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Opinião

Não consigo 128 mil, mas sim 89 mil. Está de bom tamanho?

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Vamos fechar os nossos olhos por alguns minutos e tentar imaginar o que poderíamos fazer com quase 100 mil reais, por mês?

Neste pequeno período de reflexão, não deixe passar pelos seus sonhos o valor do salário mínimo. Entenda: devemos projetar somente energias positivas.

Acredite; o novo presidente do Banrisul receberá um salário mensal de R$ 89.000,00 fora os demais complementos que são normais para qualquer trabalhador.

O ganhador da Mega-Sena é o carioca (isto mesmo o “banco do gaúcho” será coordenado por um carioca) Coutinho Mendes. Além dele, os sortudos diretores Osvaldo Lobo Pires (crédito), Raquel Santos Carneiro (jurídica), Marcos Vinícius Feijó Staffen (financeiro), Claiser Muller Rauber (área de risco) e Fernando Postal (comercial) vão ganhar o valor simbólico de 72 mil reais, cada um. Pagaremos para estes senhores, quase meio milhão por mês.

Todavia, e não se espante, ele (presidente) deve ter ficado desiludido e inconformado, uma vez que houve uma ótima possibilidade de o seu salário ser fixado na bagatela de 128 mil. Em pandarecos, também devem ter ficado os já citados diretores, pois os seus ordenados poderiam chegar a 104 mil.

Neste momento de alguma lucidez, e mesmo sem ainda ter sentido devidamente na pele, agora eu sei o real significado daquela velha e ainda utilizada expressão: “Por mim, tanto faz. Qualquer prazer me diverte”. Ora, o salário para presidente era de 51 mil, especulou-se 128 mil e ficou acertado em 89 mil. Definitivamente, os três valores de ruim, não têm nada.

É ligeiramente óbvio que estes postos tenham uma responsabilidade redobrada, mas com qualquer um destes salários, não poderia ser diferente. Estes cidadãos, ou estes mais novos afortunados, precisam dar o “sangue” para honrar suas pequenas quantias, pagas por todo o povo do Rio Grande do Sul.

Tal “economia” de 199 mil, para os cofres do Estado, se deu pela pressão dos parlamentares, tanto da base quanto da oposição, que assim como nós acharam um absurdo este reajuste desequilibrado e totalmente insano. E então, o governador Eduardo Leite, para apaziguar os ânimos dos “seus” e dos “que não são seus”, deu-nos este regalo de “crédito”.

Que o Brasil é um país totalmente desequilibrado financeiramente, todos nós sabemos. Que há uma diferença de riquezas, também não é nenhuma novidade. Mas, que um presidente de um Banco venha a receber este salário, é um afronte ao que ainda há de correto, ético, puro e limpo no Sul do Brasil.

Digam-me que ele executa programas em prol da sociedade, com a sua marca Banrisul. Que ele viaja, incansavelmente, atrás de investimentos e linhas de créditos para os pequenos, médios e grandes empresários. De que ele é capaz de dar palestras com assuntos relacionados ao desenvolvimento do Estado e que também apresenta soluções ao endividamento de muitos gaúchos. Digam-me que ele é a favor do Rio Grande do Sul, de fato. Só não gostaria de ouvir relatos completamente opostos.

Será que o responsável, ou os responsáveis, por avaliar o valor para estes serviços, se animaria a estimar o quanto seria correto ganhar um professor ou um policial militar? Que tipo de balança é utilizada nestes casos?

É humanamente impossível acreditar…

© Marcelo Oxley

Facebook do autor | E-mail:marceloesporteucpel@yahoo.com.br

Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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