-las.
    A pergunta que faço é: quanto representa no orçamento o gasto com pagamento de financiamento de obras?

  2. Fabio Bortoncello

    05/10/19 at 14:02

    É natural que uma prefeitura passe por dificuldades financeiras devido a crises e fatores inesperados.
    O que não é admissível é termos um governo do PSDB a 7 anos no comando e:
    – não ter desenvolvido um planejamento prevendo ou evitando que tal situação chegasse a esse ponto;
    – ao invés de desenvolver projetos que apenas exoneram os cofres públicos, ter um projeto de desenvolvimento econômico que não seja criar impostos;
    – não ter tomado nenhuma situação emergencial, ainda, como fechar secretarias, dispensar CC’s, entregar prédios alugados, cortar diárias… deixando primeiro faltar recursos para pagar fornecedores que estão com 10 meses de atrasos e funcionários;
    – não ter atuado de forma transparente e clara antecipadamente, declarando o atraso próximo ao pagamento quando deveria ter sido, no mínimo, com antecedência de 30 dias.

Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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