Connect with us

Opinião

Comitê UFPel Covid-19 manifesta “grande preocupação pela insuficiência de medidas contra pandemia”

Publicado

on

Nota técnica

Cenário Covid-19 em Pelotas

Pelotas, 31 de maio de 2021

O Comitê UFPel Covid-19, vem por meio de nota técnica, manifestar grande preocupação pela demora e insuficiência das medidas de enfrentamento à pandemia indicadas no DECRETO Nº 6.413, DE 28 DE MAIO DE 2021.

O município de Pelotas apresenta 19 dias de alta no número de casos novos, passando de uma média de 101 casos novos por dia para 182 casos novos por dia.

Na semana epidemiológica 21 o município apresentou 371 casos novos para cada 100.000 habitantes, o que, segundo os parâmetros do Centro de Controle de Doenças do EUA, indica um cenário de alta transmissão.

Há mais de um mês os óbitos se estabilizaram em patamares muito elevados de 4 a 5 óbitos por dia.

As ocupações de leitos de UTI estão em torno de 60 pacientes, ou seja, ocupação máxima desde 04/03, antes do pico ocorrido em final de março.

Desde 25 de março as internações em enfermaria estavam estabilizadas em patamares altos de cerca 80, porém, a partir de 26/03 superaram 100 internações.

O cenário atual é grave e exige medidas drásticas para conter a transmissão e piora gradativa do quadro sanitário na região de acordo com o alerta recebido pelo governo estadual.

O aumento do número de casos novos e internações em enfermaria são sinais de recrudescimento em um cenário que o sistema de saúde municipal não tem qualquer margem para enfrentar uma situação de intensificação da epidemia. Além disso, várias partes do estado já apresentam carência de insumos, como “kit intubação” e oxigênio.

Pelotas conta com 27,4% da população vacinada com a 1ª dose e 11,4% com a 2ª dose. Esta cobertura ainda é insuficiente para evitar recrudescimento da epidemia, especialmente considerando a limitada eficácia das vacinas na prevenção de casos leves e nos mais idosos. O número de casos novos no município é muito superior a capacidade da vigilância epidemiológica, tornando claro que a epidemia está descontrolada no município.

Neste cenário é necessária a rápida implementação de “lockdown” com a finalidade de interromper a transmissão e baixar o número de casos para um cenário moderado de transmissão. Neste contexto, seria possível obter o controle da pandemia através da vigilância epidemiológica, com necessária ampliação do rastreamento e testagem de contatos.

O Decreto municipal apresenta uma semana de restrições a partir das 22 horas e um fechamento de atividades não essenciais a partir do dia 02/06, por apenas 4 dias, retardando em uma semana as medidas mais restritivas. As medidas de ampliação do distanciamento físico levarão cerca de 14 dias para ter efeito, além disso, esta restrição de atividades não essenciais por 4 dias, se bem sucedida, provavelmente terá efeito pouco superior a compensação do aumento de circulação que ocorre antes de depois do aumento das restrições.

Cabe salientar que o Rio Grande do Sul apresentou melhor desempenho que outros estados brasileiros no início da pandemia. Entretanto, com o progressivo abandono das medidas de distanciamento físico, tem hoje a 8ª maior taxa de mortalidade entre os estados brasileiros com 246 óbitos por 100.000 habitantes, superior à média nacional que é de 218 óbitos por 100.000 habitantes.

A taxa de mortalidade brasileira por COVID-19 está entre as maiores do mundo, superior à de alguns vizinhos, como Argentina que tem taxa de 169 por 100.000 habitantes e Uruguai que tem taxa de 120 por 100.000 habitantes.

A taxa de mortalidade no município de Pelotas está em 242 óbitos por 100.000 habitantes. Isto indica a ineficiência das estratégias brasileiras, do estado e do município no enfrentamento da pandemia.

Clique para comentar

Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

Publicado

on

Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

Continue Reading

Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

Publicado

on

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading