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Opinião

Winston Churchill faria bem ao Brasil

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Seria previsível que, como opositor de Lula, eu apresentasse as minhas razões para a sua condenação. Não as oferecerei. Isto ficará a cargo do Tribunal Regional da 4ª Região. Optei, de tal modo, por discorrer sobre um estadista pontual, incorruptível durante os seus mais de 50 anos de serviços à atividade política.

Apresento uma amostra compacta da trajetória de Winston Churchill, que é rica em detalhes tão soberbos quanto foi a sua altivez em servir à Coroa do Reino Unido.

Cada fato que envolve o nome de Churchill imploraria por milhares de escritos. Compreendo, contudo, que é oportuno selecionar alguns deles, principalmente após duas produções cinematográficas recentes, as quais expõem o seu brio durante a Segunda Guerra.

Em sua vida dedicou-se à política e às artes. Foi um escritor notório, recebendo o Nobel da Literatura em 1953. Seu gabinete em Downing Street era decorado com alguns de seus quadros. Ingressou no Parlamento Britânico em 1900 e tornou-se Primeiro Ministro em 1940.

É saliente ressaltar que o Reino Unido é um arquipélago e, a despeito de não ter uma extensão territorial acentuada, as ilhas eram um dos objetos de desejo de Hitler, pois além do Reino Unido em si existia uma gama de territórios ultramarinos, presentes em todos os continentes, bem como o controle do Canal de Suez, principal meio de abastecimento de petróleo originário dos territórios britânicos no Oriente Médio.

Churchill foi o Shakespeare da Política. Tinha no próprio escritor renascentista uma de suas influências.

Cito a impressão de Mike Robin acerca desse pormenor:

“Churchill usava Shakespeare em várias ocasiões, como esclarecimentos em sua história da Inglaterra, como adereços em suas outras obras históricas e como apoio em discursos no Parlamento. De vários modos ele empregava as palavras do artista para dar vivacidade às suas próprias ideias”.

No filme O Destino de uma Nação (2017), Churchill é interpretado por Gary Oldman. A película expõe a sua faceta dura e pouco carismática, porém poética e encantadora.

Gary Oldman como Churchill: perfeito

O foco da produção está entre duas alternativas que poderiam modificar o destino da Guerra. A primeira delas estava em se associar a Hitler. A segunda alternativa, mais árdua, seria a de se unir com a França e a URSS. Isto, porém, não seria o bastante para vencer a guerra, não ao modo Churchill de ser, pois concluíra que a participação dos EUA no conflito seria fundamental para que os países do eixo fossem derrotados.

Persuadir Roosevelt, contudo, foi para lá de complexo, ainda que a Carta do Atlântico tivesse sido um primeiro passo; entretanto, ante o ataque dos Japoneses a Pearl Harbor, em 07 de Dezembro de 1941, os EUA ingressaram na Guerra junto dos aliados.

A indústria cinematográfica também destaca a ousadia de Churchill em momentos de revés. A superprodução Dunkirk (2017), de Christopher Nolan, possibilita entender os bastidores de uma das batalhas mais cruentas daquela Guerra. Apesar de não aparecer explicitamente neste filme, Churchill defendeu a necessidade de resgate das tropas em seu discurso no Parlamento, o qual cito:

“Não podemos falhar. Vamos continuar até o fim. Devemos lutar na França, lutaremos nos mares e nos oceanos, vamos lutar com crescente confiança e força crescente no ar, devemos defender nossa ilha, seja qual for o custo, lutaremos nas praias, vamos lutar nas terras do desembarque, vamos lutar nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos.”

A evacuação de Dunkirk resultou no resgate de mais de 300.000 soldados, que chegaram em segurança ao Porto de Dover, já em solo bretão.

Convido o leitor a assistir aos dois filmes que mencionei, além de ler os livros escritos por Churchill. Em tempos cada vez mais sombrios, Churchill é uma lufada de ar fresco, ainda mais diante da incerteza que vige no Brasil.

Afirmo que ele foi bem-sucedido em todas as suas tarefas. Articulou outrora que “toda a história do mundo pode ser abreviada pela ocorrência de que, quando as nações são fortes, nem sempre são justas, e quando elas querem ser justas já não são mais fortes.”

1 Comment

1 Comments

  1. kafka

    21/05/18 at 13:55

    As diferenças entre Churchill e Lula: o primeiro um dos maiores estadistas e heróis do mundo e o segundo o maior corrupto da história do Brasil…

Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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Brasil e mundo

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