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Opinião

Sobre a expressão “não fugirei à luta”, usada pela prefeita

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Após mais de sete anos na prefeitura, quatro como vice, três e pouco como prefeita, a professora Paula disse que, se convocada a concorrer a prefeita de novo, “não fugirá à luta”. Como tantas que ouvimos na política, é uma frase de efeito. Na verdade, uma expressão bastante conhecida, por isso mesmo sem muito efeito.

“Sangue, suor e lágrimas”, disse Churchill para a história. Algo assim, dito a primeira vez, nos clamores de uma guerra pela liberdade, teve um efeito e tanto sobre o espírito coletivo de uma época. Em Pelotas, um “não fugirei à luta”, além de batido, soa deslocado, a não ser que se considere a política local uma guerra, só se for pela sobrevivência.

“Não fugirei à luta” soa deslocado também porque o PSDB é o combatente mais bem situado para a batalha, a maior força de ocupação. Não há razão para cogitar fugir, a não ser que se tenha avistado uma ameaça, o que, até agora, não se anuncia no horizonte.

A prefeita não costuma se arriscar nas declarações. Entre o original e a frase feita, prefere a segunda. Não é necessariamente sinal de falta de inteligência. No caso dela, parece ser o contrário. Afinal, sendo doutora em Letras, em sua boca o chavão só pode ser um escudo. Se nunca chega a ser surpreendente, ao menos não se expõe, não fere ninguém e fica todo mundo contente.

No dia do “não fugirei à luta”, neste domingo (8), dia da Mulher, dia do seu aniversário de 50 anos de idade e dia do evento do PSDB, a claque de anexados adorou, apesar de não ter sido surpresa para ninguém.

Surpreendente seria se ela tivesse dito: “Se pudesse, eu caía fora”.

Isso, é claro, está fora de cogitação.

Mas como falou em “luta”, por associação, foi como se estivesse dizendo se alguém quiser que eu saia, vai ter de me tirar daqui.

Paula diz que não ‘fugirá à luta’

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

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Brasil e mundo

Se os governos não atrapalharem, já fazem muito

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Nos últimos anos nossa vida não anda fácil. Numa hora, recomendam “fique em casa”. Noutra, “saiam de casa”. Felizmente não houve enchente na pandemia. Os governantes teriam um problema de lógica.

Até hoje a postagem de maior reação no Amigos de Pelotas foi a da construção da ponte de Nova Roma do Sul. Ali ocorreu algo inédito no Brasil. Em vez de esperar pelo governo, a própria comunidade do pequeno município gaúcho arrumou dinheiro e construiu uma ponte para substituir a que havia sido derrubada na enchente anterior. E a fez mais rápido e mais barata do que programara o governo do estado. Esta sim — foi uma verdadeira façanha.

A união da população vem se repetindo neste momento de enchente no RS, inclusive para captar recursos. A Associação de Nova Roma do Sul, que envolve empresários, está se organizando ela mesma para resolver os problemas na serra. E recomendando que outros municípios da região façam o mesmo.

Ao mesmo tempo temos visto a burocracia oficial atrapalhando o socorro à população na enchente que aflige o estado. Parecem ser casos isolados, mas que chocam, porque entram em conflito com a urgência que o caso requer.

Ainda assim temos visto que a própria sociedade assumiu a frente nas ações de resgate e logística, com os governos chegando depois, atrasados, com apoio aquém do esperado, porque a estrutura de suporte é precária. Os governos não estão preparados para momentos de emergência.

A ministra Simone Tebet disse que “o governo não pode mandar dinheiro já porque nem os prefeitos gaúchos sabem ainda do que precisam”. É no mínimo uma fala desastrosa.

Por que mais iniciativas como a de Nova Roma, cuja ponte nova, erguida dois metros mais alta em relação à anterior, vem suportando bem a enchente, não ocorrem? Porque o nível de impostos é tão alto que não sobra recursos para iniciativas da população. Ainda assim, outra façanha, os próprios cidadãos gaúchos, de todas as classes sociais, vêm ajudando no socorro, com jet-skis, barcos, os braços, o que for.

A sociedade vem mostrando que nem tudo precisa passar pelo Estado e pelos políticos. Se esses não atrapalharem, já fazem muito.

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Brasil e mundo

Madonna homenageou Che Guevara

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Madonna continua dando o que falar. Em seu show no Rio, a que compareceu grande público LGBT, ela exibiu no palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kallo.

Os livros contam que o regime cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, pois considerava-os hedonistas, inaptos para o trabalho, de natureza subversiva ao regime de exceção. Chegando a ser, por isso, fuzilados. Vai entender…

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, teve a pachorra de pintar o rosto de Stálin.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista. E sem esforço, vivendo da imagem que criou. Representou, fingindo que cantava. Playback.

Dizem que os artistas são “ingovernáveis”. Há artistas e artistas.

Madonna é dessas que a gente não sabe o que pensa. Tente lembrar de alguma fala dela? Não lembramos, porque vive de imagem. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da vida, depois da vida ganha, artistas como ela costumam surpreender, mostrando sua verdadeira face. Pelo desconforto de sair do mundo com uma máscara mortuária falsa.

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