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Covid-19: diferenças entre Itália e Brasil

Cada um dará às diferenças acima a importância que quiser e chegará à sua própria conclusão. De minha parte, considero que a comparação é francamente desfavorável a nós, exceto por termos começado o isolamento mais cedo. É nisso, e só nisso, que deposito minhas esperanças de que não haverá um desastre humanitário de grandes proporções

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Sempre que alguém a favor do isolamento cita a Itália, alguém contra o isolamento afirma que a Itália não é um bom exemplo porque é um país muito diferente do nosso.

É verdade, a Itália é muito diferente do Brasil. Algumas dessas diferenças são a nosso favor, outras são contra. Vejamos

A FAVOR

Idade da população. A Itália tem proporcionalmente, mais idosos, que são mais vulneráveis à doença. Como nossa população é mais jovem, o impacto aqui deve ser menor.

Clima. A Itália tem um clima mais frio. Aparentemente, o clima frio é mais favorável ao vírus.

O governo. O governo italiano começou minimizando o problema — depois percebeu seu erro, mudou de atitude, e passou a praticar o isolamento. Nós entendemos o problema antes — e começamos o isolamento antes.

NEUTRO

Tamanho do país. Muita gente cita esse aspecto como favorável a nós. É um erro, o tamanho físico do país é irrelevante, o que é importante são a densidade e o número de focos de irradiação.

Tamanho da população. Muita gente cita esse aspecto como favorável a nós. É um erro, o tamanho da população é irrelevante para o ritmo de propagação. Se não houver isolamento e as outras condições forem iguais, um país com população maior terá mais doentes e mais mortos (mas o que se observa normalmente é a incidência como proporção do total de habitantes).

CONTRA

Densidade populacional. Muita gente cita este aspecto como favorável a nós. É um erro, nossa densidade populacional é menor porque temos grandes áreas desabitadas. Ninguém vai pegar Covid-19 nos confins da Amazônia, onde não mora ninguém. Vai pegar é nas cidades, e nossas principais cidades são maiores e mais densas do que as italianas. E temos muitas favelas, onde a densidade é muito mais alta do que na Itália.

Salubridade. Nossa população é mais jovem, mas também é mais pobre, menos informada, tem piores hábitos de higiene e um estado geral de saúde pior. Além disso, 30 milhões não têm água encanada e 74 milhões não têm esgoto.

Sistema de saúde. Nosso sistema de saúde é de pior qualidade, e temos menos leitos por habitante.

Número de focos de irradiação. Quanto mais focos, mais rápido o vírus se dissemina. A Itália teve basicamente 1 foco, nós temos 3.

Nosso clima é mais quente, mas não no sul do país, justamente onde há maior densidade populacional. E o inverno está chegando.

O presidente da República. Bolsonaro minimiza o problema sempre que pode.

CONCLUSÃO

Cada um dará às diferenças acima a importância que quiser e chegará à sua própria conclusão. De minha parte, considero que a comparação é francamente desfavorável a nós, exceto por termos começado o isolamento mais cedo. É nisso, e só nisso, que deposito minhas esperanças de que não haverá um desastre humanitário de grandes proporções.

© Ricardo Rangel

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Mundo novo: uma grande confusão

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O mundo tem parecido uma grande confusão. É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas aquela sensação tem a ver com o aumento da produtividade. Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo.

Nos últimos 10 anos, a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.

Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Muitas coisas estão assim. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar? Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.

Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e — ainda mais depois da pandemia — nos demos conta de que passamos muito bem sem elas.

Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todo mundo faz. Então, a economia tem que ser muito mais bem administrada, para não ter esses solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como a água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.

Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações. Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la. Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina — instalada digamos em São Paulo — poderá fornecer energia para todo o Brasil, a custo baratíssimo. Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc).

Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se.

Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar. IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.

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Câmara aprova Mesa Diretora propor suspensão de mandato de deputado

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (12) resolução que autoriza a Mesa Diretora da Casa propor a suspensão cautelar do mandato de deputado federal, por até seis meses, por quebra de decoro parlamentar. A Mesa da Casa dirige os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara, sendo liderada pelo presidente e formada por 11 parlamentares, sete titulares e quatro suplentes, todos eleitos para mandatos de dois anos.

De acordo com a nova resolução, que altera o Regimento Interno, a Mesa deve encaminhar a proposta de suspensão para análise do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que pode acatar ou não. A proposta inicial previa que a Mesa poderia suspender de forma cautelar o mandato de um parlamentar. O texto foi alterado depois de negociações entre os deputados. Agora, a Mesa tem a prerrogativa de propor a suspensão, o que antes não era permitido. 

O Projeto de Resolução 32/24 foi apresentado às lideranças partidárias pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na terça-feira (11). Segundo a Mesa Diretora, o objetivo do projeto é “prevenir a ocorrência de confrontos desproporcionalmente acirrados entre parlamentares”. No mesmo dia, os parlamentares aprovaram o regime de urgência de votação da proposta.

A resolução vem após discussões acirradas, trocas de ofensas e brigas entre parlamentares nas últimas semanas.

Para o relator do projeto, Domingos Neto (PSD-CE), a proposta é oportuna “tendo em vista os graves acontecimentos recentes, envolvendo insultos, ameaças, agressões físicas e verbais, incompatíveis com um ambiente democrático e com a urbanidade, a ética e o decoro”.

Pelo projeto, somente a Mesa Diretora poderá oferecer a proposta de suspensão do mandato, excluída a possibilidade de ser apresentada pelo presidente da Câmara.

Se o Conselho de Ética decidir pela suspensão, o deputado, alvo da punição, poderá recorrer diretamente ao Plenário. Caso o Conselho rejeite o pedido, apenas a Mesa Diretora poderá apresentar recurso ao plenário.

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