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‘The Beatles: Get Back’: por que o documentário de Peter Jackson é uma obra-prima de 7 horas

As cenas são tão duradouras que, quando chegamos ao show no telhado em Savile Row, você se sente como se estivesse na banda

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Do The Independent: Nos últimos 18 meses, enquanto você fazia reuniões de trabalho pelo Zoom, Peter Jackson assistia aos Beatles.

As sessões de Get Back, as primeiras gravações do que viria a ser o álbum Let It Be, são um capítulo notório na história do grupo.

Em janeiro de 1969, a banda se instalou em um espaço cavernoso no Twickenham Studios para tentar gravar um álbum duas semanas antes de um show ao vivo.

As circunstâncias não eram auspiciosas. Eles não tinham local para o show, nenhuma música para o álbum e não estavam se dando bem.

Tendo desistido de se apresentar ao vivo após sua turnê pelos Estados Unidos em 1966, eles agora estavam se tornando cada vez mais experimentais – tanto com sua música quanto com seu consumo de substâncias.

Paul McCartney esperava que a experiência de tocar juntos novamente, como no início, representasse um retorno à sua antiga camaradagem. O cineasta Michael Lindsay-Hogg foi contratado para gravar o processo. Seu filme de 1970, Let It Be, sempre foi acusado de focar no negativo.

Com todo o material ainda disponível, grande parte sem uso, Jackson teve 60 horas de filme e 150 horas de áudio para montar sua peça. Ele contou com tudo o que aprendeu ao fazer They Shall Not Grow Old, seu documentário da Primeira Guerra Mundial de 2018.

O resultado é The Beatles: Get Back, um documentário de três partes que dura mais de sete horas, e que vai ao ar no Disney Plus em noites consecutivas esta semana. É um monumento aos Beatles, enorme e revelador, que atua como um baluarte contra os livros e artigos intermináveis sobre eles, simplesmente mostrando-os como eram. Em parte, é um corretivo, mas também é uma fortificação. Qualquer avaliação futura da banda e seus membros terá que se comparar com as pessoas que vemos aqui.

Ao longo dos 52 anos desde essas gravações, a acrimônia do período adquiriu uma qualidade mítica: Paulo se tornou tirânico, diz a história; George estava no limite; John estava alheio, chapado de heroína e Yoko; Ringo estava apático. A imagem que emerge dessa trilogia épica é menos explosiva e mais interessante.

Divisões surgem silenciosamente. McCartney é um líder relutante. “Estou com medo de ser o chefe”, diz ele. Mas se eles quiserem sair do marasmo e fazer o show, eles vão precisar de algumas músicas.

“Vocês não me irritam mais”, diz George. Eles sentem falta do empresário Brian Epstein, que impôs uma espécie de estrutura ao grupo, mas morreu de overdose em 1967. Apesar de toda a discórdia, você nunca sente que eles estão lutando um contra o outro. Eles passaram por tudo isso, esses caras, tão ligados por sua experiência compartilhada quanto qualquer esquadrão veterano.

Eles são uma parte tão importante da história da cultura pop que às vezes é chocante vê-los como pessoas reais, quatro rapazes fumando, conversando, pedindo drinques, mexendo nas guitarras. Os filmes resgatam McCartney, em particular, da imagem do fim da carreira de um crooner simplório. Aqui está ele como todo seu poder: jovem, frio, barbudo, determinado, quente em todas as cores.

Outro cineasta poderia se sentir pressionado a cortar a filmagem de forma mais dramática ou impor um sentido mais forte de sua própria narrativa às coisas. Seguro em sua reputação, Jackson se contenta em manter uma mão delicada no leme.

Uma reclamação comum dos documentários culturais é que você não consegue ver a mágica acontecer: bem, aqui está, dois gênios e meio e Ringo Starr sentados em uma sala, se xingando e ainda inventando músicas que significam algo para todos que você conhece.

As cenas são tão duradouras que, quando chegamos ao show no telhado em Savile Row, você se sente como se estivesse na banda. Há uma sensação de alívio à beira da euforia. Jackson deve estar exausto. Estaremos esperando ansiosos por sua sequência liderada por McCartney, The Lord of the Wings.

“Se contarmos a história como ela é, então teremos um documentário muito bom”, disse Michael a Ringo uma manhã, quando o baterista foi o primeiro a chegar ao estúdio. “Mas se estivermos nos escondendo, não teremos um documentário.”

Nas mãos de Jackson, eles têm um documentário muito bom.

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Mundo novo: uma grande confusão

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O mundo tem parecido uma grande confusão. É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas aquela sensação tem a ver com o aumento da produtividade. Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo.

Nos últimos 10 anos, a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.

Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Muitas coisas estão assim. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar? Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.

Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e — ainda mais depois da pandemia — nos demos conta de que passamos muito bem sem elas.

Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todo mundo faz. Então, a economia tem que ser muito mais bem administrada, para não ter esses solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como a água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.

Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações. Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la. Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina — instalada digamos em São Paulo — poderá fornecer energia para todo o Brasil, a custo baratíssimo. Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc).

Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se.

Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar. IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.

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Câmara aprova Mesa Diretora propor suspensão de mandato de deputado

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (12) resolução que autoriza a Mesa Diretora da Casa propor a suspensão cautelar do mandato de deputado federal, por até seis meses, por quebra de decoro parlamentar. A Mesa da Casa dirige os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara, sendo liderada pelo presidente e formada por 11 parlamentares, sete titulares e quatro suplentes, todos eleitos para mandatos de dois anos.

De acordo com a nova resolução, que altera o Regimento Interno, a Mesa deve encaminhar a proposta de suspensão para análise do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que pode acatar ou não. A proposta inicial previa que a Mesa poderia suspender de forma cautelar o mandato de um parlamentar. O texto foi alterado depois de negociações entre os deputados. Agora, a Mesa tem a prerrogativa de propor a suspensão, o que antes não era permitido. 

O Projeto de Resolução 32/24 foi apresentado às lideranças partidárias pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na terça-feira (11). Segundo a Mesa Diretora, o objetivo do projeto é “prevenir a ocorrência de confrontos desproporcionalmente acirrados entre parlamentares”. No mesmo dia, os parlamentares aprovaram o regime de urgência de votação da proposta.

A resolução vem após discussões acirradas, trocas de ofensas e brigas entre parlamentares nas últimas semanas.

Para o relator do projeto, Domingos Neto (PSD-CE), a proposta é oportuna “tendo em vista os graves acontecimentos recentes, envolvendo insultos, ameaças, agressões físicas e verbais, incompatíveis com um ambiente democrático e com a urbanidade, a ética e o decoro”.

Pelo projeto, somente a Mesa Diretora poderá oferecer a proposta de suspensão do mandato, excluída a possibilidade de ser apresentada pelo presidente da Câmara.

Se o Conselho de Ética decidir pela suspensão, o deputado, alvo da punição, poderá recorrer diretamente ao Plenário. Caso o Conselho rejeite o pedido, apenas a Mesa Diretora poderá apresentar recurso ao plenário.

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