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Brasil e mundo

‘A inversão da realidade’. Por Montserrat Martins

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As famílias costumavam alertar “cuidado com as pessoas que você conhece na internet”, quando se popularizaram as redes sociais e sites de relacionamento, uma década atrás. Parecia muito estranho conhecer uma pessoa sem ser pessoalmente. Histórias sobre psicopatas de todos os tipos eram contadas, sobre os perigos da internet.

Ainda existem medos e histórias sendo contadas, mas nos últimos dez anos o mundo mudou completamente e hoje a internet é o principal meio de conhecimento entre as pessoas. A pandemia acelerou ainda mais esse processo e hoje, por ironia do destino, as pessoas têm medo é de se conhecer presencialmente.

Assim como nos relacionamentos, os negócios também migraram para a internet, ter uma loja física não é mais necessária para você fazer vendas, que agora são pelos sites. A Medicina, você sabe, já faz teleconsultas. A política não tem mais comícios e sim lives. A TV deixou de ser o principal entretenimento, que hoje são os perfis das “novas celebridades” como os youtubers e as pessoas com milhões de seguidores no instagram.

Com exceção dos jovens até 20 anos, que já se criaram nessa nova realidade, quem nasceu “no século passado” (antes de 2000) está vivendo uma “inversão da realidade”, onde todos os tipos de trabalho têm cada vez mais “home office” em comparação com as atividades presenciais. Até a vigilância é cada vez feita mais por câmeras do que por vigilantes presenciais.

Sim, existem os psicopatas da internet, mas eles não são diferentes dos que batem às portas de idosos dizendo que vieram aplicar a vacina em casa, para lhes roubar, não são diferentes do “golpe do bilhete” ou dos “descobridores de talentos” que aliciam jovens, ou de todos os golpistas que iludem as pessoas com facilidades presencialmente. A internet é apenas um meio de comunicação, ela não muda o caráter das pessoas, os psicopatas agem nela como em qualquer outro lugar.

Senso crítico é o principal instrumento de defesa contra golpes, seja na internet ou presencialmente. Deveria ser matéria de estudo nas escolas, como por exemplo o livro “Senso crítico: do dia a dia às ciências humanas”, de David w. Carraher (São Paulo, Pioneira, 1983). Senso crítico é exercer modos de raciocínio que deveríamos fazer na análise dos fatos cotidianos, o que nos alertaria tanto contra criminosos, quanto contra as fake News que também estão na moda. Nada indica que senso crítico vá entrar “na moda”, ele não dá lucro. Mas nada impede que você, para se defender, desenvolva o seu.

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UFPel entregou título de Dr. Honoris Causa a Mujica

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Discretamente, na sexta passada, a direção da UFPel viajou ao Uruguai para entregar a Pepe Mujica o título de Doutor Honoris Causa. A notícia foi divulgada ontem, terça, no site da Universidade.

Algumas frases dos dirigentes universitários presentes à homenagem, em tom juvenil:

“Pepe é um grande exemplo de pessoa que consegue lutar por direitos humanos, justiça social e democracia. Resistiu bravamente aos movimentos da ditadura e, como um jardineiro, sempre plantou a esperança, a luta e a vontade dessa luta em cada companheiro. Ele planta hoje a esperança para os nossos jovens”.

“Muito obrigada por ser quem é, muito obrigada por nos inspirar a defender a educação como uma forma mais poderosa de semear o futuro”.

“A visão humanista de Mujica ressoa profundamente com os ideais que nós da Universidade Federal aspiramos cultivar, nossa instituição sempre se pautou na crença de que a educação é a base para uma sociedade mais justa e igualitária, as bandeiras defendidas por Mujica colocam o bem-estar humano e a preservação do planeta acima do materialismo e do consumo desmedido e enlouquecedor, inspiram nossos esforços e reafirmam o nosso compromisso com a busca por dias melhores”.

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Cmt meu: Mujica é de fato um homem incomum. Coerente. Vive modestamente, de acordo com suas ideias. Há nele uma ausência de vaidades materiais que chega a ser comovente. Se morasse em Pelotas, e fosse professor de Universidade, jamais o veríamos, por exemplo, no Dunas Clube, à beira da piscina, tomando cerveja depois de disputar uma partida de tênis – em greve por salário ainda mais alto do que os que já receberia (R$ 20 mil, digamos), pensando em justiça social num país de esmagadora maioria pobre, com ganhos mensais médios de R$ 3 mil.

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Na cerimônia, Mujica disse: “Sigo confiando em los hombres, a pesar que todos los dias me deconcertan”.

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Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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