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Brasil e mundo

Lula quer f… quem mesmo?

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Lula disse, em entrevista a jornalistas simpáticos ao PT, que “ele só vai tá (estar) bem quando foder o Moro. E que ele “tá (na Presidência da República) para se vingar dessa gente.” “Dessa gente”, disse, não apenas Moro. É uma lista que inclui, por suposto, não apenas ainda o ex-procurador Deltan Dallagnol. Mais gente.

A imprensa servil ao PT, sabe-$e por quê, costuma compará-lo a Nelson Mandela, o líder sul-africano que, depois de passar 27 anos na prisão, comentou: “Quando saí em direção ao portão que me levaria à liberdade, eu sabia que, se eu não deixasse minha amargura e meu ódio para trás, eu ainda estaria na prisão.”

ódio para trás

Mandela deixou a prisão um velho de cabelos brancos, mas com uma expressão em que se via a sinceridade de suas palavras. Era um homem leve, reconciliado. Aconteceu o mesmo com Mujica, no Uruguai. Enquanto esteve preso após ser condenado por subversão na ditadura militar (cela pra valer, como Mandela, não a repartição condicionada onde ficou Lula), Mujica leu livros. Proibido de ler, decidiu – disse – pensar, refletir sobre sua vida, a vida em geral, os eventos, a história, a política, a conduta humana, enfim, um curso completo de filosofia, em que foi seu próprio professor. Um homem, quando pensa, adquire um grau de compreensão maior, se é capaz de manter a mente aberta.

Os vídeos de Mandela, até mais de Mujica, são sempre inspiradores. Mesmo que, aqui e ali, discordemos de seus pensamentos políticos, gostamos de ver porque dizem palavras benditas, coisas de quem viveu, penou, extraiu sentidos e expandiu a consciência. Lula não chega nem perto dos dois em matéria de grandeza.

Ultimamente parece possuído por um espírito maligno, ao ponto de modificar-lhe um pouco a matéria física: na entrevista em que proferiu aquelas palavras lamentáveis, seu rosto apareceu inchado, doentio. Lembrou-me um pouco o rosto da atriz que protagonizou o filme O Exorcista. Linda Blair vomitava seivas verdes, dizia coisas pavorosas e girava o pescoço em 360 graus. Por enquanto, Lula só não revirou o pescoço. Não parece que vá demorar muito a revirar.

As palavras do presidente foram desastrosas em todos os sentidos, no calão, no emprego do português de boteco, um vômito incompatível em um presidente de um País, incompatível em um homem que tenha evoluído com a experiência. Se continuar assim, não parece ser má ideia reforçar o estoque de pipocas.

F…. como vingança

Creio que vale um comentário extra. Sobre as palavras “foder” e “vingança”, juntas na declaração de intenções de sua vida atual. Uma pessoa razoavelmente esclarecida entende que o sexo, além de ser atrito e diversão, é também uma forma de nos vingarmos da morte. Ao nos exaltarmos no ato amoroso, vingamo-nos de nossas mágoas e frustrações. É uma lei fisiológica, em conexão com as emoções. A mesma pessoa pensaria que Janja seria o objeto daquela descarga vital, portanto, a mais feliz das mulheres. Talvez seja, já que vive sorrindo. Acontece que Lula quer f…. mais gente, a começar por Moro (não no sentido amoroso, mas perverso), e, assim, talvez valesse refletir sobre as fantasias humanas, até onde podem ir, inclusive no que se refere a juízes e suas togas.

Esqueça o nexo sexual e pense na vingança sem esse aspecto, contra alguém que nos fez mal. É lógico que, até nesta situação, é preciso possuir uma grande carga de energia vital, num grau capaz de extrapolar as funções matrimoniais. Além de uma mulher para amar, Lula tem um país para governar. Deveria ser o bastante para satisfazer um bom homem: uma companheira e um trabalho. Não a Lula. Ele quer mais.

Lula tem PODER, e não é pouco – foi solto porque um desambargador nomeado pelo PT mudou o endereço dos processos em que foi condenado a 12 anos de cadeia. É um PODER e tanto. Acontece que PODER, sendo o maior dos afrodisiacos, capaz de fazer um governante, ainda que idoso, ser cobiçado por mil pretendentes, e de fazê-lo ciente, de repente no espelho, de que as coisas não vão tão mal quanto pareciam sob a linha da cintura, pode desmedir a pessoa. Lula podia dirigir essa disposição toda para aqueles dois alvos, em benefício dele, de Janja e do Brasil, e talvez o País fosse um pouquinho menos infeliz. Mas ele não aprendeu com a lição quando foi condenado por nove juízes, em três instâncias. Não pôs a mão na consciência, não conversou seriamente com ela. Poderia ter aprendido no tempo em que esteve detido e isolado com seus pensamentos, mas, como não aprendeu, não mudou. Mesmo que poste foto de si segurando crucifixos, ele se tem assemelhado ao cramulhão. Voltou pior.

Lula-Ahab (Moby Dick)

Como o capitão Ahab, do romance Moby Dick (de Herman Melville), pelo que tem dito e feito, Lula parece prisioneiro de seu ódio. Tentando vingar-se da baleia que lhe amputou de uma perna, Ahab passa a negligenciar os demais aspectos da vida (inclusive sexo) e a se concentrar obcecadamente numa única ideia fixa: vingar-se de Moby Dick. Lula parece Ahab. Como admite, “só vai ficar bem quando se vingar f….do (no sentido perverso) quem ele sente que o aleijou”. Terá muitas Moby Dicks para f….. perversamente. Pelo menos 9 juízes e um promotor. Para quem dizia que o “amor iria vencer o ódio”, passa a impressão de uma pessoa moralmente volúvel, em quem não se deve confiar.

No livro, Ahab, ao lançar o arpão contra Moby, é projetado pelas ondas contra o corpo da baleia e fica preso nela pelas cordas de outros arpões lançados pelos marinheiros. Afoga-se aprisionado ao objeto do seu ódio.

Não se pode forçar os elementos naturais, coagir as naturezas, sem pagar um preço, é a moral do romance de Melville. Há que preservar os equilíbrios entre os seres, o equilíbrio das emoções. Mal ou bem, embora criem suas próprias leis, em proveito de interesses que podem ser pessoais, os homens fazem parte da natureza. Em termos de Brasil, nunca se sabe. Mas não parece bom caminho o de Lula-Ahab. Um homem envenenado, muito tempo assim, desperta repulsa (como Ahab desperta no romance), quando não coisa pior. Por mais que pense que está blindado, sendo os homens como são, sendo a natureza como é, e o Brasil como é, daqui a pouco ele é que vai se f…

De novo!

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

2 Comments

2 Comments

  1. Roberto Figueroa

    24/03/23 at 09:20

    Otimo artigo Rubens.

    O que mais impressiona eh que, saindo da esfera politica e pensando no lado mais humano de uma pessoa, ja estava mais do que na hora do Lula buscar desenrrolar a corda de sua vida e nao procurar enrrolar mais….o tempo eh cruel com todos nos.

    • Rubens Spanier Amador

      24/03/23 at 21:15

      Obrigado, Roberto. Abraço

Brasil e mundo

Mundo novo: uma grande confusão

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O mundo tem parecido uma grande confusão. É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas aquela sensação tem a ver com o aumento da produtividade. Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo.

Nos últimos 10 anos, a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.

Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Muitas coisas estão assim. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar? Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.

Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e — ainda mais depois da pandemia — nos demos conta de que passamos muito bem sem elas.

Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todo mundo faz. Então, a economia tem que ser muito mais bem administrada, para não ter esses solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como a água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.

Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações. Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la. Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina — instalada digamos em São Paulo — poderá fornecer energia para todo o Brasil, a custo baratíssimo. Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc).

Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se.

Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar. IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.

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Câmara aprova Mesa Diretora propor suspensão de mandato de deputado

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (12) resolução que autoriza a Mesa Diretora da Casa propor a suspensão cautelar do mandato de deputado federal, por até seis meses, por quebra de decoro parlamentar. A Mesa da Casa dirige os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara, sendo liderada pelo presidente e formada por 11 parlamentares, sete titulares e quatro suplentes, todos eleitos para mandatos de dois anos.

De acordo com a nova resolução, que altera o Regimento Interno, a Mesa deve encaminhar a proposta de suspensão para análise do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que pode acatar ou não. A proposta inicial previa que a Mesa poderia suspender de forma cautelar o mandato de um parlamentar. O texto foi alterado depois de negociações entre os deputados. Agora, a Mesa tem a prerrogativa de propor a suspensão, o que antes não era permitido. 

O Projeto de Resolução 32/24 foi apresentado às lideranças partidárias pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na terça-feira (11). Segundo a Mesa Diretora, o objetivo do projeto é “prevenir a ocorrência de confrontos desproporcionalmente acirrados entre parlamentares”. No mesmo dia, os parlamentares aprovaram o regime de urgência de votação da proposta.

A resolução vem após discussões acirradas, trocas de ofensas e brigas entre parlamentares nas últimas semanas.

Para o relator do projeto, Domingos Neto (PSD-CE), a proposta é oportuna “tendo em vista os graves acontecimentos recentes, envolvendo insultos, ameaças, agressões físicas e verbais, incompatíveis com um ambiente democrático e com a urbanidade, a ética e o decoro”.

Pelo projeto, somente a Mesa Diretora poderá oferecer a proposta de suspensão do mandato, excluída a possibilidade de ser apresentada pelo presidente da Câmara.

Se o Conselho de Ética decidir pela suspensão, o deputado, alvo da punição, poderá recorrer diretamente ao Plenário. Caso o Conselho rejeite o pedido, apenas a Mesa Diretora poderá apresentar recurso ao plenário.

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