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Brasil e mundo

Nós, os imprevidentes

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Culpar 2019 não vale, porque todas vidas perdidas nesse início de ano tem algo em comum: a imprevidência. Não são fatalidades, são tragédias anunciadas, que deveriam ter sido prevenidas. Temos algo a mudar, com todas essas perdas, temos de reconhecer e rever nossos hábitos, nossa cultura, o espírito do “não vai dar nada”.

Ao contrário do que dizemos de nós mesmos, os brasileiros têm muitas qualidades, não é o caso de carimbar a auto-desvalia nacional. Mas nosso maior defeito, sem dúvida nenhuma, é a imprevidência, a desorganização, a falta de planejamento. Não gostamos de ler nem manual do automóvel (quem aí lê?).

Quem busca a felicidade individual deve começar pelo autoconhecimento, para o qual uma terapia pode ajudar muito. Nossa felicidade coletiva, como sociedade, também requer começar pelo reconhecimento de nossas características básicas, virtudes e defeitos, pontos fortes e fracos.

Somos criativos, plurais, flexíveis, adaptáveis, fazemos muito com pouco, somos misturados, somos comunicativos e emotivos, somos sobreviventes que aproveitamos cada dia, somos “resilientes” como está na moda dizer. Não somos organizados, disciplinados, não somos previdentes, não planejamos o futuro.

Muitos já se dedicaram a estudar o brasileiro, a história da formação do nosso povo, de Gilberto Freyre a Darcy Ribeiro, que escreveram alguns clássicos da sociologia pátria. Nenhum foi tão preciso como Sérgio Buarque de Hollanda, que apontou claramente nossa herança cultural da península ibérica, de povos que preferem a aventura e o risco ao progresso metódico e disciplinado.

Em toda a história da nação lusa, ela nunca fez tanto sucesso quanto na era épica das navegações e descobrimentos, uma atividade basicamente aventureira, de grandes emoções.

Nunca o trabalho metódico tal como os ingleses, ou os germânicos, de progresso através do trabalho paciente, de acumulação progressiva de patrimônio através do esforço cotidiano e disciplinado. Isso não é com a gente, nos identificamos com o estilo de vida do filme “Fique rico ou morra tentando” (Get rich or die trying), da história de vida do rapper “50 Cent”.

Os donos da Vale querem enriquecer cada vez mais, os governadores do Rio de Janeiro também, os dirigentes dos clubes, os donos de aeronaves comerciais, todos querem o caminho mais fácil, mais rápido, sem grandes cautelas.

Nossa cultura aceita isso, só nos chocamos quando dá errado. Somos reativos às perdas, apesar de não as prevenirmos, unidos na dor, somos sensíveis e solidários, depois do ocorrido. Poderia ser com a gente. Enquanto isso vamos vivendo no improviso, como se nunca fosse acontecer conosco. A dor recorrente das perdas será capaz de nos modificar?

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Concurso Unificado será em 18 de agosto, confirma Ministério da Gestão

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O Concurso Nacional Unificado (CNU) já tem nova data de aplicação das provas: 18 de agosto. O cartão de confirmação de inscrição, com os detalhes sobre os locais de provas, será divulgado em 7 de agosto.

A informação foi divulgada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) na manhã desta quinta-feira (23).

A prova tem mais de 2,1 milhões de candidatos inscritos que vão disputar 6.640 vagas em 21 órgãos da administração pública federal. Salários iniciais podem chegar a R$ 22,9 mil. O cronograma completo será divulgado pelo governo federal, em breve.

Em comunicado, o Ministério da Gestão garante que os mais de 18,7 mil malotes de provas foram recolhidos em todo o Brasil para um local seguro. Os malotes foram checados, um a um, por membros da rede de segurança, e não foi identificada qualquer violação ao material.

Inicialmente, as provas ocorreriam em 5 de maio. No entanto, dois dias antes do evento, em 3 de maio, o governo federal adiou o concurso, por causa das fortes chuvas que atingiram quase 95% (468, dos 497) dos municípios gaúchos. Desde o fim de abril, a tragédia já provocou 163 mortes, além de alagamentos e prejuízos ainda não calculados.

Com a remarcação das provas, o Ministério precisará confirmar a disponibilidade de cada um dos locais de aplicação do certame nacional novamente. A prioridade do MGI será manter os endereços definidos anteriormente. Especificamente sobre os municípios do Rio Grande do Sul, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos fará tratativas para garantir o acesso de todos os inscritos no estado.  

Em 7 de agosto, o candidato poderá acessar novamente o cartão de confirmação de inscrição do concurso para checar se o local da prova foi mantido ou alterado. O documento com detalhes da inscrição estará disponível na Área do Candidato, no mesmo site em que o cidadão fez a inscrição.

Para acessar, é preciso fazer login e senha do portal do governo federal, o Gov.br. As provas serão aplicadas nas 27 unidades da federação pela Fundação Cesgranrio.

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Fachin quer explicações de Leite por mudanças no Código Ambiental

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O ministro Edson Fachin, do Supremo, deu prazo de dez dias para que Eduardo Leite preste esclarecimentos sobre as alterações no Código do Meio Ambiente do Estado, implementadas em abril deste ano.

A demanda foi feita após uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, de número 7.650, proposta pelo Partido Verde (PV), que contesta as modificações.

O novos trechos do Código do Meio Ambiente permitem a construção de barragens e açudes em Áreas de Preservação Permanente no RS, contanto que não existam outras opções para a reserva de água.

O PV considera essas mudanças na legislação um “retrocesso na proteção ambiental estadual, em desacordo com a Constituição Federal …, “uma “violação do direito à vida, à saúde e a um meio ambiente equilibrado”. E destaca que o STF já invalidou leis estaduais que reduziam a proteção de áreas de preservação permanentes.Fachin também solicitou esclarecimentos à Assembleia Legislativa do RS.

Além do governador, a Assembleia Legislativa do RS foi requisitada igualmente a fornecer detalhes sobre a legislação. Tanto Eduardo Leite quanto a Assembleia têm o mesmo prazo de dez dias para entregar as informações requeridas.

Depois, tanto o advogado-geral da União quanto o procurador-geral da República serão convocados a opinar sobre o assunto.

Ao solicitar informações tanto do governador quanto da ALRS, Fachin optou por encaminhar o julgamento da ação diretamente ao plenário e dispensou uma análise preliminar do pedido de liminar.

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