Connect with us

Opinião

Exército de intolerantes (Parte II)

Publicado

on

“Os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas”. Foi com essa frase que Winston Churchill sentenciou a humanidade ao destino inevitável de sua estupidez.

Bem sabia o visionário que ditador algum seria capaz de recrutar um exército voluntário de idiotas intolerantes. Foram discursos, cartazes, palestras e até mesmo eleições destinadas a vomitar regras sobre as cabeças de seus pares. Ainda assim, sob o pretexto de combater o ódio, o “imbecil coletivo” atingiu façanha tal a ponto de incorrer no que ele próprio acreditava abominar.

Foi-se o tempo em que represálias, sanções e censuras, todas graves, eram causa da instabilidade democrática. São agora as palavras, as opiniões e as visões, todas elas conquistadas, que os intelectuais tentam silenciar.

Eles dizem ter lutado, ter suado, ter sangrado e conquistado as liberdades de expressão e manifestação. Não disseram, é claro, que o seu conceito de liberdade jamais teve uma mão dupla. São hoje os primeiros a excluir, segregar e acusar aqueles que discordam minimamente do discurso autoritário, mascarado de bom mocismo.

Sábio que era, Churchill entendia que toda democracia tem um preço altíssimo. Ele recai, necessariamente, sobre todos os cidadãos: ouvir o adversário e conviver com a divergência. Teve sorte o desgraçado de partir antes mesmo de viver o que previu.

*Este texto não se refere aos que rejeitam ou têm medo da candidatura do Bolsonaro. Não é o uso de uma hashtag que identifica o sujeito aqui retratado, mas sim a desqualificação do próximo pelo simples fato de pensar diferente..

Clique para comentar

Brasil e mundo

Felicidade de “segunda”, não dá mais

Publicado

on

Concordo com Alexandre de Moraes: antes das redes sociais, nós éramos felizes e não sabíamos. Mas éramos felizes no sentido de que uma pessoa ignorante podia ser. Hoje a farsa não convence tão fácil. As vozes se tornaram muito mais plurais, o que é positivo para a sociedade.

A tecnologia levou a percepção de felicidade a um patamar mais elevado. Aumentou a exigência. Ninguém mais se contenta com meias verdades.

Voltar no tempo é impossível, apesar dos esforços nesse sentido. O próprio Lula não entendeu isso, por isso está perdendo popularidade. Perdeu poder de persuasão. Ele e qualquer outro governante.

A própria velha imprensa perdeu poder de persuasão. Está todo mundo vendo o rei nu. Vendo e avisando a este da nudez, em voz alta. A corte toda, que inclui a velha imprensa, está nua. Ouvindo que está nua, mas se fingindo de surda.

A tecnologia muda os comportamentos. Os avanços tecnológicos provocam essas destruições criativas. Assim como foi o canhão que permitiu Napoleão, a internet e as redes sociais estão forjando um cidadão menos distraído, mais atento e engajado. Uma democracia muito mais participativa.

O mundo mudou.

Continue Reading

Opinião

De fato, Pelotas “mudou”

Publicado

on

Às vezes encontro com pessoas que estão voltando a morar em Pelotas. É comum comentarem isso: “Pelotas mudou. Havia uma vibração visível. Tinha uma intelectualidade… hoje não tem mais. O Sete de Abril, mesmo, está fechado… há 14, 13 anos… é isso mesmo?”.

Aqui vão sete coisas que parecem ter mudado a vida em Pelotas. Nem pra pior nem pra melhor. Apenas a vida mudou.

1. Condomínios fechados: as pessoas se preocupam mais com o condomínio do que com o passeio público. Com sua vida em seus espaços fechados ou, se abertos, integrados, como o Parque Una.

2. Alunos da UFPel vêm de fora por causa do Enem. Vão embora nas férias e no fim do curso. Não são daqui. Não chegam a formar um elo emocional forte com a cidade.

3. Professores da UFPel vêm de fora.

4. A cidade se espalhou.

5. A população está envelhecendo.

6. Digitalização da vida, com trabalho remoto.

7. Globalização, compras pela internet, streaming.

O mundo mudou.

Continue Reading

Em alta

Descubra mais sobre Amigos de Pelotas

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading