Connect with us

Pelotas e RS

O poder, quando envelhece

Publicado

on

Os tucanos entraram no 12º ano de governo em Pelotas. O que surgiu como o novo, e o foi por um tempo, envelheceu. Envelheceu em grande parte porque permaneceu; porque, para permanecer, cedeu a práticas convencionais totalizantes: a cooptação dos adversários com cargos, o que, numa cidade carente de oportunidades, significa, para muitos, a própria sobrevivência. Cooptação que exige, inclusive, troca de partido e filiação ao PSDB.

O método é conhecido: primeiro, neutralizam os adversários; depois, os administram, inclusive os atores das instâncias “livres” de pensamento supostamente crítico, entre bocadas em quindins, panelinhas e papos de anjo.

A prefeitura, mesmo com dinheiro aquém do necessário para atender a cidade, é um grande empregador à mão do governante que pretende permanecer. Isso explica por que, nos cargos, mesmo com nossas universidades, menos se vê profissionais competentes, com gás, formação e ideias, e mais gente sem qualificação adequada, quando a tem. Explica também por que pessoas de fora da administração que desejam colaborar graciosamente são consideradas um estorvo, por escapar àquela lógica.

O que se vê é que os cargos de confiança são ocupados em troca de apoio político, em vez de se prestigiar pessoas capazes do quadro de servidores ou, quando de fora, igualmente capazes. É um preço a pagar para anular questionamentos, no rumo daquela meta totalizante. Pago esse preço, de ceder a uma mão de obra sem qualificação apropriada e obediente, em prejuízo da governança mais ideal, o governante se serve de consultorias para cobrir aquele buraco que ele mesmo cria, terceirizando o trabalho.

Os consultores acabam fazendo o trabalho que a maioria dos ccs não podem, por falta de preparo, e os servidores, desprestigiados e desmotivados, não conseguem, por excluídos do processo. Para agradar o governante, aquelas consultorias convidam este (e assessores próximos) para viagens nacionais e internacionais, a fim de que participem de simpósios em nome de uma “governança melhor”. É um tipo de “mercado”, cuja cadeia acaba em turismo.

Isso tudo é uma inversão de princípios, algo tão velho (e caro) que é espantoso que um dia tenha parecido ser o novo. Não é algo exclusivo dos tucanos, mas uma prática ampla no “país do futuro que nunca chega”, sobretudo entre políticos de mentalidade estatista, sem racionalidade nos processos de gestão.

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

Clique para comentar

Eleições 2024

Enquete e convites indicam que Fetter e o PP são valorizados no tabuleiro eleitoral

Publicado

on

Foi uma simples enquete, sem o rigor científico de uma pesquisa. Durou 24 horas, da manhã de sexta a manhã de sábado. Um breve termômetro dos humores das pessoas em relação aos pré-candidatos a prefeito de Pelotas.

Um total de 352 pessoas votaram. Dos quatro nomes da enquete, Fetter Jr. (PP) teve 35% dos votos. Fernando Marroni (PT), 22%, mesmo percentual de Marciano Perondi (PL). Por fim, Fernando Estima (PSDB), teve 21% das preferências.

A boa votação de Fetter indica que o progressista resiste na memória da população. Outros movimentos confirmam isso.

Fetter foi procurado pelo PSDB, pelo PL, pelo MDB e pelo PDT para compor chapa com aqueles partidos na posição de vice.

O interesse em Fetter e no PP mostra o valor que com estes são percebidos pelos demais partidos no tabuleiro eleitoral.

Todo fim de semana, daqui em diante, vamos fazer uma enquete nova.

Continue Reading

Pelotas e RS

Próximo prefeito precisará conhecer gestão pública

Publicado

on

O próximo prefeito terá um problemão pela frente: a situação financeira do município é caótica. Precisará de muita competência, e experiência, para encontrar maneiras de recuperar o equilíbrio das contas. Ser austero e ser inovador. Sem isso, vai aprofundar os sucessivos e crescentes déficits nas contas da prefeitura, problema que avolumou na gestão tucana.

As maiores causas dos déficits se concentram em três pontos de difícil solução: Previdência, Pagamento de Precatórios e Pagamento de Financiamentos. Somados os três escoadouros, chega-se a um déficit, em 2024, superior a R$ 200 milhões, sem falar nos déficits acumulados em 2023 e anos anteriores.

Além disso, a prefeitura tem altos gastos com pessoal (cargos de confiança em número excessivo, assim como serviços terceirizados). Gastos esses que estão próximos aos limites definidos em legislação e implicamem restrições, conforme o art. 167A da Constituição Federal.

Como reflexo deste “estrangulamento” das finanças, será necessária a recuperação dos serviços públicos, que se deterioraram. A Educação e a Saúde estão em má situação, assim como as Vias Públicas. E estão em atraso os repasses a Instituições Filantrópicas que atendem a portadores de necessidades especiais ou segmentos carentes da Assistência Social.

Será preciso estratégia para dinamizar a economia local e gerar oportunidades de empregos, além do aumentar a arrecadação municipal — sem aumento na tributação.

Esses três grandes desafios – Equilibrar as Contas Públicas, Recuperar Serviços Públicos e Dinamizar a Economia – se tornaram maiores após os alagamentos recentes, que resultaram em expressivos danos à infraestrutura, às residências, às empresas e aos negócios.

Em resumo, a próxima Gestão enfrentará o pior legado e será a mais desafiadora de todas as que se tem notícia na história recente de Pelotas, exigindo uma administração diferenciada, qualificada e inovadora.

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading