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Opinião

Vereador Fabrício, resolve logo a questão da sede da Câmara, por favor!

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A gente às vezes acha que fala no vazio, pois eles sempre fazem as coisas do jeito que acham melhor, a não ser que a população fique em cima, como na votação da taxa de iluminação, proposta pela prefeitura e recusada pela Câmara, onde o governo supunha ter maioria, uma maioria que se evaporou de repente.

Já que acham que merecem uma sede própria de Câmara de Vereadores, e não uma sala emprestada da prefeitura, como acontece nos países escandinavos, então que façam a coisa certa.

Os vereadores já poderiam estar há muito tempo ocupando o seu próprio Palácio, desde uma década atrás. Há um prédio belíssimo aguardando a acurácia de raciocínio de Suas Excelências.

Sabe aquele magnífico sobrado centenário, em diagonal à prefeitura, meio que olhando de lado para o Paço Municipal? É, aquele imóvel abandonado rente à Teia, do restaurante, com o costado maior dando para o mercado público…

Se os vereadores puserem a mão na cabeça, é certo que perceberão que é o melhor destino para eles, o mais nobre, em todos os sentidos. Uma vez instalados ali, será possível até mesmo frequentar o mercado nos horários de lazer e articulação.

Sim, os vereadores poderiam estar ali desde há 10 anos já.

Por literalmente uma série de motivos, não quiseram. Como cavalos de batalhas medievais, impeditivos de toda ordem sempre se interpuseram no caminho da lógica, nesse caso.

Continua assim ainda hoje, depois da Câmara ter encomendado um projeto arquitetônico para ocupação do prédio. Sim, houve um momento em que a lógica pareceu querer se impor.

Pagou-se R$ 100 mil a um escritório de arquitetura pelo projeto, mas o projeto, até hoje, dorme em uma gaveta, se é que não mudaram as gavetas.

O prédio é escolha lógica como sede própria do parlamento porque fica próximo da prefeitura, a distância de atravessar a rua.

Prefeitura diz não há mais moradores de rua no prédio abandonado da antiga Secretaria de Fazenda

Também é o melhor prédio porque se trata de patrimônio arquitetônico, hj infelizmente caindo aos pedaços, em decomposição, à vista de todos que querem enxergar. É uma chance imperdível de restaurá-lo.

Outro dia havia moradores de rua dormindo dentro, como ocorria no prédio da antiga Secretaria de Educação (Smed), que pegou fogo e incendiou, provavelmente por conta da ação deliberada ou relapsa de homeless, o inquérito ainda vai relevar.

Cadê o dinheiro que tava aqui?

Paula e Tavares: Me empresta um dinheiro aí!

Há algum tempo a Câmara vem juntando dinheiro para resolver a questão da sede própria. No final do ano passado, havia juntado R$ 10 milhões num fundo dedicado a construir uma ou reformar algum imóvel disponível.

Houve dinheiro suficiente há mais de uma legislatura para ao menos terem começado a obra, de construção ou de reforma. Mas nenhum presidente da Casa deu o passo.

Passaram vários presidentes, Ademar Ornel, Luiz Henrique Viana, Anderson Garcia, e nada de uma resolução, nem uma portaria, com perdão do trocadilho.

Agora que o presidente da Casa é Fabrício Tavares, a expectativa da obra diminuiu, porque o vereador decidiu emprestar os R$ 10 milhões que a Câmara havia juntado em seu fundo para a prefeitura, com o caixa municipal baixo, poder não atrasar salários por alguns meses.

(Parêntese: o empréstimo está sendo analisado pelo promotor de Justiça André de Borba).

MP analisa empréstimo de R$ 10 milhões da Câmara à prefeitura

O prédio da antiga Secretaria de Fazenda, patrimônio, ali em diagonal ao Paço, é também o melhor endereço porque, em tese, o custo ficaria menor, por aproveitar a estrutura, precisando apenas fazer uma reforma.

Bastaria pedir aos arquitetos da prefeitura para fazer um novo projeto, sem custo, e executar a obra.

Mas, ao que perece, não vão querer isso porque entendem que o melhor é construir um prédio do zero.

Pessoas na área da construção civil, obviamente, agradecerão, se assim for.

PS: Há quase uma década a Câmara aluga um casarão dos Irmãos Ruivo, dos Biscoitos Zezé.

Aluguel na casa dos R$ 40 mil.

© Rubens Spanier Amador é jornalista.

Facebook do autor | E-mail: rubens.amador@yahoo.com.br

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

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Ainda sobre a bomba e o duto do Lagos de São Gonçalo

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Certamente foi o tempo. Passei a gostar da palavra Equilíbrio e de seu significado. Nesta crise das enchentes, o trabalho voluntário tem sido admirável, comovente. Mas estamos vendo que o Estado tem sua importância também.

Além dos voluntários, em Pelotas o poder público tem agido e merece esse reconhecimento, não só com a prefeitura, a Universidade Federal e as forças de segurança, mas também com o Ministério Público. O caso do condomínio Lagos de São Gonçalo parece um bom exemplo – simbólico.

Fosse um regime totalmente liberal, com estado mínimo e a sociedade determinando seus rumos por si mesma, aquela lamentável bomba e aquele lamentável duto destinados a canalizar a água de dentro do condomínio de alto padrão para fora de seus muros, em prejuízo de comunidades mais carentes economicamente, talvez passasse como algo aceitável.

Não seria aceitável, porém. Não é aceitável.

O Estado agiu rápido, tomando providências.

A prefeitura informou que não deu autorização para a obra, que, construída à revelia do Estado, infringiu a lei ambiental, além de ferir preceitos de ordem moral e convivência desejados numa sociedade civilizada. A polícia registrou a ocorrência e está apurando o caso. E as conclusões da investigação servirão de base para que – como adiantou a Promotoria de Justiça – esta processe os autores da ideia da bomba e do duto.

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Opinião

Artigo: Rio Grande do Sul — o pior está por vir?

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Coronel Paulo Mendes *

A tragédia de proporções inigualáveis que atingiu o Rio Grande do Sul faz com que seja relevante uma reflexão no sentido de arguirmos como será depois da atual fase dos resgates que hoje vivemos, na qual, por óbvio, a prioridade é salvar vidas, sejam elas humanas ou não.

Quando se fala em tragédias climáticas, uma é diferente da outra, mas é senso comum que as imagens do Rio Grande do Sul muito se assemelham com o que vimos em New Orleans (EUA), quando aconteceu o Katrina. Lá, depois de passada a inundação, havia um efetivo humano de milhares de pessoas completamente sem água e sem comida que, no desespero, saiam para as ruas, furtando e roubando da maneira que lhes fosse possível.

A violência urbana aumentou consideravelmente, motivada principalmente pela falta de abrigos e pela fome. Logo, é lícito e razoável pensarmos em um quadro futuro de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), onde militares possam ir para as ruas atuar em operações tipo polícia, impedindo o incremento dos saques e outros crimes que possivelmente poderão ocorrer.

É natural, também, que as pessoas não queiram se afastar geograficamente das regiões onde sempre moraram; há um fator anímico nisso, completamente justificável. Há que haver um projeto de reconstrução, de médio e longo prazo, que deve buscar manter as pessoas onde elas moravam, contribuindo para sua saúde emocional.

Não se pode esquecer que, quando a água baixar, a sujeira e a contaminação, inclusive advinda de cadáveres de animais mortos, poderão ensejar uma crise sanitária. Nos EUA, foram inúmeros os casos de leptospirose, tétano, hepatite A e doenças diarreicas agudas (principalmente causadas por consumo de água contaminada). Além disso, o ambiente com destroços e entulhos aumenta o risco de acidentes com animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras.

A saúde mental, tanto dos atingidos, quanto dos policiais, bombeiros, militares e voluntários envolvidos na crise é outra questão importante. Um evento traumático como esse, que atingiu os gaúchos, pode causar grave sofrimento nas pessoas, afetando de forma significativa a qualidade de vida. Em alguns casos a desordem tende a persistir podendo evoluir para um quadro de transtorno de estresse pós-traumático, gerando consequências danosas, incluindo o desenvolvimento de outras psicopatologias imediatas ou no longo prazo. No Katrina, a ideação suicida foi uma realidade dura e presente no pós-tragédia.

Certamente, na sequência dos eventos no Rio Grande do Sul, haverá a necessidade da instalação de um “centro de comando pós-tragédia” para administrar o número de refugiados que será muito grande. Essas pessoas vão precisar passar por uma triagem, na qual seu estado de saúde seja avaliado, tanto sob o viés físico quanto mental. Por óbvio, uma força de trabalho de profissionais de saúde, equipamentos de diagnóstico e tratamento; bem como um adequado estoque de medicamentos será necessário. Isto não se resolverá com a rede de saúde atualmente existente.

Por derradeiro, e com máxima honestidade intelectual, digo que agora é a hora de todos “entrarem em jogo”, independentemente de previsões legais e percepções políticas diferenciadas. Não devemos ser alarmistas, atitude que é inócua, mas sim devemos ser prudentes, lúcidos e tentar planejar as ações para o pior cenário, o qual oxalá não aconteça.


* O coronel Paulo Mendes é gaúcho de Erechim. Na carreira militar, formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1995. De 2019 a 2022, foi assessor militar na vice-presidência da República, atuando na análise de temas institucionais.

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