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Opinião

“Jurassic World: Reino Ameaçado” ressuscita a franquia

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Lançado em 1993, Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg, é até hoje um clássico do cinema que segue insuperável mesmo após quatro sequências. Dirigido pelo competente diretor espanhol Juan Antonio Bayona, de O Orfanato O Impossível, Jurassic World: Reino Ameaçado estreia com a missão de trazer uma nova perspectiva à franquia.

Três anos após o fechamento do Jurassic Park, um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha Nublar. No local não há mais qualquer presença humana, apenas dinossauros vivendo livremente. Logo, o governo e os paleontólogos entram em um impasse: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção? Para resolver a situação, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) são convocados para retornar à ilha.

Há, ainda, espaço para um debate sobre os direitos da espécie. Deveriam os dinossauros receberem ajuda do governo? Diante da polêmica, vemos até o Dr. Ian Malcom (Jeff Goldblum, o ícone da franquia em uma rápida participação) e o magnata Benjamin Lockwood (James Cromwell), que decidiu financiar a expedição para que Claire e Owen salvem os dinossauros.

O roteiro de Colin Trevorrow (diretor de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros) e Derek Connolly entrega uma premissa recheada de conceitos interessantes e apresenta bons novos personagens, como Zia (Daniella Pineda) e Maisie (Isabella Sermon). Diferente dos filmes anteriores, boa parte da aventura acontece fora da ilha, em uma trama que busca debater a ambição do ser humano.

J. A. Bayona cria em O Reino Ameaçado um filme que não apenas homenageia os principais momentos da franquia, mas que também confere um olhar estético e intimista. Enérgico, alucinante e tecnicamente impecável, o diretor aposta em sequências grandiosas, em um ritmo de tensão que investe em uma fotografia mais escura e que utiliza as sombras para criar a construção do suspense, ajudado pela trilha sonora de Michael Giacchino.

Eficiente e nostálgico, Jurassic World: Reino Ameaçado é a volta da franquia à sua grandeza, sem se apoiar apenas em seu passado. Em mais um trabalho competente, J. A. Bayona nos presenteia com entretenimento de qualidade e um gancho sensacional para um terceiro filme.

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Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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